https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/issue/feed Revista Linguagem em Foco 2024-05-14T06:38:50-03:00 Antonia Dilamar Araújo | Débora Liberato Arruda Hissa linguagememfoco@uece.br Open Journal Systems <p>A revista<strong> Linguagem em Foco</strong> é um periódico do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da UECE, dirigido a pesquisadores, docentes e estudantes de pós-graduação. A revista divulga trabalhos (de doutores, mestres, doutorandos e mestrandos em coautoria com seus orientadores) sobre a linguagem numa perspectiva interdisciplinar, abordando questões e enfoques teórico-metodológicos no campo da Linguística Aplicada. Trata-se de uma publicação semestral, que admite números especiais (com chamadas ou expedientes específicos). São aceitos artigos e ensaios inéditos; entrevistas; resenhas de livros e teses recém-publicados. </p> <p><span style="vertical-align: inherit;">Qualis Capes 2017-2020: A4 Linguística<br />Prefixo DOI: 10.46230<br />e-ISSN: 2674-8266 | ISSN: 2176-7955</span></p> https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/12639 A ciência linguística nas dinâmicas do capitalismo digital 2024-05-14T06:38:33-03:00 Emanoel Pedro Martins Gomes emanoelpedro@pcs.uespi.br Robson Campanerut da Silva robson.campanerut@ifce.edu.br <p>Este artigo descreve os compromissos ontoepistemológicos e políticos entre a Linguística e o Projeto Cibernético no campo das ciências humanas e nos desdobramentos tecnopolíticos do capitalismo digital. Para tanto, partimos teórico-metodologicamente da antropologia simétrica (LATOUR, 2009, 2011, 2012, 2016 E 2017; DOMENECH; TIRADO, 1998) e do princípio da simetria generalizada (CALLON, 1986; LATOUR; WOOLGAR, 1997) para lançar sobre a Linguística um olhar crítico, em busca de descrevê-la como rede sociotécnica fruto de composições, agenciamentos, interessamentos entre cursos de ação intra e extracientíficos. Com o resgate originário da dimensão militar e política da Cibernética, deparamos com a matematização da linguagem e da comunicação enquanto aquilo que a aproxima da Linguística ou vice-versa, com o consequente projeto de controle da performatividade e sua lógica de dessubjetivação do outro. Por fim, essa análise levanta a questão sobre ações em curso, na Linguística ou fora dela, que denotem resistência à refinada exploração humana por meio da linguagem e da interação, em tecnologias digitais.</p> 2024-05-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Emanoel Pedro Martins Gomes, Robson Campanerut da Silva, Carlos Eduardo Ferreira da Cruz https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/12395 Cancelados, revogados e incanceláveis 2024-05-14T06:38:39-03:00 Breno Rodrigo de Oliveira Alencar breno.alencar@ifpa.edu.br Paulo Victor da Silva Ribeiro paulo16_vsr@hotmail.com Wilma Beatriz da Cruz Alves wilmabia.alves@gmail.com <p>A cultura do cancelamento é uma expressão usada para se referir a uma forma de estigmatização social em que alguém é empurrado para fora dos círculos sociais ou profissionais devido a uma conduta considerada ofensiva pelos pares e pelo público em geral. Este artigo discute as características deste processo no ciberespaço a partir de uma pesquisa documental junto à imprensa e à rede sociodigital X entre os anos de 2018 e 2022. O objetivo foi demonstrar a presença de padrões e recorrências na prática do cancelamento contra personagens públicos sugerindo haver a existência de três tipologias principais: os cancelados, os revogados e os incanceláveis. Foram analisados 18 casos de cancelamento com grande repercussão na sociedade brasileira, dos quais 4 foram selecionados para indicar a existência destas tipologias. Os resultados alcançados indicam que a cultura do cancelamento, embora multifacetada, possui características próprias a cada tipo. De um modo geral, seus desdobramentos apontam para a relevância cultural e política do debate sobre o impacto das redes sociodigitais nos comportamentos sociais offline, uma vez que os resultados revelam a possibilidade de reação e manifestação da opinião públicas a práticas e discursos considerados moralmente ofensivos, em particular direcionados a grupos historicamente marginalizados e oprimidos.</p> 2024-05-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Breno Rodrigo de Oliveira Alencar, Paulo Victor, Wilma Beatriz https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/12108 Face monetizada 2024-05-14T06:38:43-03:00 Geórgia Maria Feitosa e Paiva georgiafeitosa@unilab.edu.br <p>O conceito de face ganhou bastante destaque nos estudos sociológicos e linguísticos, especialmente na área da pragmática e sociolinguística interacional. Postulado na década de sessenta, e embora coerente com a atualidade, o conceito não abriga as características das interações da pós-modernidade. Portanto, este texto tem como objetivo atualizar o conceito de face relacionando-o aos estudos da polidez e da positividade na performance do “eu” em interações das redes sociais. Proponho que a face positiva, em tempos de capitalismo tardio, seja considerada uma face essencialmente positivada, a começar pela essência individualista do paradigma de polidez, que, talvez influenciados também pelo contexto histórico e social da época se permitiram vislumbrar um conceito tão alinhado com a perspectiva já apontada. Para isto, foi realizada uma revisão bibliográfica que incluiu os estudos de Goffman (1963a;1963b;1967;1975), Brown e Levinson (1987), Bourdieu (2010), Brinkmann (2022), Cabanas e Illouz (2022), Han (2019), Ortega e Gasset (1962), Barros (2011), Recuero (2009), Strömquist (2023), entre outros. Considerando o contexto do capitalismo tardio e da intensificação das interações sociais através das redes sociais da internet, defendo que a face é monetizada, sendo ela essencialmente positivada por meio de uma fluidez inerente variando conforme o contexto e o nicho interacional.