A LSE como ferramenta de ensino de Língua Inglesa para surdos
Uma proposta de atividade didática
DOI:
https://doi.org/10.46230/2674-8266-15-10600Palavras-chave:
Tradução Audiovisual, Legendagem para Surdos e Ensurdecidos, Ensino de inglês como língua estrangeira, Aprendizes surdos, LibrasResumo
Estudos experimentais têm comprovado a eficácia do uso da legendagem na aprendizagem de inglês por alunos ouvintes, sendo considerada uma ferramenta que beneficia o processo de aprendizagem das quatro habilidades (leitura, escrita, compreensão e fala). Partimos do pressuposto de que atividades envolvendo a legendagem como ferramenta no aprendizado de línguas estrangeiras podem ser benéficas a aprendizes surdos, tendo em vista que os surdos usuários de línguas visuais são sujeitos cujas identidades se constroem por meio de artefatos visuais e que a Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) tem traduzido efeitos sonoros de forma visual – por meio das legendas. No Brasil, ainda há poucas pesquisas sobre o ensino de línguas estrangeiras para surdos, e não temos conhecimento de documentos oficiais que tratem dessa situação específica (ou seja, do fato de ser não apenas uma LE, mas também uma L3 para o estudante surdo, trazendo, com isso, diversas implicações pedagógicas). O objetivo deste artigo é discutir como a LSE pode contribuir com a aprendizagem do inglês como L3 por surdos, utilizando produções audiovisuais como parte do material didático. Ademais, buscamos, a partir de uma discussão bibliográfica, apresentar uma proposta de atividade didática em que a LSE possa ser utilizada como ferramenta facilitadora da aprendizagem do inglês por surdos usuários da Libras. Nossa intenção é estimular professores de inglês para surdos a utilizar a LSE em suas aulas, buscando promover uma aprendizagem que leve em consideração o aprendiz surdo, usuário de uma língua visuoespacial e com necessidades de aprendizagem que envolvem estratégias visuais.
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