Subjetividades dissidentes: memória, resistência e as transmasculinidades no Brasil

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47149/pemo.v7.e15352

Palabras clave:

Transmasculinidades, Subjetividade, Memória Coletiva.

Resumen

O presente artigo revisita os debates sobre gênero a partir das vivências transmasculinas, com o objetivo de visibilizar a história dos movimentos transmasculinos no Brasil e afirmar subjetividades dissidentes. Parte-se da compreensão de que normas e tecnologias cisheteropatriarcais estruturam a sociedade e sustentam, política e cotidianamente, o apagamento sistemático das narrativas transmasculinas. Por meio de uma pesquisa teórico-ensaística, articulada com vivências transmasculinas diversas, propomos uma análise crítica das formas de produção de subjetividade, ressaltando o papel da memória como tecnologia política. A subjetividade é entendida como efeito das relações de saber-poder, atravessada por determinações históricas e sociais, constituindo sujeitos diversos e localizados. A defesa de uma política de memória transmasculina é apresentada como estratégia de resistência frente ao apagamento, à violência e à normatividade.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Letícia Attolini do Prado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Graduanda em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica, pesquisadora de Iniciação Científica, sendo bolsista CEPE-PUC SP.

Beatriz Borges Brambilla, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Psicóloga (CRP 06/98368). Mestra em Psicologia da Saúde e Doutora em Psicologia Social.
Pós-doutoranda em Mulheres, gênero e feminismos. Docente dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia Social (PUC/SP) e Psicologia, Desenvolvimento e Políticas Públicas (UniSantos).

Beatriz Machado Tarquiano Vicente, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Graduanda em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica, pesquisadora de Iniciação Científica, sendo bolsista CNPq.

Edna Maria Severino Peters Kahhale, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

É doutora, pesquisadora, professora associada e coordenadora do LESSEX (Laboratório de Estudos de Saúde e Sexualidade), Núcleo de Subjetividade, Pós-Graduação em Psicologia Clínica da PUC-SP. Líder do grupo CNPq “Psicossomática Sexualidade e Cuidado” certificado pela universidade.

 

Citas

ALMEIDA, Guilherme Silva et al. Emergência Pública De Transmasculinidades Na Cena Brasileira Em Princípios Dos Anos 2000. In: Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais 2019, 2019.

ALMEIDA, Guilherme. ‘Homens trans’: novos matizes na aquarela das masculinidades? Revista Estudos Feministas, v. 20, p. 513-523, 2012.

ALMEIDA, Guilherme. Revisitando a aquarela das masculinidades. Revista CULT, Edição Kindle, n. 242, p. 48-54, fev. 2019.

ALMEIDA, Guilherme; MURTA, Daniela. Reflexões sobre a possibilidade da despatologização da transexualidade e a necessidade da assistência integral à saúde de transexuais no Brasil. Sexualidad, Salud y Sociedad, Rio de Janeiro, p. 380-407, 2013.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRAVESTIS E TRANSEXUAIS (ANTRA). Dossiê: assassinatos e violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2019. BENEVIDES, Bruna G.; NOGUEIRA, Sayonara N. B. (org.). São Paulo: Expressão Popular, ANTRA, IBTE, 2020.

BRAGA, Patrick de Almeida Trindade; GROSS, Alexis Emanuel. Judith Butler e Paul Beatriz Preciado: uma comparação de dois modelos teóricos na construção da identidade de gênero na teoria queer. Pensata, v. 10, n. 2, 2021.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 3. ed. Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 2010.

CARDOSO, Thomas Victor Barreto. Construção das transmasculinidades: memórias e narrativas. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba, 2022.

CARVALHO, Mario. “Travesti”,“mulher transexual”,“homem trans” e “não binário”: interseccionalidades de classe e geração na produção de identidades políticas. Cadernos Pagu, n. 52, 2018.

CARVALHO, Mario; CARRARA, Sérgio. Em direito a um futuro trans: contribuição para a história do movimento de travestis e transexuais no Brasil. Sexualidad, Salud y Sociedad, Rio de Janeiro, p. 319-351, 2013.

COELHO, Caia. Um paralelo crítico entre a trajetória de gênero e de cisgênero. Trans Advocate Brasil, 2017.

CONNELL, Robert W.; MESSERSCHMIDT, James W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 21, n. 1, p. 241-282, 2013.

CONNELL, R. Políticas de Masculinidade. Educação Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 185-206, 1995.

