Tradução audiovisual acessível no contexto da educação de surdos

Diagnóstico inicial acerca da LSE no processo de ensino e aprendizagem da língua portuguesa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46230/2674-8266-15-10589

Palavras-chave:

Tradução audiovisual acessível, Educação de surdos, Legendagem para Surdos e Ensurdecidos, Língua portuguesa como L2

Resumo

Imbuídos/as na perspectiva de acessibilidade comunicacional, inspirados/as por experiências vivenciadas, foi realizado no período de 2020 a 2022 o estágio pós-doutoral, aprovado pelo Comitê de ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que propôs a realização de estudos que conduzissem os/as pesquisadores/as a um aprofundamento teórico referente a conceitos pertinentes à Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) em produtos audiovisuais educacionais, relacionando seus parâmetros as videoaulas e videodocumentários enquanto produtos audiovisuais com a dupla finalidade de exposição temática de conteúdos específicos e suporte para o aprendizado da língua portuguesa como L2 para surdos. Essas discussões, culminaram na tentativa de responder à questão de pesquisa: a LSE, construída a partir do texto de chegada (Libras/L1), no contexto educacional, pode vir a contribuir para a apropriação do português como L2 por sujeitos surdos? Nesse sentido, é nesse contexto que apresentamos os resultados da primeira etapa da pesquisa que correspondeu a um Mapeamento Sistemático de Literatura e analisa o diagnóstico inicial realizado junto aos sujeitos surdos participantes. As reflexões construídas ao longo deste artigo favorecem o consenso de que a LSE pode vir a favorecer a aprendizagem da língua portuguesa quando for produzida a partir da língua de sinais. Entretanto, estudos de recepção fazem-se necessário para atestar a veracidade de tal afirmativa. Dessa forma, é necessário aprofundar o estudo sobre LSE e produtos audiovisuais educacionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flávia Roldan Viana , Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Pedagoga (2015), Especialista em Libras (2013), Mestre em Educação (2013) e Doutora em Educação Brasileira (2016). É Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vinculado ao Centro de Educação (CE), atuante na graduação, principalmente, nos cursos de Licenciatura em Letras/Libras e em Pedagogia, na ênfase dos componentes curriculares Didática e Estágios Supervisionados; e nos Programas de Pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEEsp/UFRN), no qual é a atual coordenadora; no Programa de Pós-Graduação em Inovação em Tecnologias Educacionais (PPgITE) (IMD/UFRN) e no Programa de Pós-graduação em Educação (PPGED) (CE/UFRN). Participa do Grupo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Informática na Educação (GIIfE) da UFRN, fazendo parte do Projeto Objetos de Aprendizagem para Matemática (OBAMA - obama.imd.ufrn.br) no qual lidera o GT OBAMA Care (Componente de Acessibilidade e Responsividade).

Vera Lúcia Santiago Araújo , Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Vera Lúcia Santiago Araújo possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Ceará (1982), mestrado em Mestrado em Letras Língua Inglesa pela Universidade Estadual do Ceará (1994) e doutorado em Letras pela Universidade de São Paulo (2000). Atualmente é professor associado da Universidade Estadual do Ceará e pesquisadora nível 2 do CNPq. Tem experiência na área de Linguística Aplicada, com ênfase em Tradução, atuando na tradução audiovisual acessível, mais precisamente na legendagem para surdos e ensurdecidos e audiodescrição.

