Trabalho docente em tempos de isolamento social
Uma análise da percepção do uso das tecnologias digitais por professores da educação básica pública
DOI :
https://doi.org/10.46230/2674-8266-12-4050Mots-clés :
Trabalho docente, Tecnologias digitais, Ensino remoto emergencialRésumé
Neste artigo, temos como objetivo investigar a percepção de professores da educação básica pública sobre o trabalho docente em contexto de ensino remoto emergencial, diante do cenário pandêmico de Covid-19. Mais especificamente, acerca das condições de trabalho, da constituição da prática e das relações dos professores com as tecnologias digitais. Para a coleta dos dados, aplicamos um questionário on-line. Quanto à análise dos dados, recorremos, sobre o trabalho docente, a Tardif e Lessard (2014); sobre a relação do professor com as tecnologias digitais, a Coscarelli e Kersch (2016); acerca dos letramentos digitais, a Buzato (2003; 2007) e Araújo e Pinheiro (2014); por fim, para a análise dos enunciados dos professores, adotamos pressupostos da Teoria Dialógica do Discurso: Bakhtin (2011), Volóchinov (2017), e releituras de Brait (2016). Como os professores, por meio da linguagem, expressaram suas valorações acerca da sua atividade laboral, nosso trabalho se insere no escopo de estudos da Linguística Aplicada. Constatamos que, durante a realização das aulas remotas on-line, diversos desafios impostos à atividade docente se intensificaram, como a sobrecarga de trabalho e a dificuldade de acesso e de uso dos recursos tecnológicos para fins educacionais. Além disso, a falta de capacitação dos usuários envolvidos para enfrentar esse cenário atípico também foi mencionada. Por fim, acreditamos que as tecnologias digitais têm sido muito mais do que uma alternativa para não nos mantermos inertes, pois seu uso, mesmo nas condições enfrentadas, pode possibilitar um repensar dos professores sobre a sua prática docente.
Téléchargements
Références
AMORIM, M. Cronotopo e exotopia. In: BRAIT, B. Bakhtin: outros conceitos-chave. Beth Brait (org.). 2.ed.- São Paulo: Contexto, 2012. p. 95-113.
ARAÚJO, J.; PINHEIRO, R.C. Letramento Digital: história, concepção e pesquisa. In: GONÇALVES, A.V.; SILVA, W.R.; GÓIS, M.L.S. (Orgs.) Visibilizar a Linguística Aplicada: abordagens teóricas e metodológicas. Campinas, SP: Pontes Editores, 2014. p.293-320.
BAKHTIN, M.M. (1950). Estética da Criação Verbal. Introdução e tradução do russo Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
BRAIT, B. O texto nas reflexões de Bakhtin e do Círculo. In.: BATISTA, Ronaldo de Oliveira, (Org.). O texto e seus conceitos. 1.ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2016.
BUZATO, M. E. K. Letramento digital abre portas para o conhecimento. EducaRede. Entrevista por Olivia Rangel Joffily. 23/01/2003. Disponível em: www.educarede.org.br. Acesso em: 05 maio 2020.
BUZATO, M. E. K. Desafios Empírico-Metodológicos para a Pesquisa em Letramentos Digitais. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, n.1, jan/jun.; p.45-62, 2007. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8639442/0. Acesso em 24 ago. 2020.
COSCARELLI, C.V.; KERSCH, F. Pedagogia dos multiletramentos: alunos conectados? Novas escolas + novos professores. In.: KERSCH, D.F; COSCARELLI, C.V.; CANI, J.B. (Orgs.) Multiletramentos e multimodalidade: ações pedagógicas aplicadas à linguagem. Campinas, SP: Pontes Editores, 2016. p.07-13.
PEREIRA, J. T. Educação e sociedade da informação. In.: COSCARELLI, C. V.; RIBEIRO, A. E. (org). Letramento digital: aspectos sociais e possibilidades pedagógicas. 3. ed. Belo Horizonte: Ceale/Editora autêntica, 2017. p. 13-24.
TARDIF, M.; LESSARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. 9. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.
UNESCO. Impacto da COVID-19 na Educação. 2020. Disponível em: https://pt.unesco.org/covid19/educationresponse. Acesso em: 22 jul. 2020.
VOLOCHÍNOV. Marxismo e Filosofia da Linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução de Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira, com a colaboração de Lúcia Teixeira Wisnik e Carlos Henrique D. Chagas Cruz. 8. ed. São Paulo: Hucitec, 2017.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Os autores que publicam na Linguagem em Foco concordam com os seguintes termos:
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação. Os artigos estão simultaneamente licenciados sob a Creative Commons Attribution License que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da sua autoria e da publicação inicial nesta revista.
- Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores. Para tanto, solicitamos uma Declaração de Direito Autoral, que deve ser submetido junto ao manuscrito como Documento Suplementar.
- Os autores têm autorização para disponibilizar a versão do texto publicada na Linguagem em Foco em repositórios institucionais ou outras plataformas de distribuição de trabalhos acadêmicos (ex. ResearchGate, Academia.edu).