XIV Marcha do povo Tremembé: ritual de afirmação e reivindicação cultural
DOI:
https://doi.org/10.47149/pemo.v5.e11654Palavras-chave:
Tremembé, Ancestralidade, Ritual, Direitos SociaisResumo
Apresentamos uma interpretação etnográfica, uma perspectiva decolonial, da XIV Marcha do povo Tremembé. Ritual de afirmação e reivindicação cultural realizado no dia 7 de setembro de 2017 em Almofala (Itarema-Ceará). Descrevemos os elementos simbólicos por nós identificados durante a Marcha Tremembé. Pretendemos demonstrar que a Marcha não corresponde apenas a um ritual, mas a um conjunto deles, todos envolvidos em uma dimensão política, social e psicológica, que traz em pauta a reivindicação dos direitos ancestrais do povo Tremembé. A Marcha Tremembé, além de um “ritual político”, deve ser compreendida também como um “ritual sagrado”, envolvendo a espiritualidade e as crenças nos mitos Tremembé. No local foi celebrado um Torém puxado pelo maracá do Pajé, bem como, de muitas falas reivindicatória dos seus direitos e exposição de faixas e cartazes. O Torém é conhecido como brincadeira dos velhos Tremembé, representa o símbolo cultural de identidade e luta do povo local.
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