"Resistir para existir": conservadorismo, gênero e sexualidade no contexto educacional
DOI:
https://doi.org/10.25053/redufor.v10.e14015Palavras-chave:
Educação sexual, Diversidade, Gênero e SexualidadeResumo
Em um contexto de recrudescimento dos discursos conservadores e de significativos retrocessos nas políticas públicas educacionais, a discussão sobre a educação sexual no espaço escolar precisa ser ampliada. Isso é fundamental para que a temática assuma centralidade no currículo, afastando os esvaziamentos induzidos pela expansão das forças conservadoras. Este artigo assume a educação sexual como um eixo estruturante de uma pedagogia comprometida com o reconhecimento das identidades de gênero e a valorização das orientações sexuais em sua diversidade. Ancorado nas contribuições teóricas de Vitiello (1995), Heilborn (2006), Silva (2014) e Santos (2018), o estudo analisa o papel da escola como espaço de disputa e transformação social, destacando seu potencial de resistência frente à perpetuação de preconceitos e estigmas. Com base em análise bibliográfica, o estudo aponta para a necessidade de práticas pedagógicas inclusivas, sustentadas por políticas públicas que promovam a equidade, o reconhecimento das diferenças e a consolidação de uma cultura escolar democrática.
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