Feminização das migrações: mulheres guineenses no vale da Amoreira na pandemia Covid-19
DOI:
https://doi.org/10.52521/enpe.v5i1.13992Palavras-chave:
Migração feminina, Mulheres guineenses, Redes sociaisResumo
A nível global, o período da pandemia Covid-19 foi marcado por sérias dificuldades sociais que afetaram de forma diferenciada as mulheres, especialmente as mulheres do Sul Global. Destacamos o caso das mulheres guineenses no bairro do Vale da Amoreira, na Grande Lisboa (Portugal). A mobilização e articulação nas redes sociais, em particular a entreajuda entre as mulheres guineenses na diáspora, constituíram estratégias que reforçaram a participação e a construção da cidadania na superação de diversas dificuldades, tais como a busca por emprego, o cuidado com os filhos, o acolhimento na chegada a Portugal e o apoio para quem precisou partir para outro país na Europa. Como método de análise, através das lentes etnográficas e do convívio com as participantes da pesquisa, constatámos que as redes de apoio tinham uma base intraétnica: no caso, as mulheres manjacas (etnia) e as mulheres muçulmanas (mandingas e fulas) acionavam as suas famílias na Guiné-Bissau, bem como os conterrâneos que anteriormente haviam imigrado para Portugal e estavam agora noutros países da Europa. É importante destacar que o isolamento social, medida adotada pela Organização Mundial da Saúde, não correspondia à realidade de parte dessas mulheres.
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