Representação de famílias e educação dos filhos em amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade (1944)
DOI:
https://doi.org/10.47149/pemo.v5.e11261Palavras-chave:
Amar, verbo intransitivo, História da educação, Representação de família, Representação de educação dos filhosResumo
O presente artigo tem por finalidade realizar uma análise da obra modernista Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade (1944), buscando evidenciar, a partir do romance, como as famílias ricas paulistanas da República Velha foram nele abordadas, bem como o que tal texto pode revelar acerca da educação dos filhos. Utilizou-se nesse empreendimento, sobretudo, a noção de representação, considerando que tal categoria não se confunde com imitação do real, mas edificação feita a partir dele, bem como que a literatura é artefato cultural apta a revelar sentidos atribuídos ao mundo, e que esses sentidos se manifestam em palavras, imagens, discursos, práticas e coisas. Quanto ao método, foi utilizada a noção de operação historiográfica (Certeau, [1975]/2020), que consiste em análise crítica de vestígios do passado transformados em fonte.
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