COSTA, Luisa Brandão et al. Ansiedade ou cisheteronormatividade? Um estudo de caso na clínica em psicologia sócio-histórica: Ansiedade ou cisheteronormatividade? Mosaico: Estudos em Psicologia, v. 11, n. 1, p. 65-82, 2023.

CURY, Carlos R. J. Educação e contradição. São Paulo: Cortez Editores, 1985.

IAZZETTI, Brume Dezembro. Direitos humanos em pajubá: controvérsias, enquadramentos e agenciamentos no acesso e permanência de pessoas trans* no ensino superior público. Antropologia e Direitos Humanos 9, v. 22, p. 156, 2021.

FAVERO, S. Cisgeneridades precárias: raça, gênero e sexualidade na contramão da política do relato. Bagoas – Estudos gays: gêneros e sexualidades, v. 13, n. 20, 19 jun. 2020.

FAVERO, Sofia; MACHADO, Paula Sandrine; FREITAS, Rafaela Vasconcelos. Corpo da criança, corpo do adulto: um olhar sobre as revisões diagnósticas que compõem fronteiras entre pessoas trans. Sexualidad, Salud y Sociedad, Rio de Janeiro, n. 38, p. 1-21, 2022.

FERREIRA, S. R. da S. A respeito da categoria (trans/cis) gênero: a representação da identidade de gênero e a cisgeneridade compulsória. Revista Eco-Pós, [s. l.], v. 24, n. 3, p. 355-380, 2021.

GONÇALVES, Maria da Graça Marchina; ROSA, Elisa Zaneratto. Direitos sociais e políticas públicas-contribuições da Psicologia Sócio-Histórica para um projeto de sociedade. In: BOCK, Ana Mercês Bahia et al. O compromisso social da Psicologia e a possibilidade de uma profissão abrangente. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 42, p. 63-80, 2022.

JESUS, Jaqueline. Identidades de gênero e políticas de afirmação identitária. In: VI Congresso Internacional de Estudos sobre a Diversidade Sexual e de Gênero, Salvador, 2012.

LOPES, Bernardo Mota. Arquivo transmasculino: uma autoetnografia sobre transmasculinidade no Brasil. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Universidade de Brasília, Brasília, 2022.

MENEGHETTI, Francis Kanashiro. O que é um ensaio-teórico? Revista de administração contemporânea, v. 15, p. 320-332, 2011.

NEVES, Benjamin de Almeida. Autobiografias transmasculinas e literatura social: gênero, memória e a leitura do outro na cultura trans. Dissertação (Doutorado em Comunicação e Artes) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2023.

NOYAMA, Samon. Adorno e “O ensaio como forma”. Ítaca Revista do Programa de Pós, 2009.

PRECIADO, Paul B. Manifesto Contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual. Rio de Janeiro: Zahar, 2022.

SANTOS, Dayanna Louise Leandro dos; SANTOS, Thomas Cardoso Bastos; DIAS, Alfrancio Ferreira. Entre encruzilhadas e trincheiras: uma análise da escrevivência transmascuilina a partir do poema “Trans-parto”. Práx. Educ., Vitória da Conquista, v. 18, n. 49, e10896, 2022.

TENÓRIO, Leonardo Farias Pessoa; PALHANO, Luciano. Breve histórico das transmasculinidades no Brasil no século XX e início do século XXI. Revista Estudos Transviades, v. 3, n. 5, p. 79-95, 2022.

VERGUEIRO, Viviane. Por inflexões decoloniais de corpos e identidades de gênero inconformes: uma análise autoetnográfica da cisgeneridade como normatividade. Dissertação (Mestrado em Cultura e Sociedade) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.

VICENTE, Guilherme Calixto. Direitos sexuais e reprodutivos de homens trans, boycetas e não-bináries: uma luta por reconhecimento e redistribuição de saúde. Tese de conclusão de curso (Graduação em Administração Pública) – Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2020.

Publicado

2025-08-05

Cómo citar

PRADO, L. A. do; BRAMBILLA, B. B.; VICENTE, B. M. T.; KAHHALE, E. M. S. P. Subjetividades dissidentes: memória, resistência e as transmasculinidades no Brasil. Práticas Educativas, Memórias e Oralidades, [S. l.], v. 7, p. e15352, 2025. DOI: 10.47149/pemo.v7.e15352. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/revpemo/article/view/15352. Acesso em: 5 dic. 2025.

Número

Sección

Dossiê - Estudos Trans e Cuir: intersecções e diálogos