O Colégio de Dão José: a educação feminina católica no nordeste oitocentista
DOI:
https://doi.org/10.47149/pemo.v4.e47235Palavras-chave:
Colégio de São José, Educação feminina religiosa, Século XIXResumo
A partir de meados do século XIX o Brasil começou a receber nas suas principais cidades muitas escolas europeias. Uma grande parte delas era destinada ao ensino de meninas abastadas. Entre estas escolas, destacamos o Colégio de São José que tinha origem italiana sendo vinculado à ordem das irmãs doroteias que chegou a cidade do Recife, em 1886, se instalando no bairro da Soledade. Foi no âmbito desta instituição que a escritora potiguar Magdalena Antunes (1880-1959) estudou nos seus anos de juventude, entre os anos de 1891 a 1896. Em seus anos de maturidade ela escreveu uma obra de cunho memorialístico e autobiográfico intitulada “Oiteiro: memórias de uma Sinhá-moça” (2003) onde, entre outros detalhes de sua vida de menina filha de senhores de engenho, Magdalena trouxe para as páginas de seu livro registros do momento em que ficou internada como aluna no referido colégio. O Colégio de São José evidenciava um padrão de educação feminina idealizado pela sociedade patriarcal de então, todavia, por outra via, ele possibilitava às meninas e moças abastadas o acesso ao aprendizado formal numa época em que o analfabetismo no Brasil era bastante forte, sobretudo entre as mulheres. Dessa forma, a partir de uma perspectiva metodológica interdisciplinar de análise bibliográfica e documental o nosso trabalho tem por objetivo trazer alguns aspectos da história desta instituição de ensino tomando por fonte o livro de memórias acima citado em diálogo com outras fontes igualmente importantes tais como: os livros de matrícula (1866-1919) e os Estatutos do Colégio.
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