A abordagem da intersexualidade no ensino de embriologia em um curso de enfermagem
DOI:
https://doi.org/10.47149/pemo.v7.e15344Palavras-chave:
Intersexualidade, Hipótese do Gancho, Embriologia.Resumo
O presente artigo trata de uma tentativa de ressignificar o currículo de Biologia, Histologia e Embriologia (BHE) no primeiro ano do curso de bacharelado em Enfermagem de uma universidade pública de Maceió-AL. O ensino tradicional de Biologia/Embriologia comumente discute a experiência intersexual como anormalidade. Diante desse contexto, deparamo-nos com a seguinte questão-problema: como falar de intersexualidade de modo não patológico e dentro de temas tradicionais do currículo da disciplina Biologia, Histologia e Embriologia? A partir dessa indagação, traçamos como objetivo maior refletir sobre as potencialidades de discutir intersexualidade por um viés não patológico em um curso de Enfermagem. Trata-se de uma pesquisa-ação, cuja análise de conteúdo realizada possibilitou constatar que tanto a abordagem como a clínica da intersexualidade na área da Saúde não são integrais, inclusivas e nem assecuratórias dos direitos humanos.
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