Representação de famílias e educação dos filhos em amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade (1944)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47149/pemo.v5.e11261

Palavras-chave:

Amar, verbo intransitivo, História da educação, Representação de família, Representação de educação dos filhos

Resumo

O presente artigo tem por finalidade realizar uma análise da obra modernista Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade (1944), buscando evidenciar, a partir do romance, como as famílias ricas paulistanas da República Velha foram nele abordadas, bem como o que tal texto pode revelar acerca da educação dos filhos. Utilizou-se nesse empreendimento, sobretudo, a noção de representação, considerando que tal categoria não se confunde com imitação do real, mas edificação feita a partir dele, bem como que a literatura é artefato cultural apta a revelar sentidos atribuídos ao mundo, e que esses sentidos se manifestam em palavras, imagens, discursos, práticas e coisas. Quanto ao método, foi utilizada a noção de operação historiográfica (Certeau, [1975]/2020), que consiste em análise crítica de vestígios do passado transformados em fonte.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marco Antonio de Santana, Universidade Federal de Uberlândia

Vencedor do Prêmio Capes de Teses 2023 na área da educação. Pós-doutorado EM ANDAMENTO no Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), sob supervisão do Prof. Dr. Carlos Roberto Jamil Cury, com pesquisa historiográfica sobre a educação no processo legislativo da Constituinte do Estado de Goiás de 1947 e do Tocantins de 1989. Doutor em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU (2022). Membro do Grupo de Pesquisa Direito à Educação e Cidadania, da Linha de Pesquisa: A educação em constituintes estaduais. Membro do Grupo de Pesquisa Direito à Educação e Cidadania, no âmbito do PGED da PUC Minas. Membro do Grupo de Pesquisa Estudos interdisciplinares em História da Educação (fontes, teoria e metodologia), no âmbito do PPGED da UFU. Possui Especialização em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e o Mundo do Trabalho pela UFPI (2023); Especialização em Linguagens, suas tecnologias e o mundo do trabalho pela UFPI (2022); Mestrado Acadêmico em Direito Público (2014) e Especialização em Direito Tributário (2010), ambos pela PUC Minas, Belo Horizonte/MG; Licenciado em História (2022) e Pedagogia (2017); Bacharel em Direito (2009).

Referências

ANDRADE, Mário de. Amar, verbo intransitivo: idílio (1944). 16. ed. Belo Horizonte: Villa Rica, 1995. (Coleção Biblioteca de Literatura Brasileira, 2).

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família (1975). Rio de Janeiro: LTC, 2017.

AZEVEDO, Fernando de et al. Manifesto dos pioneiros da Educação Nova (1932) e dos educadores 1959. Recife: Fundação Joaquim Nabuco: Massangana, 2010. (Coleção Educadores). Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4707.pdf. Acesso em: 17 maio 2023.

BENEDICT, Ruth. O crisântemo e a espada: padrões da cultura japonesa. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2002.

CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade (1965). 13. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2019.

CERTEAU, Michel de. A Escrita da história (1975). 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.

CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis historiador. São Paulo: Cia. das Letras, 2003.

CHARTIER, Roger. História cultural: entre práticas e representações. Lisboa: DIFEL, 2002.

COSTA, Cristina. A imagem da mulher: um estudo de arte brasileira. Rio de Janeiro: Senac Rio, 2002.

CUNHA, Marcus Vinícius da. A escola contra a família. In: LOPES, Eliane Marta Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes; VEIGA, Cynthia Greive (org.). 500 anos de educação no Brasil. 4. reimp., 5. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2020. p. 447-468.

DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução (1990). São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

DEL PRIORE, Mary (org.). História das Mulheres no Brasil (1997). 10. ed. São Paulo: Contexto, 2017a.

DEL PRIORE, Mary. Histórias e conversas de mulher: amor, sexo, casamento e trabalho em mais de 200 anos de história. 2. ed. São Paulo: Planeta, 2017b.

