Marcas que ficaram nos corpos: narrativas de professores de matemática sobre o exercício da docência durante a pandemia de covid-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30938/bocehm.v11i33.13242

Palavras-chave:

Narrativas de professores, COVID-19, Marcas emocionais, Marcas físicas

Resumo

O artigo apresentado é recorte de uma dissertação que se utilizou da História Oral para conhecer a narrativa de alguns professores de matemática dos anos finais do ensino fundamental, da cidade gaúcha de São Lourenço do Sul, acerca das suas vivências profissionais durante a pandemia de COVID-19. O objetivo principal da pesquisa era identificar as marcas que ficaram nos corpos dos professores. Foram entrevistados quatro professores e, após transcrição das suas falas, foi utilizada a metodologia de Análise do Conteúdo para se produzir interpretações desses dados. As narrativas relatam vivências que possibilitam se ter um vislumbre da realidade dos profissionais das escolas municipais e estaduais, do centro da cidade e da comunidade rural. Com relação ao físico, os relatos descrevem sintomas de pressão alta, dores no corpo, ardência nos olhos e alteração nos níveis de colesterol; no que tange ao emocional, foram relatadas sensações de medo, angústia, irritação, decepção, estresse, insônia e ansiedade.

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Biografia do Autor

Carla Gebhardt Gehling, Professora na rede pública da cidade de São Lourenço do Sul

Possui Mestrado em Educação pelo IFSUL_ Pelotas (2022) e Graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal de Pelotas (2009). Possui formação como Técnico em Contabilidade. Atualmente é Professora contratada por tempo indeterminado da Escola Estadual de Ensino Médio Cruzeiro do Sul. Tem experiência na área de Matemática, Técnico em Contabilidade, assistente administrativo, tutora presencial e à distância e função de caixa, atuando principalmente nos seguintes temas: docente da disciplina de matemática, tutora à distância, contabilidade, assistente administrativo e estágio em matemática. 

Rafael Montoito, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense - IFSul

Possui graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Foi professor substituto na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e na Universidade Estadual Paulista (UNESP - Campus Bauru). Concluiu o mestrado na área de Educação Matemática, na UFRN (sua dissertação analisa as características matemáticas das obras de Lewis Carroll, grande escritor e matemático inglês que se utilizava de uma linguagem literária para ensinar conteúdos matemáticos, sobretudo lógica e geometria euclidiana) e o doutorado em Educação para a Ciência (sua tese compreende a tradução de um livro de Carroll, até então inédito em português, e outros capítulos que comentam esta obra). Posteriormente, fez pós-doutorado na University of Birmingham (Inglaterra), analisando os diários e correspondências de Carroll. Atualmente segue investigando as inter-relações entre a literatura e a matemática, o lógico e o imaginário no ambiente de aprendizagem, trabalhando com a ideia de que ensinar a ler e a escrever é um compromisso de todas as disciplinas. Também se interessa por outras inter-relações com a matemática, tais como as que se pode perceber/apreender em outras manifestações artísticas, tais como a pintura, o cinema, a confecção de mapas etc. Outra vertente com a qual trabalha diz respeito à História Oral como metodologia de pesquisa para coletar depoimentos sobre vivências que ajudem a pensar o cenário da educação.

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Publicado

2024-10-23

Como Citar

GEHLING, C. G.; MONTOITO, R. Marcas que ficaram nos corpos: narrativas de professores de matemática sobre o exercício da docência durante a pandemia de covid-19. Boletim Cearense de Educação e História da Matemática, [S. l.], v. 11, n. 33, 2024. DOI: 10.30938/bocehm.v11i33.13242. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/BOCEHM/article/view/13242. Acesso em: 4 nov. 2024.