Educação e igualdade: desmontando o mito da meritocracia
DOI:
https://doi.org/10.25053/edufor.v2i4.2375Palavras-chave:
Educação, Mercado de trabalho, Capitalismo, MeritocraciaResumo
Este artigo explora como a educação pós-guerra foi construída como a principal forma pela qual uma sociedade meritocrática poderia aparentemente ser criada na Grã- -Bretanha. O conceito de meritocracia de uma sociedade justa, em que há a igualdade de oportunidades na educação para todos, não importando origem nem classe social, aparentemente fornece a base segundo a qual a alocação no mercado de trabalho seria igualitária. Como este artigo argumenta, nada na educação opera fora da economia política mais ampla, o que no capitalismo é inerentemente desigual, uma vez que é sustentado pela existência de classes sociais antagonicamente opostas, separadas umas das outras pelo acesso desigual aos meios de circulação e produção. O sistema social do Reino Unido que ocorreu nos anos do pós-guerra não diminuiu as desigualdades dentro da estrutura de classes, mas sim o produto da reestruturação do trabalho, o que promoveu altas taxas de mobilidade estrutural. A “atribuição”, em vez da “capacidade”, continuou, consequentemente, a facilitar a questão da estratificação no mercado.
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