Emprego do açúcar demerara na elaboração de geleia de laranja com cranberry (Vaccinium macrocarpon)
DOI:
https://doi.org/10.59171/nutrivisa-2017v4e9025Palavras-chave:
Geleia, Laranja, Açúcar, MicrobiológicosResumo
Geleias de frutas são doces que contém pectina (fibras solúveis) e açúcares simples, uma fonte rápida de energia. Esse doce pode ser consumido de diversas formas e obtido de uma variedade de frutas e vegetais que transferem seu sabor e aroma para o produto. O processo de produção da geleia deve ser realizado de tal modo que o produto adquira consistência ideal, aroma e sabor da fruta utilizada. Para isso é necessário o controle de parâmetros como a acidez, concentração de açúcares e pectina, sendo importante também assegurar a implantação de boas práticas de fabricação, evitando possíveis contaminações no produto. Este trabalho teve como objetivo a utilização do açúcar demerara na elaboração de geleia de laranja com cranberry, comparando os padrões físico-químicos e microbiológicos com uma formulação padrão contendo açúcar cristal. Os resultados obtidos evidenciaram as diferenças esperadas devido aos tipos de açúcares utilizados, demonstrando a possibilidade de uso do açúcar demerara, matéria prima obtida com menor numero de processos químicos, para obtenção de geleias. Concluiu-se que os parâmetros físicoquímicos de acidez, vitamina C, umidade, pH e sólidos solúveis totais apresentaram valores próximos aos encontrados por outros autores. Resultados microbiológicos para coliformes a 35 ºC e 45 ºC, bolores e leveduras e Salmonella sp apresentaram-se dentro dos padrões estabelecidos pela legislação vigente.
Referências
ABIA. Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação. Compêndio de legislação dos alimentos: consolidação das normas e padrões para alimentos. São Paulo: ABIA, 2001. 2v.
AHMED, A.; ALI, S.W.; REHMAN, K.U.; AYUB, S.R.; ILYAS, M. Influence of sugar concentration on physicochemical properties and sensory attributes of sapodilla jam. PeerJ PrePrints, v. 4, p. e1777v1, 2016.
ARAÚJO, P. G. L. Conservação pós-colheita e estabilidade da polpa de acerolas podi, Cerejas, Frutacor, II 47/1, Roxinha e Sertaneja. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos)- Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 67f., 2005.
BASU, A.; BETTS, N. M.; ORTIZ, J.; SIMMONS, B.; WU, M.; LYONS, T. J. Low-calorie Cranberry Juice Decreases Lipis Oxidation and Increases Plasma Antioxidant Capacity in Women with Metabolic Syndrome. Nutrition Research, v.31, n.3, p.190-196, 2011.
BASU, S.; SHIVHARE, U. S.; SINGH, T. V. Effect of substitution of stevioside and sucralose on rheological, spectral, color and microstructural characteristics of mango jam. Journal of Food Engineering, Oxford, v. 114, n. 4, p. 465-476, 2013.
BETTANI, S. R. et al. Avaliação físico-química e sensorial de açúcares orgânicos e convencionais. 2014.
BEUCHAT, L. R.; COUSIN, M. A. Yeasts and molds. In: DOWNES, F. P.; ITO, K. (eds.). Compendium of methods for the microbiological examination of foods. 4 ed. Washington: APHA, 2001. p. 209-215.
BIANCHINI, Gisele. Desenvolvimento de geleia de café. 2013. 31 f. TCC (Graduação) - Curso de Tecnologia em Alimentos, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Londrina, 2013. Cap. 6. Disponível em: . Acesso em: 18 jul. 2016.
BISWAS, N.;PAULINE, B.; NARLAKANTI. S. K.; HAQUE.M.E.;
HASSAN. M. M. Identification of phenolic compounds in processed cranberries by HPLC method. Journal of Nutrition & Food Sciences, v. 2013, 2013.
BRASIL, Agência Nacionalde Vigilância Sanitária(ANVISA). Resolução RDC. nº 12, de 02 de janeiro de 2001. Dispõe sobre os princípios gerais para o estabelecimento de critérios e padrões microbiológicos para alimentos, 2001. Disponível em:< http://www. vigilanciasanitaria. gov. br/anvisa. html>. Acesso em: 16 de julho de 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. ANVISA-Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução CNNPA n° 272, de 23 de setembro de 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº. 326, de 30 de julho de 1997. Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico- Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Indústrias de Alimentos, 1997.
BRASIL. Ministério da Saúde. ANVISA-Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução CNS/MS n.º 4, de 24 de novembro de 1988. Brasília; 1988.
BRASIL, Resolução RDC nº 12, de 1978. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e57b73 80474588a39266d63fbc4c6735/RESOLUCAO_12_1978.
pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 23 de julho de 2016.
BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2007; Doces e geleias. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/setec/ arquivos/pdf3/publica_setec_doces_geleias.pdf > Acesso em: 15 de julho de 2016.
BROW, P.N.; SHIPLEY, P.R. Determination of Anthocyanins in Cranberry Fruit and Cranberry Fruit products by HighPerformance Liquid chromatography with Ultraviolet Detection: Single-Laboratory Validation. JAOAC, v.94, n.2, p.459-466, 2011.
CAETANO, P. K.; DAIUTO, É. R.; VIEITES, R. L. Característica físico-química e sensorial de geleia elaborada com polpa e suco de acerola. Braz. J. Food Technol., Campinas , v. 15, n. 3, p. 191-197, Sept. 2012 . disponível em.Acesso em 10 jul. 2016.
CHEMELLO, E. A Química na Cozinha apresenta: O açúcar. Revista Eletrônica ZOOM da Editora Cia da Escola, 2005.
