O uso da libras no processo de ensino e aprendizagem da matemática a estudantes surdos: elemento definitivo ou potencializador?
DOI:
https://doi.org/10.30938/bocehm.v10i28.8633Keywords:
Matemática;, Surdos;, Libras;, Ensino;, Aprendizagem.Abstract
Este é um ensaio a partir das experiências e vivências dos autores, como professores e/ou como intérpretes na Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior. Objetiva retomar a discussão referente à Matemática como uma linguagem universal e ao processo de ensino e aprendizagem desse Componente Curricular de forma mais ampla, no intuito de afunilar as discussões para estudantes surdos. Pretende discutir a importância da comunicação para a inclusão de todas as pessoas e de como a linguagem matemática pode favorecer esse processo, considerando a Libras como um elemento facilitador para o alcance da compreensão dos conceitos matemáticos por estudantes surdos e apresenta características desses estudantes e os saberes necessários ao professor de Matemática nesse contexto. Em nossa experiência, verificamos que é possível ensinar Matemática e se comunicar com os surdos, mesmo sem saber a Língua de Sinais. O trabalho destaca, porém, que, apesar de não ser fator definitivo para que a aprendizagem dos conceitos matemáticos aconteça, pode fortalecer e agilizar esse processo, que também pode ser otimizado com a mediação de um intérprete de Libras. Apoia-se em análises de estudos correlatos e nas situações vivenciadas, entendendo que não há receitas ou fórmulas específicas para o ensino de Matemática para estudantes surdos, apesar de apontar algumas estratégias que poderão potencializar sua aprendizagem. Espera desencadear reflexões para ações cada vez mais potentes em direção à Educação Matemática Inclusiva que instrumentalizem os professores de Matemática para o trabalho com esses estudantes.
Downloads
Metrics
References
ABRANTES, P; SERRAZINA, L; e OLIVEIRA, I. A. Matemática na Educação Básica: Reflexão Participada sobre os Currículos do Ensino Básico. Lisboa: ME–DEB, 1999.
ARNOLDO JR., H.; RAMOS, M. G.; THOMA, A. S. O uso do multiplano por alunos surdos e o desenvolvimento do pensamento geométrico. In: Cadernos Cedes, Campinas, v. 33, n. 91, p. 387-409, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-32622013000300006. Acesso em: 07 de Agosto de 2022.
BRASIL. Lei Federal 10.436 de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências.
______. Decreto Nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002.
BRETTAS, K. P. A inclusão matemática de um aluno surdo na rede municipal de Juiz de Fora mediada por um professor colaborativo surdo de Libras atuando em bidocência. 2015. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Matemática) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2015.
BKOUCHE R., CHARLOT B. e ROUCHE N. Faire des mathématiques: le plaisir du sens. 1991.CUKIERKORN, M. M. O. B. A. Escolaridade Especial do Deficiente Auditivo: Estudo Crítico Sobre os Procedimentos Didáticos Especiais. 1996. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1996.
D’AMBRÓSIO, U. Etnomatemática. São Paulo: Ática, 1990.
______. Educação Matemática: Uma Visão do Estado da Arte. Pro-Posições. V. 4. Nº. 1.[10]. Março de 1993.
DESSBESEL, R. da S.; SILVA, S. de C. R. da & SHIMAZAKI, E. M. O processo de ensino e aprendizagem de Matemática para alunos surdos: uma revisão sistemática. In: Ciência & Educação (Bauru), vol. 24, núm. 2, pp. 481-500, 2018. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/2510/251055874014/html/. Acesso em: 07 de Agosto de 2022.
FARIA, S. R. Interface da Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS com a língua portuguesa e suas implicações no ensino de português para surdos. Pesquisa Lingüística, n° 6. Universidade de Brasília, 2001.
FERNANDES, S. H. A.; HEALY, L. Expressando generalizações em libras: álgebra nas mãos de aprendizes surdos. In: Caderno Cedes, Campinas, v. 33, n. 91, p. 349-368, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-32622013000300004. Acesso em: 07 de Agosto de 2022.
______. A emergência do pensamento algébrico nas atividades de aprendizes surdos. In: Ciência & Educação, Bauru, v. 22, n. 1, p. 237-252, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1516-731320160010015. Acesso em: 07 de Agosto de 2022.
FERREIRA, A. R. C.; CONSENZA, L. H. C. de A. e FERRAZ, P. R. O que é matemática para você? Concepções de estudantes da EJA. In: VIII Encontro Mineiro de Educação Matemática. Ituiutaba – MG. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/40758/2/2018_O%20que%20%C3%A9%20matem%C3%A1tica%20para%20voc%C3%AA%20concep%C3%A7%C3%B5es%20de%20estudantes%20da%20eja.pdf. Acesso em: 08 de Outubro de 2022.
GESSER, A. LIBRAS? Que língua é essa?: crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
KIPPER, D.; OLIVEIRA, C. J.; THOMA, A. S. Práticas visuais com alunos surdos: o visual e o escrito nas aulas de matemática. In: Boletim GEPEM, Rio de Janeiro, n. 67, p. 4-14, 2015.
KLÜSENER, R. Ler, escrever e compreender a matemática, ao invés de tropeçar nos símbolos. In: Ler e escrever: compromisso de todas as áreas. 7ª edição. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006.
MIRANDA, C. J. A. & MIRANDA, T. L. O Ensino de Matemática para Alunos Surdos: Quais os Desafios que o Professor Enfrenta? In: Revemat: R. Eletr. de Edu. Matem. Florianópolis, v. 06, n. 1, p. 31 - 46, 2011.
PAIXÃO, N. S. S. M. Saberes de Professores que Ensinam Matemática para Alunos Surdos Incluídos na Escola de Ouvintes. 2010. 212 p. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática) – Universidade Federal do Pará, Belém.
PENHA, N. M. Fonética e fonologia - processo das línguas orais e língua de sinais. Indaial: UNIASSELVI, 2018.
PETITTO, L. A. e MARENTETTE, P. F. Babbling in the manual mode: Evidence for the ontogeny of language. Science 251, p. 1493-6, 1991.
QUADROS, R. M. e PIZZIO, A. L. Aquisição da língua de sinais brasileira: constituição e transcrição dos corpora. In H. Salles (Org.) Bilingüismo e surdez. Questões linguísticas e educacionais. Goiânia: Cânone Editorial, 2007.
ROCHA, F. B. M. Ensinando geometria espacial para alunas surdas de uma escola pública de Belo Horizonte (MG): um estudo fundamentado na perspectiva histórico cultural. 2014. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Matemática) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2014.
STROBEL, K. L. e FERNANDES, S. As Imagens do Outro sobre a Cultura Surda. Florianópolis, Ed. Da UFSC, 2008.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2022 Boletim Cearense de Educação e História da Matemática
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.