Emprego do açúcar demerara na elaboração de geleia de laranja com cranberry (Vaccinium macrocarpon)

Autores

  • Luéline Paiva Elias Universidade Federal do Ceará
  • Lucicléia Barros de Vasconcelos Torres Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.59171/nutrivisa-2017v4e9025

Palavras-chave:

Geleia, Laranja, Açúcar, Microbiológicos

Resumo

Geleias de frutas são doces que contém pectina (fibras solúveis) e açúcares simples, uma fonte rápida de energia. Esse doce pode ser consumido de diversas formas e obtido de uma variedade de frutas e vegetais que transferem seu sabor e aroma para o produto. O processo de produção da geleia deve ser realizado de tal modo que o produto adquira consistência ideal, aroma e sabor da fruta utilizada. Para isso é necessário o controle de parâmetros como a acidez, concentração de açúcares e pectina, sendo importante também assegurar a implantação de boas práticas de fabricação, evitando possíveis contaminações no produto. Este trabalho teve como objetivo a utilização do açúcar demerara na elaboração de geleia de laranja com cranberry, comparando os padrões físico-químicos e microbiológicos com uma formulação padrão contendo açúcar cristal. Os resultados obtidos evidenciaram as diferenças esperadas devido aos tipos de açúcares utilizados, demonstrando a possibilidade de uso do açúcar demerara, matéria prima obtida com menor numero de processos químicos, para obtenção de geleias. Concluiu-se que os parâmetros físicoquímicos de acidez, vitamina C, umidade, pH e sólidos solúveis totais apresentaram valores próximos aos encontrados por outros autores. Resultados microbiológicos para coliformes a 35 ºC e 45 ºC, bolores e leveduras e Salmonella sp apresentaram-se dentro dos padrões estabelecidos pela legislação vigente.

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Publicado

2017-12-25

Como Citar

ELIAS, L. P. .; TORRES, L. B. de V. . Emprego do açúcar demerara na elaboração de geleia de laranja com cranberry (Vaccinium macrocarpon). Nutrivisa - Revista de Nutrição e Vigilância em Saúde, Fortaleza, v. 4, n. 2, p. 48–60, 2017. DOI: 10.59171/nutrivisa-2017v4e9025. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/nutrivisa/article/view/9025. Acesso em: 12 maio. 2024.

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Artigos originais