A matemática utilizada no cotidiano do trabalhador rural: o cultivo de cheiro verde na agricultura familiar
DOI:
https://doi.org/10.30938/bocehm.v11i31.11313Palavras-chave:
Educação matemática, Etnomatemática, Matemática na agriculturaResumo
Este artigo descreve uma pesquisa de campo cujo objetivo principal foi analisar a relação entre a matemática e as práticas agrícolas utilizadas no cultivo de cheiro verde, de modo a evidenciar a presença da matemática no cotidiano dos agricultores. Para alcançar esse objetivo, foram utilizados como referência os conceitos da Etnomatemática, com base, principalmente, em estudos de Ubiratan D’Ambrosio. A coleta de dados se deu por meio de observação direta e de entrevistas com quatro agricultores, realizadas entre os meses de abril e junho de 2022, na região rural de Vidal, localizada no município de Reriutaba, no Estado do Ceará. Os resultados da pesquisa mostram que a matemática é amplamente utilizada pelos agricultores na região de Vidal, especialmente no que diz respeito ao preparo da terra e ao plantio de cheiro verde. Os agricultores utilizam conceitos matemáticos como proporções, medidas e cálculos, para determinar a quantidade de sementes a serem plantadas, a distância entre as fileiras de plantio e a quantidade de fertilizante a ser aplicada na terra. Embora utilizem implicitamente esses conceitos, durante todo o processo de cultivo do cheiro verde, eles reconhecem apenas a matemática básica. Eles trabalham de forma intuitiva, sem a formalidade matemática, e isso não os impede de exercer as suas atividades diariamente. Dessa forma, percebe-se que existe uma matemática praticada, uma cultura desenvolvida para o cultivo de cheiro verde, uma prática Etnomatemática, cujos cálculos matemáticos são realizados com base em conhecimentos empíricos adquiridos ao longo do tempo, que são transmitidos de geração em geração.
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