Uma vivência didática
Ensino de Matemática numa Cibercultura impulsionada pela pandemia do Coronavírus
DOI:
https://doi.org/10.30938/bocehm.v8i23.5074Keywords:
Ensino Remoto, Ensino de Matemática, Engenharia Didática, Obstáculos Digitais, Obstáculos CognitivosAbstract
Este trabalho refere-se a um conjunto de situações didáticas que foram organizadas a fim de atender à demanda do ensino remoto na cibercultura educacional em desenvolvimento durante a pandemia do Coronavírus. Nesse viés, tem-se o objetivo de descrever um recorte de como foi feito o processo adaptativo ao ensino remoto com ênfase na disciplina de Matemática, evidenciando as estratégias didáticas e avaliativas recorridas que permitiram realizar tal processo de ressignificação didática que uma das autoras vivenciou como professora da rede estadual de educação básica do estado do Ceará. O planejamento didático e a análise dos dados contaram com a coparticipação de outra professora. A realização didática teve como embasamento um planejamento didático estruturado de acordo com as etapas da Engenharia Didática (ED) sistematizada em quatro fases consecutivas. Na primeira fase, foram identificados os obstáculos de ordem geográfica, digital e cognitiva. Na segunda etapa, foi elaborado um plano de aula sobre Geometria Plana. A terceira fase caracterizou-se pela realização didática feita remotamente. E, a etapa final abrangeu a análise das etapas anteriores destacando a discussão das repostas dos alunos obtidas na aplicação de uma avaliação. Assim sendo, foram analisadas avaliações respondidas por estudantes regularmente matriculados no 3° ano do Ensino Médio de uma escola pública. A discussão sobre o desempenho dos alunos foi quantitativa, pois considerou e evidenciou a quantidade de alunos que acertou cada questão. Todavia, também foi feita uma descrição numa abordagem qualitativa, apontada no plano de aula como “Momento 4”, o qual foi realizado sob a forma de Feedback (via Google Meet) do processo de aprendizagem, a partir da discussão das respostas obtidas na avaliação feita no formato Google Forms. Nesse momento de Feedback, através de um diálogo com os estudantes, foi possível reconhecer que a maioria dos alunos manifestou dificuldade em lidar algebricamente com a Geometria Plana. Todavia, essa barreira cognitiva era amenizada com a observação e o aporte da representação geométrica dos conceitos inerentes à Geometria Plana. Portanto, pode-se compreender que na escola tratada neste trabalho, os avanços ainda são muito tímidos. Contudo, aos poucos a comunidade escolar local está se adaptando ao contexto da educação digital. A quantidade de alunos que estão aderindo o ensino remoto está aumentando, devido ao fato de que muitos alunos passaram a adquirir tecnologias como celular e notebook e à quebra da resistência digital, isto é, muitos estudantes não acreditavam na potencialidade da educação digital e, por isso, não participavam do ensino remoto. Além do mais, vislumbra-se a doação de tablets e chips a alunos da rede pública estadual, com o intuito de otimizar a aprendizagem remota. Por fim, também vale mencionar a relevância de se adotar, na cibercultura, um aparato metodológico como a ED específica do campo da Didática da Matemática permitindo, dessa forma, um tratamento tanto do objeto matemático como de aspectos contextuais.
Palavras-chave: Ensino Remoto; Ensino de Matemática; Engenharia Didática; Obstáculos Digitais; Obstáculos Cognitivos.
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