Wilson Júnior de Araújo Carvalho, Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Possui Graduação (Bacharelado) em Fonoaudiologia pela Universidade de Fortaleza (1992), Mestrado em Linguística e Ensino da Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Ceará (1996), Doutorado em Letras (Área de Concentração: Linguística Aplicada) pela Universidade Federal da Bahia (2003). Realizou Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (2011 a 2012). É Professor Associado da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Nesta universidade, além de lecionar no Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada (PosLA) e no Curso de Graduação em Letras, desenvolve atividades de orientação e pesquisa sobre: a) aquisição de língua materna ou de línguas adicionais, sob condições normais ou desviantes, assim como acerca do processamento fonológico (memória fonológica, consciência fonológica etc) subjacente ao processamento da leitura/escrita (rotas e estratégias de leitura e escrita); b) as características acústico-articulatórias e fonológicas envolvidas na aquisição dos sistemas sonoros, em contextos naturais e formais de aprendizagem; c) identificação de falantes no campo da fonética forense. Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada de 2006 a 2008, de 2013 a 2016 e de 2021 a 2022. Foi Coordenador do Núcleo Cultura, Cidade e Linguagem - CCLiin de 2016 a 2019. Foi Diretor de Ensino de Pós-graduação da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PROPGPq) de 2016 a 2020. Atualmente, exerce as seguintes funções: a) Coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa da UECE; b) Coordenador do Laboratório de Aquisição de Linguagem e Linguística Clínica (LALLC); c) Coordenador do Núcleo de Línguas Itaperi do Centro de Humanidades da UECE. 

Referências

ALBRES, N. de A; SARUTA, M. V. Programa curricular de língua brasileira de sinais para surdos. São Paulo: IST, 2012.

ARAÚJO, V. L. S., VIEIRA, P. A; MONTEIRO, S. M. M. Legendagem para surdos e ensurdecidos (LSE): Um estudo de recepção com surdos da região Sudeste. Tradterm. v. 22, p. 283-302, dez. 2013. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.tradterm.2013.69132

ARAÚJO, W. C. O. Recuperação da informação em saúde: construção, modelos e estratégias. Universidade Federal de Sergipe, Aracajú, ConCI, Convergências em Ciência da Informação, v. 3 n. 2, p. 100-134, 10 jul. 2020. DOI: https://doi.org/10.33467/conci.v3i2.13447

BAKHTIN, M. Os Gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da Criação verbal. SP: Martins Fontes, 2010, p. 277-326.

BAKHTIN, M. Para uma filosofia do ato responsável. Trad. Valdemir Miotello e Carlos Alberto Faraco. São Carlos: Pedro & João Editores, 1997.

BÓZOLI, D. M. F. Um estudo sobre o aprendizado de conteúdos escolares por meio da escrita de sinais em escola bilíngue para surdos. 2015. 188 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em Educação, Maringá, 2015.

CANDAU, V. M. Didática crítica intercultural: aproximações. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

DEBEVC, MATJAŽ; MILOŠEVIĆ, DANIJELA & KOŽUH, INES. A Comparison of Comprehension Processes in Sign Language Interpreter Videos with or without Captions. PLoS ONE, 26. v. 10, n. 5 p. 1-15, maio, 2015. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0127577

FLEURI, R. Políticas da diferença: para além dos estereótipos na prática educacional. Revista Educação e Sociedade, Campinas, v. 27, n. 95, p. 495-520, ago. 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-73302006000200009

HALL Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação & Realidade, Porto Alegre, v.22, n.2, p. 17-46, jul./dez, 1997.

HO, W. Y. J. The construction of translanguaging space through digital multimodal composing: A case study of students' creation of instructional videos. Journal of English for Academic Purposes, v. 58, p. 101-134, jul. 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jeap.2022.101134

JIMENEZ-HURTADO, C. Traducción y accesibilidad. Subtitulación para sordos y audiodescripción para ciegos: nuevas modalidades de Traducción Audiovisual, Frankfurt: Peter Lang, 2007.

KITCHENHAM, B.; CHARTERS, S. Guidelines for performing Systematic Literature Reviews in Software Engineering. Technical Report EBSE 2007-001, Keele University and Durham University Joint Report, 2007, 65p.

MAHER, T. M. Do casulo ao movimento: a suspensão das certezas na educação bilíngue e intercultural. In: CAVALCANTI, M. C; BORTONI-RICARDO, S. M. (orgs.). Transculturalidade, linguagem e educação. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2007, p. 67-94.

