As justificativas de gênero para a transgressão na escola
DOI:
https://doi.org/10.25053/redufor.v6i2.4610Palavras-chave:
Transgressão. Gênero. Representações sociais. Desigualdades. Instituições educacionais.Resumo
Este estudo é parte de uma tese em Ciências da Educação defendida em 2018 na Universidade de Montpellier, França. Numerosos estudos destacam o tratamento diferenciado em ação no espaço escolar quando meninas ou meninos transgridem as regras. Mas será que nos questionamos coletivamente sobre os argumentos apresentados para justificar esses comportamentos, para lhes dar uma explicação? Tanto professores quanto alunos se contentam com justificativas que estão em consonância com as representações sociais. Os meninos transgrediriam por imaturidade, por desejo de "tornar as coisas interessantes" para os colegas, ou por falta de controle sobre suas emoções, tais como a raiva. Por outro lado, e pela mesma transgressão, as entrevistadas explicaram as diferenças de comportamento entre as meninas através de reações defensivas (e não ofensivas), problemas pessoais - aos quais elas seriam submetidas - e uma cruel falta de moderação em suas reações. Os meninos são julgados responsáveis, mas também sujeitos à sua natureza; as meninas são consideradas vítimas de situações de transgressão ao assumirem a responsabilidade por suas ações. Com base em uma amostra de 500 alunos e 29 professores, da Educação Infantil ao Ensino Médio, é através de uma pesquisa parcialmente qualitativa (entrevistas e observações) que proponho interrogar e pensar na transgressão escolar através do prisma de um mecanismo que é mantido continuamente, e que mostra como a transgressão é um índice analítico das relações de gênero na escola.
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