DUARTE, Adriano; BOTELHO, Denilson. Sobre as relações dialéticas entre história e literatura. ArtCultura, Uberlândia, v. 23, n. 42, p. 48-49, jun. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.14393/artc-v23-n42-2021-61850. Acesso em: 25 jul. 2023. DOI: https://doi.org/10.14393/artc-v23-n42-2021-61850

FEBVRE, Lucien. Combates pela História. 2. ed. Lisboa: Presença, 1989.

FERNANDES, Fabio Julio. A experiência do cuidado de si em Machado de Assis. 2022. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2022.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder (1979). 22. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2006.

GADOTTI, Moacir. História das idéias pedagógicas. 8. ed. São Paulo: Ática, 2003.

HERSCHMANN, Micael M.; PEREIRA, Carlos Alberto Messeder (org.). A invenção do Brasil moderno: medicina, educação e engenharia nos anos 20 - 30. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História: novas abordagens. 4. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995.

LIMA, Ana Laura Godinho; MENEZES, Roni Cleber Dias de. Apresentação. In: Dossiê 1: Contribuições da literatura para a História da Educação. Cadernos de História da Educação, Uberlândia, v. 21, e071, p. 1-5, fev. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.14393/che-v21-2022-71. Acesso em: 2 jul. 2023. DOI: https://doi.org/10.14393/che-v21-2022-71

MUAZE, Mariana. Pensando a família no Brasil: ganhos interpretativos a partir da micro-história. Confluenze Rivista Di Studi Iberoamericani, Bolonha, v. 8, n. 1, p. 10-27, jul. 2016. Disponível em: https://doi.org/10.6092/issn.2036-0967/6247. Acesso em: 25 jun. 2023.

O ESTADO DE S. PAULO. São Paulo, Anno XLIX, n. 16.179, 15 maio 1923, Secção de Annuncios, p. 10.

PAZ, Octavio. Signos em rotação. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996. (Coleção debates, 48).

PERROT, Michelle (org.). História da vida privada: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia de Bolso, 2009. 4 v.

PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2019.

PROST, Antoine. Fronteiras e espaços do privado. In: PROST, Antoine; VINCENT, Gérard (org.). História da vida privada: da Primeira Guerra a nossos dias (1989). São Paulo: Companhia de Bolso, 2020. 5 v. p. 13-136.

RAGO, Margareth. Os prazeres da noite: prostituição e códigos da sexualidade feminina em São Paulo (1890-1930). 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008.

RITZKAT, Marly Gonçalves Bicalho. Preceptoras alemãs no Brasil. In: LOPES, Eliane Marta Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes; VEIGA, Cynthia Greive (org.). 500 anos de educação no Brasil. 5. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2020. p. 269-290.

ROSENFELD, Anatol. Texto/Contexto: ensaios. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1973. (Coleção debates, 7).

SAGAWA, Roberto Yutaka (org.). O amar de Mário de Andrade. Assis: FCL UNESP Publicações, 2010.

SALDANHA, Nelson. O jardim e a praça: o privado e o público na vida social e histórica. 2. ed. Rio de Janeiro: Atlântica Editora, 2005.

SALIBA, Elias Thomé. A dimensão cômica da vida privada na República. In: SEVCENKO, Nicolau (org.). História da vida privada no Brasil: república da belle époque à era do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 3 v. p. 289-365.

SAMARA, Eni de Mesquita. O que mudou na família brasileira? da Colônia à atualidade. Psicologia USP, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 27-48, jan. 2002. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-65642002000200004. Acesso em: 27 jun. 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-65642002000200004

SCHÜLER, Donaldo. Eros: dialética e retórica. São Paulo: EDUSP, 1992. (Coleção Campi, 5).

SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República (1983). 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. 11. ed. Rio de Janeiro: DIFEL, 2020.

Publicado

2023-10-01

Como Citar

SANTANA, M. A. de. Representação de famílias e educação dos filhos em amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade (1944). Práticas Educativas, Memórias e Oralidades - Rev. Pemo, [S. l.], v. 5, p. e11261, 2023. DOI: 10.47149/pemo.v5.e11261. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/revpemo/article/view/11261. Acesso em: 16 maio. 2024.