Narrativa de escolarização de uma trans no Noroeste Paulista

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47149/pemo.v6.e13520

Palabras clave:

Memória, Trans, Exclusão, Família, Escola

Resumen

Este artigo apresenta parte dos resultados de uma pesquisa de mestrado em educação, desenvolvida junto à Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS – Unidade de Paranaíba/MS. O objetivo é apresentar e analisar o relato de escolarização de Samantha[1], uma mulher trans do Noroeste Paulista, abordando questões de educação e transexualidade. Para cumprir esse objetivo, foi utilizada uma metodologia qualitativa de abordagem pós-crítica, por meio de uma entrevista em profundidade semiestruturada. Os resultados da entrevista revelam vários pontos de tensão e conflito em relação a um conjunto de mecanismos heteronormativos na escola, incluindo experiências de rejeição e exclusão tanto por parte da família quanto da escola, e as consequências negativas desses fatores em sua trajetória de vida, processos de subjetivação e identificação.

 

 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Éder Junio da Silva, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - Unidade Paranaíba/MS

Professor do Curso de Direito da Universidade Brasil (UB). Docente da ETEC de Fernandópolis/SP. Mestre em Educação pela UEMS-Paranaíba/MS. Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Antirracista, em Diversidades e em Direitos Humanos (NEPEADDH-UEMS).

Fernando Guimarães Oliveira da Silva, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Professor do Programa PGEDU em Educação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS-Paranaíba/MS). Doutor em Educação pela UEM-Maringá/PR. Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesq. em Educação Antirracista, em Diversidades e em Direitos Humanos (NEPEADDH).

Citas

ALVES, C.E.R.; MOREIRA, M.I.C. Do uso do nome social ao uso do banheiro: (trans)subjetividades em escolas brasileiras. Cadernos de Psicologia, 2015, v. 17, n. 3, p. 59-69.

BARTHOLOMAEUS, C., & RIGGS. Pessoas transgênero e educação. Nova York, NY: Palgrave Macmillan. 2018.

BASÍLIO, A.L.B. Os desafios para as escolas garantirem os direitos dos estudantes trans. Carta Capital, 2020. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/educacao/os-desafios-para-as-escolas-garantirem-os-direitos-dos-estudantes-trans/. Acesso em: 14 ago. 2024.

BAUER, M.W.; GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 2017.

BENTO, B. As famílias que habitam “a família”. Sociedade e Cultura (Impresso), v. 15, p. 275-283, 2012. Disponível em: < https://revistas.ufg.br/fcs//article/view/22396/13408>. Acesso em: 14 Ago. 2024.

BENTO, B. Nome social para pessoas trans: cidadania precária e gambiarra legal. Contemporânea. v. 4, n. 1, p. 165-182, jan./jun. 2014. Disponível em: < https://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contemporanea/article/view/197/101>. Acesso em: 15 Ago. 2024.

BRASIL. Decreto nº 8.727, de 28 de abril de 2016. Dispõe sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 29 abr. 2016. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/D8727.htm>. Acesso em: 17 ago. 2024.

BRAZ, D. G. DE C., REIS, M. B., HORTA, A. L. DE M., & FERNANDES, H. Vivências familiares no processo de transição de gênero. Acta Paulista de Enfermagem, 33, eAPE20190251. 2020, p. 251. Disponível em: https://doi.org/10.37689/acta-ape/ . https://www.scielo.br/j/ape/a/czHnsGb3ghN9XgsdQsxVCvR/#. Acesso: 17 ago. 2024.

CÁNEPA, N.M. Infâncias trans. Despatologização, papel adulto e proteção institucional subjetiva. MILLCAYAC - Revista Digital de Ciências Sociais, 5 (9), 257-274. 2018.

CARMO, B. C. M.; FUMES, N. L. F; LIRA, W. P. Direito ao uso do nome social por estudantes transgêneros em contraposição ao poder familiar. Educação. Santa Maria, v. 46, e 40406, jan. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.5902/1984644440406. http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-64442021000100222 Acesso: 8 ago. 2024.

CORREA, C.M.A. Subjetividades em trânsito: nome social, travestilidades e transexualidades em duas universidades públicas do Sul do Brasil. 379f. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017.

DENZIN, N.K.; LINCOLN, Y.S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens*. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.

FERNANDES, S.F.; DUQUE, T. “Jovens trans” e o direito à educação: reflexões sobre a (não)formação continuada de professoras/es da rede pública de corumbá (ms). In: III Jornada Brasileira de Educação e Linguagem. Anais eletrônicos, 2021.

FRANCO, N. Professoras trans brasileiras: ressignificações de gênero e de sexualidades no contexto escolar. 2014. 266f. Tese (doutorado em Educação) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2014.

FRANCO, N. Transfobia e cotidiano escolar: impactos na relação discente/docente. Revista de Educação Pública, Cuiabá, v. 27, 2018, p. 469-486. Disponível em: < https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/6592/4283>. Acesso: 31 jul. 2024.

GAVILÁN, J. Infância e transexualidade. Octaedro. 2018.

GOMES, M. H. A.; SILVEIRA, C. Sobre o uso de métodos qualitativos, ou a falta que faz uma teoria. Rev. Saúde Pública. 46(1):160-5, 2017.

