A criação da Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo para a formação de mulheres
DOI:
https://doi.org/10.25053/redufor.v8.e11458Palavras-chave:
Formação de Mulheres, Escola Confessional, Escola Doméstica, Nossa Senhora do AmparoResumo
O artigo resulta da investigação sobre a Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo, fundada em janeiro de 1871, na cidade de Petrópolis, que tinha como premissa atender a meninas pobres, órfãs e desvalidas. O objetivo geral é analisar as expectativas da formação confessional feminina para a infância desvalida, moldada no interior daquela instituição. Em um plano mais específico, o estudo propõe-se a investigar a educação feminina católica e suas concepções transmitidas desde a infância; as práticas pedagógicas educativas produzidas no interior da escola; e a cultura material escolar católica como uma construção que se manifesta de diferentes formas. Trata-se de uma pesquisa histórica, cujo corpus documental é constituído, sobretudo, pelo acervo existente no interior da escola, em um arquivo intitulado “Sala-Museu”. Assim, o estudo configura-se em uma contribuição para a história das mulheres das camadas mais desfavorecidas da população, cujos registros de suas práticas educacionais ainda se encontram silenciados.
Downloads
Referências
ALVES, C. Educação, memória e identidade: dimensões imateriais da cultura material escolar. História da Educação, Pelotas, v. 14, n. 30, p. 101-125, 2010.
BOTO, C. Instrução pública e projeto civilizador: o século XVIII como intérprete da ciência, da infância e da escola. São Paulo: Unesp, 2017.
CAMARA, S. Sob a guarda da república: a infância menorizada no Rio de Janeiro da década de 1920. Rio de Janeiro: Faperj, 2010.
CECCHIN, C.; CUNHA, M. T. S. Tenha modos! Educação e sociabilidades em manuais de civilidade e etiqueta (1900 – 1960). In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PROCESSO CIVILIZADOR, 10., 2007, Campinas. Anais [...]. Campinas: Unicamp, 2007. p. 1-11.
CHAVES, A. M.; GUIRRA, R. C.; BORRIONE, R. T. M.; SIMÕES, G. A. Significados de proteção a meninas pobres na Bahia do século XIX. Pscicologia em Estudo, Maringá, v. 8, p. 85-95, 2003. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-73722003000300011. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-73722003000300011
CHIOZZINI, D. F.; LEAL, L. S. As alunas negras da Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo (1889-1910). Revista Brasileira de História da Educação, Maringá, v. 22, n. 1, p. e213, 2022. DOI: https://doi.org/10.4025/rbhe.v22.2022.e213. DOI: https://doi.org/10.4025/rbhe.v22.2022.e213
CORREIO Paulistano, ed. 4172, v. 17, p. 1-2, 1870.
CUNHA, M. T. S. Acervos escolares: olhares ao passado no tempo presente. História da Educação, Rio Grande, v. 19, n. 47, p. 293-296, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/2236-3459/58105
CUNHA, M. T. S. (Des)arquivar: arquivos pessoais e ego-documentos no tempo presente. São Paulo: Florianópolis: Rafael Copetti, 2019.
CUNHA, M. T. S. Do coração à caneta: cartas e diários pessoais nas teias do vivido (décadas de 60 a 70 do século XX). História: Questões & Debates, Curitiba, n. 59, p. 115-142, 2013. DOI: https://doi.org/10.5380/his.v59i2.37036
DEL PRIORE, M. O cotidiano da criança livre no Brasil entre a Colônia e o Império: história das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000.
ELIAS, N. A Sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2011.
ESCOLANO BENITO, A. B. A escola como cultura: experiência, memória, arqueologia. Campinas: Alínea, 2017.
FUNARI, P. P.; ZARANKIN, A. Cultura material escolar: o papel da arquitetura. Pro-Posições, Campinas, v. 16, n. 1, p. 135-144, 2016.
HARTOG, F. Crer em história. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
HEYMANN, L. Q. O lugar do arquivo: a construção do legado de Darcy Ribeiro. Rio de Janeiro: Contracapa/Faperj, 2012.
JULIA, D. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da Educação, Maringá, v. 1, n. 1, p. 9-44, 2012.
LEAL, L. S. Escola Doméstica Nossa Senhora do Amparo e o processo de escolarização de mulheres negras na Primeira República (1889-1910). 2017. Dissertação (Mestrado em Educação: História, Política, Sociedade) – Programa de Pós-Graduação em Educação: História, Política, Sociedade, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2017.
LIRA, M. H. C. Academia das santas virtudes: a educação do corpo feminino pelas beneditinas missionárias nas primeiras décadas do século XX. In: SOUZA, E. F. (org.). Histórias e memórias da educação em Pernambuco. Recife: UFPE, 2009. p. 21-40.
MAUAD, A. M. A vida das crianças de elite durante o Império. In: DEL PRIORE, M. (Org.). História das crianças no Brasil. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2010. p. 137-176.
MOGARRO, M. J. Arquivo e educação: a construção da memória educativa. Sísifo: Revista de Ciência da Educação, São Paulo, n. 1, p. 71-84, 2005.
O MERCANTIL, ed. 8, v. 19, p. 2, 1870.
PERROT, M. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2019.
POLETTO, J. T. “Preparadas para a vida”: uma escola para mulheres, Colégio São José (Caxias do Sul/RS, 1930-1966). 2020. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2020.
RELATÓRIO. Escola Doméstica de Nossa Senhora do Amparo. 1877.
RIBEIRO, I.; SILVA, V. L. G. Das materialidades da escola: o uniforme escolar. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 3, p. 575-588, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S1517-97022012000300003
RIZZINI, I.; PILOTTI, F. A arte de governar crianças: a história das políticas sociais, da legislação e da assistência à infância no Brasil. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
SIQUEIRA, P. Opúsculo sobre a educação. [S.l.: s.n.], 1877.
SOUZA, A. W. S. Os manuais de caligrafia e seu vínculo com o desenho no Brasil do século XVIII. Sitientibus, Feira de Santana, n. 40, p. 39-58, 2009.
STAMATTO, M. I. S. Asistencia social educativa para la infancia desvalida (Brasil, 1822-1889). Revista Iberoamericana de Educación, Madrid, v. 75, p. 89-110, 2017. DOI: https://doi.org/10.35362/rie7501248
TAVARES, M. C. C. A obra do padre Siqueira para a educação da pobreza: “a mais desvalida, a do sexo feminino”. 2022. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
VASCONCELOS, M. C. C. Ensinamentos e contos: Maria Amália Vaz de Carvalho e sua estratégia para a educação da mulher. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 20, n. 67, 2020. DOI: 10.7213/1981-416X.20.067.DS02. DOI: https://doi.org/10.7213/1981-416X.20.067.DS02
VASCONCELOS, M. C. C.; BOTO, C. A educação domiciliar como alternativa a ser interrogada: problema e propostas. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 1, n. 2014654, p. 1-21, 2019. DOI: https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v15.14654.019
VASCONCELOS, M. C. C.; LEAL, M. J. S. C. Dos traços de pecadora aos modos recatados: a educação do corpo feminino. In: NADER, M. B. (org.). Gênero & racismo: múltiplos olhares. Vitória: Secadi, 2014. p. 14-41.
![](https://revistas.uece.br/public/journals/3/submission_11458_10455_coverImage_pt_BR.webp)
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Micheli da Cruz Cardoso, Maria Celi Chaves Vasconcelos
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores possuem direitos autorais dos seus textos:
A revista Educação & Formação permite ao autor os direitos de publicação, no entanto, recomenda um intervalo de dois anos para o caso de republicação.
Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.