UMA AULA SIMULADA COM FUTUROS PROFESSORES DE MATEMÁTICA
PRATICANDO A MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO DE NÚMEROS NATURAIS, POR MEIO DOS OSSOS DE NAPIER
DOI:
https://doi.org/10.30938/bocehm.v5i14.234Palavras-chave:
História da Matemática; Material Didático; Ossos de Napier; Aula Simulada.Resumo
O presente trabalho almeja relatar a experiência de uma aula simulada com futuros professores de matemática, estudantes de graduação do curso de licenciatura em matemática na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mais especificamente na disciplina Laboratório de Ensino de Matemática II (LEM II). Tal experiência é fruto de pesquisa bibliográfica realizada pelos autores no tocante ao uso de material/artefato histórico para o trabalho de operações com números naturais. Como resultado de tal investigação chegou-se ao material (Ossos de Napier) desenvolvido pelo matemático John Napier (1550-1617) para necessidades comerciais de sua época. Nos referimos ao contexto histórico da expansão comercial e marítima da Europa (entre os séculos XV e XVII). Vale ressaltar que nessa época cada país tinha sua moeda e cada moeda tinha seu valor, o que apresentava muita dificuldade nas conversões de moeda no momento do comércio. Além disso, as multiplicações eram muito grandes e demoravam um tempo para serem efetuadas, atrasando também a comercialização. Ossos de Napier é um material comparado à calculadora usual de hoje em dia que transforma, através de processos semimecânicos, a multiplicação em soma, facilitando os cálculos. Por esse motivo, foi muito importante em seu contexto resolvendo problemas práticos de transações comerciais. Tal contexto foi apresentado aos alunos da disciplina de LEM II simulando o ambiente de aula dirigida a uma turma do sexto ano do ensino fundamental, anos finais, em que tratamos, a partir de problemas, a prática e o reforço da multiplicação e divisão de números naturais, com o apoio do referido material. Para tanto, iniciamos com exposição dialogada dos aspectos históricos com apoio de recursos de apresentação, em seguida, explicamos o material e encaminhamos atividades a serem realizadas pelos discentes. Ao fim, proferimos avaliação inclusive sobre a viabilidade de uso de tal recurso numa turma original do sexto ano. Dessa avaliação, realizada por entrevista coletiva com a turma, conseguimos perceber o interesse desses licenciandos, em nossa aula, já que apenas dois deles conheciam o material, sendo um material manipulativo novo para a maioria dos presentes. Vale destacar também as discussões provocadas pela docente da disciplina em que se aplicou essa aula, bem como as observações dos próprios futuros professores, destacando a importância, inclusive para eles como professores em formação, da história da matemática e do uso de materiais manipulativos para se ensinar matemática.