</p> <p> </p> 2024-05-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Geórgia Maria Feitosa e Paiva https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/12107 Big techs, algoritmos de redes sociais e decorrentes impactos para a performatividade linguística 2024-05-14T06:38:45-03:00 Vinícius Vargas Vieira dos Santos vargasvinicius2@gmail.com <p>Este artigo visa a evidenciar de que modo as <em>big techs</em>, via escolhas de algoritmo para configuração de redes sociais, afetam o canal comunicativo e, consequentemente, o contexto de produção das performatividades linguísticas online. Com esse propósito, apresenta-se discussão inicial sobre características dos novos contextos digitais de enunciação (MARWICK; BOYD, 2010; VARIS, 2016), para então, utilizando-se de exemplos de atividade linguísticas em espaços públicos virtuais, demonstrar que designs computacionais modulam escalas nos diferentes níveis do ato performativo (AUSTIN, 1962), contribuindo de modo coadjuvante, enquanto extensões do sujeito (MCLUHAN, 1964), para usos predatórios da linguagem como dispersão de desinformação e subversão de discursos e identidades. Esta publicação ainda se relaciona temporal e tematicamente à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, referente aos ataques do dia 8 de janeiro de 2023 na capital brasileira e ao Projeto de Lei Nº 2630, Lei das <em>fake news</em>, trazendo enunciações referentes a esses recentes fatos nacionais como elementos prototípicos da temática aqui desenvolvida. Propõe-se, por fim, a necessidade de maior autonomia dos usuários sobre as tecnologias como condição para se evitar a manutenção de desigualdades sociais e propiciar, às minorias do poder, a produção de ações contra hegemônicas em ambientes digitais.</p> 2024-05-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Vinícius Vargas Vieira dos Santos https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/12594 Transfobia Algorítmica 2024-05-14T06:38:36-03:00 Paulo Boa Sorte pauloboasorte@academico.ufs.br Deborah Teles de Meneses Gonçalves deborah.tdemg@gmail.com Giulia Pereira Santos giups@academico.ufs.br <p>Este artigo aborda o impacto da inteligência artificial (IA), em particular da visão de máquina, na identificação de gênero, destacando desafios e implicações para pessoas de gêneros dissidentes, entendidos, neste trabalho, como indivíduos que divergem do regime binário de generificação de corpxs enquanto homens ou mulheres (PRECIADO, 2018). O cerne do problema reside na análise de características faciais e padrões visuais para identificar o gênero, uma prática que, frequentemente, se baseia em padrões binários, exclui e marginaliza pessoas cujas identidades de gênero transcendem essas normas. A consequência desse viés é a perpetuação da transfobia algorítmica, em que máquinas, ao serem programadas para interpretar o gênero, podem negligenciar e excluir indivíduos que não se identificam com o sexo atribuído ao nascimento. Nesse sentido, propomos a análise de casos de transfobia algorítmica por meio de uma pesquisa exploratório-descritiva que abarca relatos on-line de agressões relacionadas à imagem de pessoas trans* em plataformas digitais. O estudo explora uma variedade de fontes, como notícias, blogs e canais de reclamação, entre 2020 e 2022. A análise identifica categorias emergentes, abordando a discriminação relacionada à imagem de pessoas trans*. O referencial teórico abarca discussões sobre identidades de gênero (FOUCAULT, 1978; SALIH, 2012; BUTLER, 2018; SOUZA 2022); pós-digital, plataformas e visão de máquina (DJICK; POELL; WALL, 2018; SILVA, 2021; STORM, 2021; KAUFMAN, 2022; SHIH, 2023). Os resultados destacam a persistência da transfobia no Tinder, com exclusões arbitrárias de contas de pessoas trans*. Denúncias no Reclame Aqui revelam inconsistências nas políticas do Instagram, evidenciando transfobia estrutural. O uso do reconhecimento facial levanta preocupações sobre discriminação algorítmica, destacando a necessidade de regulamentação. A pesquisa ressalta a urgência de ações para combater a discriminação sistêmica e propõe o abandono da rotulação de gênero em sistemas de IA para promover equidade.