Um processo educativo sui generis: a pedagogia para o amor em um idílio abrasileirado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25053/redufor.v8.e11262

Palavras-chave:

Amar, verbo intransitivo, Ensino doméstico, História da educação, Idílio

Resumo

O presente artigo busca compreender o sentido e a natureza do rótulo “idílio”, empregado propositalmente por Mário de Andrade no romance Amar, verbo intransitivo, como importante elemento para leitura da obra, enfatizando as representações de professoras que atuavam nas casas de algumas famílias ricas paulistanas no início do século XX. A pedagogia do amor como contingência de um tipo de necessidade social contrasta com o sentido clássico de idílio, pois nessa obra denota peculiar pureza que é implacável para uma demandada educação amorosa que visava a proteção patrimonial. Utilizamos para a elaboração dessa pesquisa a metodologia pertinente à noção de operação historiográfica, por meio da qual pudemos verificar que o texto literário, através da verossimilhança, também possui aptidão para iluminar o passado educativo. 

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Biografia do Autor

Marco Antonio de Santana, Universidade Federal de Jataí

Vencedor do Prêmio Capes de Teses 2023 na área da educação. Doutor em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia. Possui Mestrado Acadêmico em Direito Público e Especialização em Direito Tributário, ambos pela PUC Minas, Belo Horizonte/MG; Licenciado em História e Pedagogia; Bacharel em Direito. Membro do Grupo de Pesquisa Direito à Educação e Cidadania, da Linha de Pesquisa: A educação em constituintes estaduais. Membro do Grupo de Pesquisa Direito à Educação e Cidadania, no âmbito do PGED da PUC Minas. Membro do Grupo de Pesquisa Estudos interdisciplinares em História da Educação, no âmbito do PPGED da UFU. Professor da Universidade Federal de Jataí.

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Publicado

2023-10-18

Como Citar

SANTANA, M. A. de. Um processo educativo sui generis: a pedagogia para o amor em um idílio abrasileirado. Educ. Form., [S. l.], v. 8, p. e11262, 2023. DOI: 10.25053/redufor.v8.e11262. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/redufor/article/view/11262. Acesso em: 16 maio. 2024.