A formação pela experiência: o caso da primeira ialorixá do Terreiro da Nação Xambá (PE)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25053/redufor.v8.e11423

Palavras-chave:

História da Educação, História da Educação no Brasil, Educação não-formal

Resumo

Este artigo é fruto da análise da trajetória formativa de Maria das Dores da Silva (1900-1939), fundadora e primeira ialorixá do Terreiro de Santa Bárbara – Nação Xambá, terreiro de Candomblé localizado em Pernambuco. A pesquisa teve como objetivo analisar como o estudo sobre a formação dessa ialorixá contribui para o campo da História da Educação. Valendo-se metodologicamente da pesquisa bibliográfica, da pesquisa documental, da metodologia da História Oral e teoricamente da noção de educação não formal a partir de Gohn (2006) a pesquisa desvelou os processos formativos que compuseram a liderança religiosa de Maria Oyá, como ficou conhecida Maria das Dores da Silva, assim como revelou problemas de ser mulher, negra e praticante de religião de matriz afro-brasileira no período do Estado Novo (1937-1945) governado pelo então presidente Getúlio Vargas (1882-1954) que impediu as práticas religiosas que veneravam os orixás

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tayanne Adrian Santana Morais da Silva, Universidade Federal de Pernambuco

Doutoranda e mestra em Educação e licenciada em História pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Integra o Grupo de Estudos e Pesquisa Interdisciplinar em Formação Humana, Representações e Identidades - GEPIFHRI, Pernambuco, Brasil. Bolsista Facepe.

Raylane Andreza Dias Navarro Barreto, Universidade Federal de Pernambuco

Professora do Dfsfe do Centro de Educação e do Programa de pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco. Doutora em Educação (UFRN), com pós-doutoramento pela Universidade de Lisboa. Mestrado em Educação e Graduação em Ciências Sociais (UFS). Também é líder do Grupo de Estudos e Pesquisa Interdisciplinar em Formação Humana, Representações e Identidades - GEPIFHRI, Pernambuco, Brasil.

Referências

ALBERTI, V. História oral: a experiência do CPDOC. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2005.

AVELAR, A. S. A retomada da biografia histórica: problemas e perspectivas. Oralidades, São Paulo, v. 2, p. 45-60, 2007.

CAMPOS, Z. D. P. De Xangô a Candomblé: transformações no mundo afro-pernambucano. Horizonte: Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, Belo Horizonte, v. 11, p. 13-28, 2013. DOI: https://doi.org/10.5752/P.2175-5841.2013v11n29p13

CASALI, R. Guias e orixás: narrativas de expressões orais sobre os Candomblés do MS. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.

COSTA, F. J. M.; MOTA, B. G. N.; SANTANA, J. R. História das mulheres: formação docente, lutas e conquistas. Educação & Formação, Fortaleza, v. 7, e8015, 2022. DOI: https://doi.org/10.25053/redufor.v7.e8015

COSTA, V. G. Entre a África e o Recife: interpretações do culto Chambá. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [S.l.], v. 1, n. 3, p. 157-180, 2011.

DIEGUES, A. C.; ARRUDA, R. S. V. Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente; São Paulo: USP, 2001.

DOMINICÉ, P. O processo de formação e alguns dos seus componentes relacionais. In: NÓVOA, A.; FINGER, M. O método (auto)biográfico e a formação. 2. ed. Natal: UFRN, 2014. p. 77-90.

FRASER, M. T. D.; GONDIM, S. M. G. Da fala do outro ao texto negociado: discussões sobre a entrevista na pesquisa qualitativa. Paidéia, Ribeirão Preto, v. 14, n. 28, p. 139-152, 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-863X2004000200004

GOHN, M. G. Educação não-formal e o papel do educador(a) social. Revista Meta: Avaliação, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28-43, 2009. DOI: https://doi.org/10.22347/2175-2753v1i1.1

GOHN, M. G. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, p. 27-38, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40362006000100003

GUERRA, L. H. B. Xangô rezado baixo. Xambá tocando alto: a reprodução da tradição religiosa através da música. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2010.

LIMA, R. S. Entre o folclore e a religião: relações de poder e estratégias na construção da aceitação social e legitimação das religiões afro-pernambucanas (1945-1957). Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2017.

LIMA, V. A família de santo nos candomblés jejes-nagôs da Bahia: um estudo de relações intragrupais. Salvador: Corrupio, 2003.

MACHADO, V. S. A vivência religiosa no candomblé e a concepção junguiana do religare. Revista da Spagesp, Ribeirão Preto, v. 13, n. 2, p. 30-43, 2012.

MANUSCRITO SOBRE A HISTÓRIA DO TERREIRO DE SANTA BÁRBARA – NAÇÃO XAMBÁ, s.d. 3 p.

MASIERO, A. L. “Psicologia das raças” e religiosidade no Brasil: uma intersecção histórica. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, DF, n. 1, p. 66-79, 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-98932002000100008

MENEZES, L. As Yalorixás do Recife. Recife: Funcultura, 2005.

MIRANDA, C. A. C. Vivências amargas: a divisão de assistência a psicopatas de Pernambuco nos primeiros anos da década de 30. Clio: Revista de Pesquisa Histórica, Recife, n. 24, p. 63-102, 2006.

MONTELEONE, J. M. Costureiras, mucamas, lavadeiras e vendedoras: o trabalho feminino no século XIX e o cuidado com as roupas (Rio de Janeiro, 1850-1920). Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 27, n. 1, e48913, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n148913

OLIVEIRA, E. D. Filosofia da ancestralidade como filosofia africana: educação e cultura afro-brasileira. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação, Brasília, DF, n. 18, p. 28-47, 2012. DOI: https://doi.org/10.26512/resafe.v0i18.4456

PERNAMBUCO. Portaria n. 193, de 22 de janeiro de 1938. Diário Oficial do Estado de Pernambuco, Recife, 26 jan. 1938.

RAFAEL, U. N. Xangô Rezado Baixo: religião e política na primeira república. São Cristóvão: UFS, 2012.

SANTOS, W. N.; DANTAS JUNIOR, H. S.; ZOBOLI, F. Cinema, educação e africanidades: a memória no documentário Caixa d’água: qui-lombo é esse?. Educação & Formação, Fortaleza, v. 5, n. 3, p. 1-21, 2020. DOI: https://doi.org/10.25053/redufor.v5i15set/dez.2508

SILVA, R. N. A “Nova Escola do Recife”: o SERVIÇO DE HIGIENE MENTAL e sua relação com o campo indo-afro-pernambucano. 2018. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2018.

SILVA, V. G. Candomblé e umbanda: caminhos da devoção brasileira. 5. ed. São Paulo: Selo Negro, 2005.

Publicado

2023-11-25

Como Citar

SILVA, T. A. S. M. da; BARRETO, R. A. D. N. A formação pela experiência: o caso da primeira ialorixá do Terreiro da Nação Xambá (PE). Educ. Form., [S. l.], v. 8, p. e11423, 2023. DOI: 10.25053/redufor.v8.e11423. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/redufor/article/view/11423. Acesso em: 16 maio. 2024.