</p> 2024-05-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Paulo Boa Sorte, Deborah Teles de Meneses Gonçalves, Giulia Pereira Santos https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/11537 "Frankenstein" e Tecnologia 2024-05-14T06:38:50-03:00 Jade Bueno Arbo jade.arbo@ufpel.edu.br Eduardo Marks de Marques eduardo.marks@ufpel.edu.br <p>Quando o filósofo Yuk Hui (2020a) introduz o conceito de tecnodiversidade no universo das discussões acerca da tecnologia, ele abre caminho para entendermos esse termo e outros que o cercam – como a ideia de progresso – como sendo sempre “localizado”, ou seja, como fruto de nossas visões de mundo, imbricado nas condições materiais, sociais, históricas e políticas da produção do saber. O presente trabalho busca contribuir com essa discussão a partir de uma análise de “Frankenstein”, de Mary Shelley, como um exercício de crítica da ciência moderna ocidental, o qual surge justamente no momento de consolidação desse ideal de ciência no século XIX. O romance, ao revelar tensões fundamentais entre o desejo de conhecer e suas consequências, questiona as alianças da ciência com ideais igualmente situados de progresso e natureza, desafiando a visão tradicional da ciência como algo separado do humano e, assim, separado das Humanidades. A obra proporciona reflexões importantes sobre a construção de epistemologias que integram ciência e humanidades como igualmente produtos das culturas nas quais estão situadas; tanto as ciências quanto as humanidades estariam, portanto, igualmente enraizadas em seus contextos socio-históricos-políticos específicos. Dessa forma, ao examinarmos as páginas de “Frankenstein”, somos convidados a refletir sobre as implicações de nossos modos de conhecer e habitar o mundo, o que torna a literatura no geral e a ficção científica em específico ferramentas potentes para pensar as ciências, humanas ou não, e suas tecnologias.</p> 2024-05-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Jade Bueno Arbo, Eduardo Marks de Marques https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/13096 Institucional 2024-05-12T18:54:28-03:00 2024-05-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/13097 Expediente 2024-05-12T20:02:09-03:00 2024-05-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/12664 Por um primitivismo estratégico 2024-05-14T06:38:31-03:00 Eduardo Batalha Viveiros de Castro eviveirosdecastro@gmail.com Yuk Hui info@digitalmilieu.net Emanoel Pedro Martins Gomes emanoelpmg@hotmail.com <p>Neste diálogo com Yuk Hui, Eduardo Viveiros de Castro discute seu trabalho sobre o perspectivismo ameríndio e o multiculturalismo; a relação entre natureza, cultura e técnica em seus estudos etnográficos; bem como a necessidade de uma definição não antropológica de tecnologia. Também trata de um futuro assustador da crise ecológica e da automação do Antropoceno, além de explorar um “primitivismo estratégico” como ferramenta de sobrevivência.</p> 2024-05-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Eduardo Viveiros de Castro​, Yuk Hui; Emanoel Pedro Martins Gomes https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/11711 Resenha do CANCLINI, Néstor Garcia. Cidadãos substituídos por algoritmos. São Paulo: EdUSP, 2021, 212p. 2024-05-14T06:38:47-03:00 Breno Rodrigo de Oliveira Alencar breno.alencar@ifpa.edu.br Christiane do Socorro Ramos dos Santos ramoschristiane4@gmail.com <p>Esta resenha aborda a obra "Cidadãos Substituídos por Algoritmos" de Néstor García Canclini, cujo objetivo é demonstrar que, no estado atual, o uso de redes sociais em massa, com consciência e engajamento político, funciona como uma nova forma de exercício da cidadania. Ao longo do livro, o autor dialoga sobre a maneira pela qual a mobilização pelas redes já propiciaram importantes embates revolucionários neste século. Dessa forma, a obra apresenta uma perspectiva bastante positiva do uso da tecnologia, sendo ela capaz, inclusive, de formatar novas formas de participação social que estão além da mobilização partidária.</p> 2024-05-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Breno Rodrigo de Oliveira Alencar, Christiane do Socorro Ramos dos Santos https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/12380 A ideologia da transformação digital 2024-05-14T06:38:41-03:00 Sergio Amadeu Silveira samadeu@gmail.com <p>O texto aborda a importância de considerar as interações sociais e as relações de poder ao analisar a evolução das tecnologias e suas implicações sociotécnicas. Critica a mistificação da Inteligência Artificial promovida pelo marketing das grandes empresas e destaca a necessidade de compreender os sistemas algorítmicos e suas influências econômicas, políticas e ideológicas. Aponta a alienação técnica e o solucionismo como elementos que limitam a compreensão das tecnologias e propõe uma abordagem crítica e propositiva para construir outras tecnologias que atendam às necessidades e visões de mundo das sociedades.</p> 2024-05-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Sergio Amadeu Silveira https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/12958 Editorial 2024-05-14T06:38:28-03:00 Emanoel Pedro Martins Gomes emanoelpmg@hotmail.com Débora Liberato Arruda Hissa debora.arruda@uece.br Robson Campanerut da Silva robson.campanerut@ifce.edu.br Carlos Eduardo Ferreira da Cruz carlos.cruz@ifce.edu.br <p>Editorial</p> 2024-05-14T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Emanoel Pedro Martins Gomes, Débora Liberato Arruda Hissa, Robson Campanerut da Silva , Carlos Eduardo Ferreira da Cruz