Uma proposta para a análise crítica do meme como gênero em aulas de língua portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.46230/2674-8266-12-4155Palavras-chave:
Gênero, Meme, Consciência crítica, Pedagogia de gêneroResumo
O advento das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação suscitou novas práticas de leitura e de escrita. Essas novas práticas geraram inquietações sobre como a escola, uma das principais agências de letramento, pode se apropriar dos recursos necessários para garantir processos de ensino-aprendizagem significativos e coerentes com as demandas da sociedade contemporânea. No campo da Linguística Aplicada, estudos como os de Ribeiro (2015) e Rojo e Moura (2012) sugerem a necessidade de se criarem estratégias metodológicas que permitam desenvolver os letramentos dos estudantes, em consonância com o que preconizam documentos norteadores da educação no país, tais como a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018). Assim, neste artigo, apresenta-se uma proposta pedagógica para a abordagem crítica do meme como gênero em sala de aula de língua portuguesa, voltada para estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental. O objetivo do trabalho é propor um estudo reflexivo do gênero a fim de despertar a consciência crítica dos discentes, por meio da análise do meme segundo as metáforas de partícula, onda e campo. Adota-se, para isso, um aporte teórico ancorado nos Estudos Retóricos de Gênero (BAZERMAN, 2006; MILLER, 2012), aliado a procedimentos metodológicos baseados em uma pedagogia tríplice (DEVITT, 2009) para o ensino e aprendizagem crítica do gênero. Como resultado da implementação da proposta, espera-se que os estudantes percebam o gênero não apenas como uma entidade isolada, mas também em suas inter-relações com gêneros antecedentes e situados em contextos específicos.
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