O uso da libras no processo de ensino e aprendizagem da matemática a estudantes surdos: elemento definitivo ou potencializador?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30938/bocehm.v10i28.8633

Palavras-chave:

Matemática;, Surdos;, Libras;, Ensino;, Aprendizagem.

Resumo

Este é um ensaio a partir das experiências e vivências dos autores, como professores e/ou como intérpretes na Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior. Objetiva retomar a discussão referente à Matemática como uma linguagem universal e ao processo de ensino e aprendizagem desse Componente Curricular de forma mais ampla, no intuito de afunilar as discussões para estudantes surdos. Pretende discutir a importância da comunicação para a inclusão de todas as pessoas e de como a linguagem matemática pode favorecer esse processo, considerando a Libras como um elemento facilitador para o alcance da compreensão dos conceitos matemáticos por estudantes surdos e apresenta características desses estudantes e os saberes necessários ao professor de Matemática nesse contexto. Em nossa experiência, verificamos que é possível ensinar Matemática e se comunicar com os surdos, mesmo sem saber a Língua de Sinais. O trabalho destaca, porém, que, apesar de não ser fator definitivo para que a aprendizagem dos conceitos matemáticos aconteça, pode fortalecer e agilizar esse processo, que também pode ser otimizado com a mediação de um intérprete de Libras. Apoia-se em análises de estudos correlatos e nas situações vivenciadas, entendendo que não há receitas ou fórmulas específicas para o ensino de Matemática para estudantes surdos, apesar de apontar algumas estratégias que poderão potencializar sua aprendizagem. Espera desencadear reflexões para ações cada vez mais potentes em direção à Educação Matemática Inclusiva que instrumentalizem os professores de Matemática para o trabalho com esses estudantes.

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Biografia do Autor

Christiane Milagre da Silva Rodrigues, Secretaria Municipal de Educação de Vitória

Possui Graduação em Matemática pela Universidade Federal do Espírito Santo (2004). Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Matemática (especialização pela FIJ - RJ). Mestre em Educação na linha de pesquisa Diversidade e Práticas Educacionais Inclusivas do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Atualmente é líder do GPEMI (Grupo de Pesquisa em Educação Matemática Inclusiva) - IFES e Formadora de professores de Matemática das Escolas em Tempo Integral no Município de Vitória - ES.

Edmar Reis Thiengo, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES)

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Coordenador da Área de Matemática e professor do Curso de Licenciatura em Matemática e do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática – EDUCIMAT/IFES no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES), Campus Vitória, Vitória, ES, Brasil.

Nilma Moreira da Penha, Secretaria Municipal de Educação de Vitória - ES

Mestra em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Professora do Centro Municipal de Educação Infantil na Prefeitura Municipal de Vitória, Vitória, ES, Brasil.

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Publicado

2023-01-01

Como Citar

RODRIGUES, C. M. da S.; THIENGO, E. R.; PENHA, N. M. da. O uso da libras no processo de ensino e aprendizagem da matemática a estudantes surdos: elemento definitivo ou potencializador?. Boletim Cearense de Educação e História da Matemática, [S. l.], v. 10, n. 28, p. 1–15, 2023. DOI: 10.30938/bocehm.v10i28.8633. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/BOCEHM/article/view/8633. Acesso em: 22 dez. 2024.