AL-KASHI E KAZI-ZADE AR-RUMI

DESVENDANDO A RELAÇÃO ENTRE ELES ATRAVÉS DE DUAS CARTAS

Autores

  • Kaline França Andrade IFRN
  • ANA PAULA PEREIRA DO NASCIMENTO SILVA IFCE - Jaguaribe

DOI:

https://doi.org/10.30938/bocehm.v7i21.2867

Palavras-chave:

História da Matemática Medieval Islâmica; al-Kashi; Kazi-Zade ar-Rumi.

Resumo

No século XV, Ulugh Beg (1394-1449), neto de Tamerlão (Timur), cria, em Samarcanda, um enorme observatório astronômico e, juntamente com ele, um centro de estudos surge e garante, por alguns anos, a atividade científica na capital do Califado Abássida. Ghiyath al-Din Jamshid Mas'ud al-Kashi, astrônomo e matemático, foi o primeiro diretor desse centro, sendo seu sucessor o também astrônomo e matemático Kazi-Zade ar-Runi. Nossa intenção é, portanto, apresentar à comunidade acadêmica um período da história que ainda carece de publicações acadêmicas: a matemática islâmica medieval. Quiçá despertar o interesse pela pesquisa nesta área. Por se tratar de um período longo, nossos esforços se concentram na Madraça de Samarcanda e seus ilustres estudiosos aqui já mencionados. Pretendemos com este artigo apresentar um pouco das atividades desenvolvidas no centro de estudos de Samarcanda, além de estabelecer a relação entre os astrônomos supracitados. Para isso, tomamos por base as duas cartas de al-Kashi endereçadas a seu pai que chegaram a nosso tempo. Kennedy (1960) e Saili (1960) publicaram e traduziram (o primeiro em inglês e o segundo em turco), de maneira independente, a primeira carta que foi achada; a segunda carta recentemente descoberta no Irã foi publicada e traduzida para o Inglês por Bagheri (1997). É importante destacar que nosso trabalho faz parte de um projeto maior (o estudo da matemática medieval), que está em desenvolvimento e que, por este motivo, os resultados aqui expostos são parciais. Uma conclusão imediata que foi obtida com esses estudos é a de que o período das trevas – como comumente é conhecida a Idade Média, nos levando a pensar em uma época de não produção de saberes, isto é, séculos de estagnação científica – foi uma época de grandes realizações nas mais diversas áreas da cultura e dos saberes científicos, além da grande expansão territórial do império islã, que garantiu a preservação dos saberes antigos e sua disseminação (a posteriori) por meio de suas traduções.

Downloads

Métricas

Visualizações em PDF
425
Jun 07 '21Jun 10 '21Jun 13 '21Jun 16 '21Jun 19 '21Jun 22 '21Jun 25 '21Jun 28 '21Jul 01 '21Jul 04 '212.0
| |

Referências

BAGHERI. M. A new found letter of Al-Kashi on Scientific Life in Samarkand. Historia Mathematica. n. 24, p. 241-256, 1997.

BAGHERI, M. Az Samarqand be Kashan; Namaha-ye Ghiyath al-Din Jamshid Kashani be pedarash (From Samarkand to Kashan: Letters of al-Kashi to his father). Tehran: Scientific and Cultural Publications, 1996.

BERGGREN, J. L. Episodes in the mathematics of medieval islam. New York: Springer-Verlag Inc., 2003.

KENNEDY, E. S. A Letter of Jamshid al-Kashi to His Father: Scientific Research and Personalities at a Fifteenth Century Court. Orientalia, n. 29, p. 191-213, 1960.

Downloads

Publicado

2021-06-05

Como Citar

ANDRADE, K. F.; SILVA, A. P. P. D. N. AL-KASHI E KAZI-ZADE AR-RUMI: DESVENDANDO A RELAÇÃO ENTRE ELES ATRAVÉS DE DUAS CARTAS. Boletim Cearense de Educação e História da Matemática, [S. l.], v. 7, n. 20, p. 211–220, 2021. DOI: 10.30938/bocehm.v7i21.2867. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/BOCEHM/article/view/2867. Acesso em: 28 abr. 2025.