Mulheres embarcadas da pesca artesanal

apontamentos sobre educação, saberes e conflitos socioambientais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25053/redufor.v5i15set/dez.1977

Palavras-chave:

Pescadoras Embarcadas, Educação, Confitos socioambientais

Resumo

Esse artigo parte das reflexões desenvolvidas no âmbito da pesquisa que realizo com mulheres na pesca embarcada artesanal em duas lagoas do sul do Rio Grande do Sul. A investigação se desenvolve no diálogo entre as áreas da Educação Ambiental e Antropologia cujo objetivo é compreender de que forma os saberes ligados às suas práticas de trabalho, territorialidades e, de forma mais ampla, o modo de vida, se formam, atualizam e são transmitidos em processos educativos, bem como quais as estratégias de enfrentamento às outras racionalidades.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Liza Bilhalva Martins da Silva, Universidade Federal do Rio Grande

Doutoranda junto ao Programa de Pós Graduação em Educação Ambiental da Universidade Federal de Rio Grande - FURG. Mestra em Antropologia - Área de Concentração em Antropologia Social e Cultural pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pelotas (2014). Possui graduação Antropologia - Linha de Formação em Antropologia Social e Cultural pela Universidade Federal de Pelotas (2014) e em Direito pela Universidade Católica de Pelotas (1998). Desenvolve pesquisas em antropologia, educação ambiental, pesca artesanal, mulheres e trabalho, populações costeiras e saberes tradicionais, relações humanos e não-humanos, cultura e patrimônio, buscando perspectivas de aproximação entre antropologia, educação, ambiente e comunidades. Pesquisadora colaboradora do NECO - Núcleo de Estudos sobre Populações Costeiras e Saberes Tradicionais (FURG), membro do Laboratório Interdisciplinar de Estudos Feministas (LEF) da UFPel, do GEEUR (UFPEL) - Grupo de Estudos Etnográficos Urbanos, do GRAPETI (UFPEL) - Grupo de Apoio à Pesquisa Etnográfica com Imagem.

Gianpaolo Knoller Adomilli, Universidade Federal do Rio Grande

Bacharel em Ciências Sociais (2001) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Mestre (2003) e Doutor (2007) em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Professor da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, vinculado ao Instituto de Ciências Humanas e da Informação - ICHI, curso de Bacharelado em Arqueologia, Participa do Programa de Pós Graduação em Educação Ambiental - PPGEA - FURG, na linha de pesquisa Fundamentos da Educação Ambiental,(FEA) e coordena o Núcleo de Estudos sobre Saberes Costeiros - NECO / FURG (Diretório dos Grupos de Pesquisa CNPq). Tem experiência nas áreas de Antropologia social/cultural e de Educação Ambiental. Desenvolve estudos sobre coletivos costeiros, principalmente em torno do viver/habitar de comunidades pesqueiras, com foco nos temas territorialidade, ambiente e aprendizagem

Referências

ADOMILLI, G. Terra e mar, do viver e do trabalhar na pesca marítima: tempo, espaço e ambiente junto a pescadores de São José do Norte-RS. 2007. 343 f. Tese (Doutorado em Antropologia) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

ADOMILLI, G. Trabalho, meio ambiente e conflito: um estudo antropológico sobre a construção da identidade social dos pescadores do Parque Nacional da Lagoa do Peixe- -RS. 2003. 114 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.

BACHELARD, G. A dialética da duração. 2. ed. São Paulo: Ática, 1994.

BECK, A. Lavradores e pescadores: um estudo sobre o trabalho familiar e trabalho acessório. Florianópolis: UFSC, 1979. Mimeografado.

BRASIL. Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009. Dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca, regula as atividades pesqueiras, revoga a Lei no 7.679, de 23 de novembro de 1988, e dispositivos do Decreto-Lei no 221, de 28 de fevereiro de 1967, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 30 jun. 2009.

DIEGUES, A. C. Pescadores, sitiantes e trabalhadores domar. 1979. 314 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1979.

FOLADORI, G.; TAKS, J. O olhar antropológico sobre a questão ambiental. Revista Mana, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 323-348, 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0104-93132004000200004. Acesso em: 20 abr. 2020.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 13. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

GERBER, R. M. As mulheres e o mar: pescadoras embarcadas no litoral de Santa Catarina, sul do Brasil. Florianópolis: UFSC, 2015.

GIDDENS, A. Sociologia. 2. ed. Madrid: Alianza, 1995.

