Ensino remoto e crise da aprendizagem: críticas às prescrições do Banco Mundial

Autores

Palavras-chave:

Crise da Aprendizagem, Ensino Remoto, Banco Mundial, Educação

Resumo

Este trabalho possui o objetivo geral de analisar, criticamente, as prescrições do Banco Mundial (BM) acerca da crise da aprendizagem em seus relatórios referentes às políticas públicas educacionais brasileiras no contexto de ensino remoto. Esta pesquisa se fundamenta na crítica marxista e possui um caráter bibliográfico e documental, tendo como suporte teórico os escritos de Mészáros (2010), Pereira (2018) e Chaves (2019), Seki (2021), dentre outros. Para a investigação, serão analisados os documentos lançados pelo Banco Mundial nos anos de 2018 a 2022, por serem os principais registros feitos pelo referido organismo expressando orientações para vencer a “crise da aprendizagem” diante do ensino remoto, destacando tal condição como um problema global, relativo ao desenvolvimento econômico, agravado em tempos de pandemia. Por fim, conclui-se que as orientações do Banco implicam em um forte teor privatista, visto que priorizam o aumento das avalições externas e do ensino híbrido como forma de privatizar a educação pública em outras dimensões, alargando o que seria uma “janela de oportunidade” para as corporações do campo da educação e do âmbito das tecnologias.

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Biografia do Autor

Lívian de Almeida Queiroz, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)

Graduanda em Letras Língua Portuguesa e Respectivas Literaturas (UERN). Membro do projeto de pesquisa PIBIC/UERN.

Jociene Araújo Lima, Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Pedagoga (UERN). Especializanda em Educação e contemporaneidade (IFRN).  Mestranda em Educação e Ensino pelo Mestrado Acadêmico Intemcampi – MAIE/UECE. Membro    do    Grupo    de    Estudos    e    Pesquisas    em    Estado    Educação    e    Sociedade (GEPEES/UERN/CNPq).

Emanuela Rútila Monteiro Chaves, Universidade do Rio Grande do Norte

Professora Adjunta do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Doutora em Educação pelo Programa de Pós- Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará (PPGE/UFC). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Estado Educação e Sociedade (GEPEES/UERN/CNPq). Membro do Instituto de Estudos e pesquisas do Movimento Operário (IMO/UECE).

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Publicado

2022-10-28

Como Citar

Queiroz, L. de A. ., Lima, J. A. ., & Chaves, E. R. M. . (2022). Ensino remoto e crise da aprendizagem: críticas às prescrições do Banco Mundial. Ensino Em Perspectivas, 3(1), 1–12. Recuperado de https://revistas.uece.br/index.php/ensinoemperspectivas/article/view/8759