MATOS, D. D. M. da C., COELHO, J. A. P. de M; BITTENCOURT, I. I. Mapeamento Sistemático e Revisão Sistemática da Literatura em Informática na Educação. In: JAQUES, P., PIMENTEL, M., SIQUEIRA, S. & BITTENCOURT, I. I. Metodologia de Pesquisa Científica em Informática na Educação: Abordagem Quantitativa. (Série Metodologia de Pesquisa em Informática na Educação, v. 2) Porto Alegre: SBC, 2020. Disponível: https://metodologia.ceie-br.org/livro-2/. Acesso em: 21, outubro de 2021.

MONTEIRO, S. M. M.; ARAÚJO, V. L. S. Legendagem para surdos: uma pesquisa piloto sobre a recepção da legendagem de uma campanha política veiculada na televisão na cidade de Fortaleza no ano de 2010. Revista Intercâmbio, São Paulo: LAEL/PUCSP v. XXVII. p. 141-163, 2013.

MONTERO, I. C. B; FERREIRO, R. L. & GARCÍA, A. T. P. Campus do Mar accesible: el proceso de traducción de textos divulgativos de ámbito científico a la Lengua de Signos Española y al Sistema de Signos Internacional. Madri: Actas del Congreso CNLSE de la Lengua de Signos Española, 2015.

NASCIMENTO, V. & NOGUEIRA, T. C. Tradução Audiovisual e direito à cultura: o caso da comunidade surda. Revista Percursos Linguísticos, Dossiê Tradução e transformação social, v. 9, n. 21, p. 105-132, 2019.

RANDOLPH, J. J. A guide to writing the dissertation literature review. Practical Assessment, Research & Evaluation, v. 14, n. 13, p. 1-13, 2009.

SANTOS, G. “Revisão Sistemática, Mini-Curso”. Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software – SBQS. Belém – PA. 2010.

SILVA, K. K. M. S. Legendagem de materiais audiovisuais em língua estrangeira para surdos e ensurdecidos: Uma proposta inclusiva para discentes do bacharelado em LEA-NI. 2019. 74 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais) - Departamento de Mediações Interculturais, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2019.

SOUZA, E. S. de & VIEIRA, P. A. Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) de vídeos em Libras. Transversal – Revista em Tradução, Fortaleza, v.5, n.9, p.154-173, 2019.

TSUKAMOTO, N. M. S. & TORRES, P. L. A tecnologia de editoração de legenda no processo educacional dos alunos com surdez. In: Anais do IX Congresso Nacional de Educação (EDUCERE). III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, PUCPR, 2009, p. 01-12.

VIEIRA, P. A; ASSIS, I. A. P. de; & ARAÚJO, V. L. S. Tradução Audiovisual: Estudos sobre a leitura de Legendas para Surdos e Ensurdecidos. Cad. Trad., Florianópolis, v. 40, n. esp. 2, p. 97-124, set-dez, 2020. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-7968.2020v40nesp2p97

VIEIRA, P. A; TEIXEIRA, E. N. & CHAVES, E. G. Caminhos do olhar: a movimentação ocular de espectadores surdos durante a exibição de vídeos legendados. Trab. Ling. Aplic., Campinas, v. 56, n. 2, p. 493-526, mai./ago. 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/010318138649288277571

Downloads

Publicado

2023-06-26

Como Citar

VIANA , F. R.; ARAÚJO , V. L. S.; CARVALHO, W. J. de A. Tradução audiovisual acessível no contexto da educação de surdos: Diagnóstico inicial acerca da LSE no processo de ensino e aprendizagem da língua portuguesa. Revista Linguagem em Foco, Fortaleza, v. 15, n. 2, p. 122–141, 2023. DOI: 10.46230/2674-8266-15-10589. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/10589. Acesso em: 29 abr. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.