HELLEBRANDT, L. Negociando com os homens e entregando a Deus: notas sobre as mulheres pescadoras de Quissamã/RJ. In: REUNIÃO DE ANTROPOLOGIA DO MERCOSUL, 13., 2019, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: UFRGS, 2019.

HELLEBRANDT, L. Mulheres da Z3 – o camarão que “come” as mãos e outras lutas: contribuições para o campo de estudos sobre gênero e pesca. 2017. 173 f. Tese (Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017.

INGOLD, T. Educação da atenção. Educação, Porto Alegre, v. 33, n. 1, p. 6-25, 2010.

LEFF, E. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade. Petrópolis: Vozes, 2001.

LITTLE, P. E. Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade. Anuário Antropológico, Brasília, DF, v. 28, n. 1, p. 251-290, 2003. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6871/7327. Acesso em: 20 abr. 2020.

MANESCHY, M. C. A mulher está se afastando da pesca? Continuidade no papel da mulher na manutenção doméstica entre famílias de pescadores no litoral do Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, v. 11, n. 2, p. 145-166, 1995. Disponível em: https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/821/1/b%20mpeg%20ant%2011%282%29%201995%20maneschy.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.

MOTTA-MAUÉS, M. A. Trabalhadeiras e camarados: um estudo sobre o status das mulheres numa comunidade de pescadores. 1977. 167 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 1977.

PIEDRAS, S. R. N. et al. Caracterização da atividade pesqueira na Lagoa Mirim, Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v. 18 n. 2-4, p. 107-116, 2012.

PIEVE, S. M. N.; KUBO, R. R.; COELHO DE SOUZA, G. A dinâmica do conhecimento ecológico local: um estudo etnoecológico sobre a resiliência dos pescadores artesanais da Lagoa Mirim, Rio Grande do Sul, Brasil. In: ADOMILLI, G. K. et al. (Org.). Povos e coletivos pesqueiros: estudos etnográficos e perspectivas socioantropológicas sobre o viver e o trabalhar. Rio Grande: FURG, 2012. p. 205-220.

RIO GRANDE DO SUL. Lei nº 15.223, de 5 de setembro de 2018. Institui a Política Estadual de Desenvolvimento Sustentável da Pesca no Estado do Rio Grande do Sul e cria o Fundo Estadual da Pesca. Diário Oficial do Estado, Porto Alegre, Poder Executivo, 6 ago. 2018.

SAUVÉ, L. Uma cartografia das correntes em Educação Ambiental. In: SATO, M.; CARVALHO, I. (Org.). Educação Ambiental: pesquisas e desafios. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 17-44.

SCHAVELZON, S. Antropología del Estado, su lugar, algunas problemáticas. Antropología y Ciencias Sociales, Argentina, v. 9, p. 75-100, 2010.

SCHWOCHOW, R. S.; ZANBONI, A. J. O estuário da Lagoa dos Patos: um exemplo para o ensino de ecologia no nível médio. Cadernos de Ecologia Aquática, Rio Grande, v. 2, n. 2, p. 13-27, 2007.

SOUZA, C. G. et al. Etnobiologia, multidisciplinaridade e extensão: conflitos de uso dos recursos naturais e a etnoconvervação. In: ARAÚJO, T. A. S.; ALBUQUERQUE, U. P. Encontros e desencontros na pesquisa etnobiológica: os desafios do trabalho em campo. Recife: Nupeea, 2008. p. 41-70.

SOUZA, J.; MARINHO, M. A. C. As águas onde pescam as mulheres. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO, 13., 2017, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UENF, 2017. Disponível em: https://www.mulheresnapesca.uenf.br/prod/oral-abrasd-joseane.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.

STEIL, C. A.; CARVALHO, I. Epistemologias ecológicas: delimitando um conceito. Mana, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 163-183, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/mana/v20n1/a06v20n1.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.

WAGNER, R. A invenção da cultura. São Paulo: Cosac Naify, 2010.

WOORTMANN, E. F. Da complementaridade à dependência: espaço, tempo e gênero em comunidades ‘pesqueiras’. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 18, p. 41-61, 1991.

Publicado

2020-07-08

Como Citar

SILVA, L. B. M. da; ADOMILLI, G. K. Mulheres embarcadas da pesca artesanal: apontamentos sobre educação, saberes e conflitos socioambientais. Educ. Form., [S. l.], v. 5, n. 3, p. e1977, 2020. DOI: 10.25053/redufor.v5i15set/dez.1977. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/redufor/article/view/1977. Acesso em: 21 nov. 2024.