O uso do jogo Tangram como material pedagógico matemático para alunos com surdez
DOI:
https://doi.org/10.30938/bocehm.v8i23.4980Palavras-chave:
Tangram, Matemática, Área de figuras planas, SurdezResumo
Este é um relato de experiência realizada em 2019 com uma aluna surda que mesmo frequentando o primeiro ano do Ensino Médio, apresentava dificuldades de compreender o conceito e aplicabilidade de área de figuras planas elementares, por exemplo do quadrado. Diante da dificuldade apresentada pela discente em compreender para quê e como calcular a área de figuras geométricas planas, optou-se pelo uso do material didático auxiliar (quebra cabeças de origem chinesa chamado Tangram) aliado a uma metodologia lúdica fundamentada em Pimentel (2014, p. 5) e Lorenzato (2008, p. 20-21) como estratégia didática a fim de promover a compreensão e o envolvimento da aluna com o componente curricular, buscando inicialmente atrair a educanda para o quebra-cabeças e posteriormente para o saber em pauta (área de figuras planas). A abordagem se deu a priori por meio da manipulação das peças, construção de um novo jogo igual e comparações entre os mesmos. Durante a manuseio, além do objetivo principal (construir o conceito de área e aplica-lo), foi possível compreender, construir e aplicar outros conhecimentos envolvendo Geometria como congruência, paralelismo e perpendicularismo, por exemplo. O manuseio favoreceu o entendimento do assunto que a aluna apresentava dificuldade e abriu possibilidades para além da manipulação de fórmulas: a compreensão e aplicabilidade do que se estava sendo construído. Portanto, o texto busca ressaltar a importância do lúdico em situações didáticas na diversidade. A confiança que a discente demonstrou ao afirmar as últimas conclusões baseada nos últimos resultados que obteve foram importantes não somente para os resultados de área, mas também de percepção de espaço, de outros elementos básicos da Geometria e de sua familiaridade com a Matemática.
Palavras-chave: Tangram; Matemática; Área de figuras planas; Surdez.
Downloads
Métricas
Referências
BRASIL/MEC. Lei nº. 9.394 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 26 fev. 2021.
______. MEC/SEESP. Presidência da República. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm>. Acesso em: 26 fev. 2021.
______. MEC/SEESP. Manual de Orientação: Programa de Implantação de Sala de Recursos Multifuncionais. 2010. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9936-manual-orientacao-programa-implantacao-salas-recursos-multifuncionais&Itemid=30192>. Acesso em: 10 fev. 2021.
______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: matemática /Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997
D’AMBROSIO, B. S. Como ensinar matemática hoje? Temas e Debates. SBEM. Ano II. N2. Brasilia. 1989. P. 15-19.
DIZEU, L. C. T. B; CAPORALI, S. A. A língua de sinais construindo o surdo como sujeito. Revista Educação & Sociedade. Campinas – SP, v.26, n.91, 2005.
KALEFF, A. M. M. R. Vendo e entendendo poliedros: do desenho ao cálculo do volume através de quebra-cabeças e outros materiais concretos. Niterói: EdUFF, 2003.
LORENZATO, S. Educação Infantil e Percepção Matemática. Coleção Formação de Professores. 2 ed. Campinas-SP: Autores Associados, 2008.
MOURA, Manoel O. de. A serie busca no jogo: do lúdico na matemática. A educação matemática em revista. Blumenau: SBEM, v.2, n. 3, 1994.
PIMENTEL, I. F; Sabino, E. B. Jogos adaptados utilizados como recurso pedagógico facilitador para o ensino de Libras em Castanhal-PA. Campina Grande: Realize Eventos e Editora. Campina Grande, 2014.
SILVA, M. T. Tangram e Geoplano: Uma abordagem didática. TCC (Monografia) – Licenciatura em Matemática – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis-SC, 2007.
VYGOTSKY, L. S. e LEONTIEV. ALEXIS. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Edusp, 1998.