“Quando o homem sabe ler, escrever e contar, pode, por sua própria individualidade, desenvolver - se e esclarecer-se”: a escolarização de crianças pobres na província da Parahyba do Norte (1855-1866)
DOI:
https://doi.org/10.25053/redufor.v4i10.453Palavras-chave:
História da Educação, Escolarização de pobres, Primeiras Letras, Parahyba do NorteResumo
A institucionalização da escola primária no século XIX pautava-se pelas tentativas de consolidar o letramento tendo a defesa do projeto de civilização e progresso social. Legislação e outros documentos oficiais funcionavam como mediadores na edificação de costumes e hábitos que visavam a formação intelectual e moral do povo definindo regras sobre o aprendizado da escrita, leitura e operações matemáticas. Pretende-se apresentar prescrições para as aulas de primeiras letras e ações de sujeitos envolvidos nos processos de escolarização na Parahyba do Norte. A fim de analisar como alunos pobres vivenciaram a instrução numa sociedade elitista e escravocrata, analisaram-se relatórios da instrução pública e de presidentes da província, legislação e documentos diversos. Conclui-se que aprender a ler e escrever foram habilidades acessadas também por sujeitos pobres, que via inserção no universo escolar buscavam atingir o comportamento desejado e a acomodação em diferentes espaços da sociedade.
Palavras-chave: História da Educação, Escolarização de pobres, Primeiras Letras, Parahyba do Norte
Downloads
Referências
ANANIAS, M.; BARROS, S.A.P. Escolarização na província da Parahyba do Norte: a organização da instrução pública primária (1840-1860). Revista Brasileira de História da Educação, Maringá, v.15, n. 37, p. 83-108, 2015.
ARIÈS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro:Jorge Zahar, 1978.BARROS, S.A.P. Universo letrado, educação e população negra naParahyba do Norte (século XIX). 2017. 306f.Tese (Doutorado em Educação) –Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
FARIA FILHO, L.M. Fazer história da educação com E. P. Thompson: trajetórias de um aprendizado. In:FARIA FILHO,L.M.(Org.). Pensadores sociais e história da educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.p. 247-264.
FARIA FILHO, L.M. Instrução elementar no século XIX. In: FARIA FILHO, L. M.; LOPES, E.M.T.; VEIGA, C.G. (Org.). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.p. 97-108.
FARIA FILHO, L. M. O processo de escolarização em Minas Gerais: questões teórico-metodológicas e perspectivas de análises. In: VEIGA, C. G.; FONSECA, T. N. L. (Org.). História e historiografia da educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. p. 77-97.
LIMA, L.M. Cativos da “Rainha da Borborema”: uma história social da escravidão. 2008.356f. Tese (Doutorado em História) –Programa de Pós-Graduação em História, Universidade de Pernambuco,Recife,2008a.
LIMA, L. M. Collégio de Educandos Artífices –1865-1874: ainfância desvalida da Parahyba do Norte. 2008. 102f. Dissertação (Mestrado em História)–Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal daParaíba,João Pessoa, 2008b.
MARIANO, S.R.C.; MARIANO, N.R. C. O medo anunciado: a febre amarela e o cólera na província da Paraíba (1850-1860). Fênix:Revista de História e Estudos Culturais, Uberlândia,v. 9, n.3,p. 1-20, 2012.
PARAHYBA DO NORTE, Provincia.Documentos diversos. [1862] (1861-1889). João Pessoa:Arquivo Histórico Waldemar Bispo Duarte, 2018a.
PARAHYBA DO NORTE, Provincia. Lei n.12,de 8 de agosto de 1860.João Pessoa: Arquivo Histórico Waldemar Bispo Duarte,2018b.
PARAHYBA DO NORTE, Provincia.Relatório recitado na abertura da Assembléa Legislativa da Parahyba do Norte pelo vice-presidente da provincia, o dr. Manoel Clementino Carneiro da Cunha, em 1º de agosto de 1857. Parahyba:Typ. de José Rodrigues da Costa,1857.
PARAHYBA DO NORTE, Provincia.Relatório apresentado à Assembléa Provincial Legislativa da Provincia da Parahyba do Norte no dia 1º de agosto de 1861 pelo presidente, dr.Francisco Araujo Lima. Parahyba:Typ. deJosé Rodrigues da Costa, 1861.
PARAHYBA DO NORTE, Provincia.Exposição apresentada àAssembléa Legislativa Provincial da Parahyba do Norte no dia 1ºde outubro de 1864 pelo presidente, dr. Sinval Odorico de Moura. Parahyba: Typ. de José Rodrigues da Costa, 1864.
PARAHYBA DO NORTE, Provincia.Relatório apresentado ao illm. e exm. sr. dr. Felizardo Toscano de Britto, por occasião de tomar posse do cargo de vice-presidente da província da Parahyba do Norte pelo dr. Francisco d ́Araujo Lima. Parahyba: Typ. Liberal Parahybana, 1864.
PARAHYBA DO NORTE, Provincia.Relatório apresentado àAssembléa Legislativa Provincial da Parahyba do Norte pelo 1º vice-presidente, exm. sr. dr. Felizardo Toscano de Brito, em 3 de agosto de 1866. Parahyba:Typ. Liberal Parahybana, 1866.
PETITAT, A. Produção da escola.Produção da sociedade:análise sócio-histórica de alguns momentos decisivos da evolução escolar no Ocidente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
ROCHA, S. P. Gente negra na Paraíba oitocentista: população, família e parentesco espiritual. São Paulo: Unesp, 2009.
SANTOS, L. R. B. M. M. A escolarização da população pobre na Parahyba do Norte: instruir para civilizar. 1855-1889. Rio de Janeiro: AMCguedes, 2016.
SANTOS, L. R. B. M. M.; ANANIAS, M. Talvez vos embarace o númerode meninos pobres que deve admitir cada aula: instrução pública primária -Província da Parahyba do Norte -1849-1889. Revista Histedbr,Campinas,v. 17, p. 117-138, 2017.
SILVA, A. P. M. Processos de construção das práticas de escolarização em Pernambuco, em fins do século XVIII e primeira metade do século XIX. Recife: UFPE, 2007.
THOMPSON, E. P. Costumes em comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
THOMPSON, E. P. Senhores e caçadores: a origem da lei negra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
VEIGA, C. G. Escola pública para os negros e os pobres no Brasil: uma invenção imperial. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, n. 39, p. 502-516, 2008.
VINCENT, G.; LAHIRE, B.; THIN, D. Sobre a história e a teoria da forma escolar. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 33, p. 7-47, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Mauriceia Ananias, Lays Regina Batista de Macena Martins dos Santos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores possuem direitos autorais dos seus textos:
A revista Educação & Formação permite ao autor os direitos de publicação, no entanto, recomenda um intervalo de dois anos para o caso de republicação.
Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.