JESUS, J.G. Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos. Brasília, 2012.

JUNQUEIRA, R. Política pública educacional com propósitos inclusivos. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Diversidade Sexual na Escola: uma proposta de reflexão para educadoras e educadores. 3. ed. Brasília: MEC, 2019. p. 163-164.

LIMA, T. Educação básica e o acesso de transexuais e travestis à educação superior. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 2020, (77), 70–87. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v1i77p70-87.https://www.scielo.br/j/rieb/a/jfYd7V5qLByWf9bY4MgCbqC/?lang=pt#. Acesso: 17 ago. 2024.

LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: das afinidades políticas às tensões teórico-metodológicas. Educ. rev. 46, 2007, p. 201, 2018.

MACHADO, D. F. C.; ALMEIDA, E. R. L.; SANTINI, M. A. Interseções entre socialização de gênero e violência contra a mulher por parceiro íntimo. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 26, suppl 3, pp. 5003-5012, 2021. Disponível em: https://scielosp.org/article/csc/2021.v26suppl3/5003-5012/#. Acesso: 11 ago. 2024.

MAGANTO, C.; PERIS, M.; GARAIGORDOBIL, M. Conhecimento da identidade sexual na primeira infância: sexo e atribuições de gênero. Jornal Europeu de Pesquisa em Saúde, 4(3), 169-179. 2018.

MINAYO, M. C. S.; GUERRIERO, I.C. Z. Reflexividade como éthos da pesquisa qualitativa. Ciência Saúde Coletiva. p. 1103-1112, 2014.

OLIVEIRA, A. A. P. de. Destransição De Gênero: Um Estudo De Caso De Cattylares E A Influência Da Religião Na Experiência Dedestransicionistas – Uma Análise De Notícias Online Erevisão Bibliográfica. Revista OWL (OWL JOURNAL). ISSN: 2965-2634. vol. 1, n. 1, Campina Grande, jun. 2023. Disponível em https://www.revistaowl.com.br/index.php/owl/article/view/24/32. Acesso em: 8 ago. 2024.

OLIVEIRA, M. É preciso romper com a transfobia estrutural no serviço público. Entrevista concedida a Clara Becker. Jornal Nexo, 14 de março de 2021. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/profissoes/2021/03/14/%E2%80%98%C3%89-preciso-romper-com-a-transfobia-estrutural-no-servi%C3%A7o-p%C3%BAblico%E2%80%99. Acesso em: 31 jul. 2024.

PERES, W.S. Cenas de exclusões anunciadas: travestis, transexuais, transgêneros e a escola brasileira. In: JUNQUEIRA, R. Diversidade sexual na educação: problematizações sobre a homofobia nas escolas. Brasília: MEC, 2009, p. 235-264.

PÉRICO, L. Educação e Sexualidade: a discriminação do público trans no contexto escolar. 82f. Dissertação (Mestrado em Educação Sexual) - Universidade Estadual Paulista - Araraquara, 2021.

SANTOS, D.B.C. Docências trans*: entre a decência e a abjeção. 447f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2017.

SILVA, É. J. Práticas de gestão escolar e o uso do nome social como um direito fundamental em escolas públicas da Rede Estadual de uma região paulista. Dissertação de Mestrado - Pós-Graduação em Educação - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Paranaíba/MS, 2023.

SILVA, M.A.L. et al. Trabalho e saúde na população transexual: fatores associados à inserção no mercado de trabalho no estado de São Paulo, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 25, n. 5, pp. 1723-1734. 2020. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/2020.v25n5/1723-1734/#. Acesso: 11 ago. 2024.

SOUSA, V. P. Desconstruindo a cis-heterossexualidade: uma perspectiva decolonial. ARTEFACTUM, Rio de Janeiro, v. 16, n.1, 2018. Disponível: <http://www.artefactum.rafrom.com.br/index.php/artefactum/article/view/1605>. Acesso: 20 set. 2023.

SOUZA-JÚNIOR, P. R. B. et al. Desenho da amostra da Pesquisa Nacional de Saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 24(2), 207-216, 2017. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742015000200003&lng=pt&tlng=pt . Acesso em: 10 nov. 2023.

TOLEDO, L. G.; TEIXEIRA FILHO, F. S. Homofobia familiar: abrindo o armário ‘entre quatro paredes’. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, n. 65, v. 3, p. 376-391, 2013.

ZERBINATI, J. P.; BRUNS, M. A. T. A família de crianças transexuais: o que a literatura científica tem a dizer? Pensando fam., Porto Alegre, v. 22, n. 2, p. 37-51, dez. 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2018000200004&lng=pt&nrm=iso . Acesso em: 11 ago. 2024.

Publicado

2024-10-15

Cómo citar

SILVA, Éder J. da; SILVA, F. G. O. da. Narrativa de escolarização de uma trans no Noroeste Paulista . Práticas Educativas, Memórias e Oralidades, [S. l.], v. 6, p. e13520, 2024. DOI: 10.47149/pemo.v6.e13520. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/revpemo/article/view/13520. Acesso em: 21 nov. 2024.