COELHO, Y.S.; POMPEU, Jr.J.; BASTOS, J.B.; DORNELLES, C.M.; SOUZA, E.S.; CALDAS, R.C. Maturation and quality of ‘Pera’ sweet orange in Brazil. In: Int. Citrus Congress, 6. São Paulo, 1984. Proc. v.2. p.517-520.
COELHO, M. T. Pectina: Características e aplicações em alimentos.Disciplina de Seminário de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, 2008.
DE AVILA, LISANDRA REAL, AND CÁTIA REGINA STORCK. “Elaboração de geleia de physalis tradicional e diet.” Disciplinarum Scientia| Saúde 15.1 (2016): 113-121.
DE MEDEIROS, Amanda Ramalho Honório et al. Obtenção e qualidade de geleia e doce em calda de facheiro (Cereus squamosus). Agropecuária Técnica, v. 37, n. 1, 2016.
DE OLIVEIRA, M. M. T.; BRAGA, T. R; PINHEIRO, G. K; SILVA, L. R. D; VIEIRA, C. B; TORRES, L. B. D. V. Parâmetros físico- químicos, avaliação microbiológica e sensorial de geleias de laranja orgânica com adição de hortelã. Revista de la Facultad de Agronomía, La Plata, v. 115, n. 1, p. 29-34, 2016.
DIONIZIO, A. S. et al. Elaboração e Caracterização Físico- Químicas e Sensorial de Geleia de Jaca Com Laranja. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1260, 2013.
DOHADWALA, M.M. et al. Effects of cranberry juice consumption on vascular function in patients with coronary artery disease. Am. J. Clin. Nutr., n.93, p. 934- 940, 2011.
SEBRAE AGRONEGÓCIOS. Fabricação de Geleia de Fruta. Disponível em: <http://www.sebraemercados.com.br/ fabricacao-de-geleia-de-fruta/>. Acesso em: 10 de julho de 2016.
FISCHER, I. H.; PALHARINI, M. C. de A.; SPOSITO, M. B.; AMORIM, L. Doenças pós-colheita em laranja ‘Pêra’produzida em sistema orgânico e convencional e resistência de Penicillium digitatum a fungicidas. Summa phytopathol., Botucatu , v. 39, n. 1, p. 28-34, Mar. 2013 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0100540520130001000 05&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10 de julho de 2016.
FOPPA, T. et al. Caracterização físico-química da geleia de pêra elaborada através de duas cultivares diferentes: pêra d’água (Pyrus communis L.) e housui (Pyrus pyrifolia Nakai). Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, v. 11, n. 1, p. 21-25, 2009.
FRANÇA, A. C. Y. R. da ; COUTINHO, V. G.; SPEXOTO, M. C. O Consumo do Cranberry no Tratamento de Doenças
Inflamatórias. Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde, v. 18, n. 1, 2015.
FRUTUOSO, Suzane G. Cranberry: a frutinha poderosa. 2014. Disponível em: . Acesso em: 12 jul. 2016.
GOMES, S. L. S. Desenvolvimento e Caracterização de Geleia Mista de Maracujá e Acerola. 2014. 48 f. TCC (Graduação) - Curso de Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa – Pb, 2014. Cap. 8. Disponível em: <http://rei.biblioteca.ufpb. br/jspui/bitstream/123456789/904/1/Gomes_Sophia Desenvolvimento e caracterizacao.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2016.
GUILHERME, D. de O.; MARINHO, C. L.; BIAZATT, M. A.; CAMPOS, G. S.; BREMENKAMP, C. A. Produção
de mudas de laranjeira Pêra por meio do método de interenxertia. Cienc. Rural, Santa Maria , v. 44, n. 3, p. 414-417, Mar. 2014 . Disponível em: . acesso em: 28 de julho de 2016.
HONORATO, Karin. Nutricionista fala sobre vantagens e diferenças dos tipos de açúcar. 2014. Disponível em:
< http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/11/ nutricionista-fala-sobre-vantagens-e-diferencas-dos- tipos-de-acucar.html>. Acesso em: 13 de julho de 2016.
Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. Coordenadores Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea - São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008 p. 1020
JAVANMARD, M.; ENDAN, J. A survey on rheological properties of fruit jams. International Journal of Chemical Engineering and Applications, v. 1, n. 1, p. 31, 2010.
JACKIX, M. H. Doces, geléias e frutas em calda. São Paulo: Ícone, 1988.
JUNIOR, W. E. Carboidratos: estrutura, propriedades e funções. Conceitos Científicos em Destaque, n. 29, 2008.
KROLOW, Ana C.R. Preparo artesanal de geleias e geleiadas. 29 p.Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Clima Temperado. ISSN 1806- 9193. Pelotas, 2005.
LOPES, C. H.; Borges, M. T. M. R. Proposta de normas e especificações para açúcar mascavo, rapadura e melado de cana. Araras: DTAISER/CCA/UFSCar, 2004. 10 p. Relatório Interno. s/nº.
MACHADO, S. S. Tecnologia da Fabricação do Açúcar. Inhumas: IFG; Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2012.
MAIA, J.; TRAVÁLIA, B.; DE ANDRADE, T.; ANDRADE, J.; SILVA, G.; MOREIRA, J.; DE OLIVEIRA JÚNIOR,
A. DESENVOLVIMENTO, Avaliação Físico- Química, Microbiológica e Sensorial de Geleia de Tamarindo. GEINTEC-Gestão, Inovação e Tecnologias, v. 4, n. 1, p. 632-641, 2014.
MANARINI, Thaís. Dossiê do açúcar. 2013. Disponível em: <http://saude.ig.com.br/alimentacao/ dossie+do+acucar/ n1238113784817.html >. Acesso em: 22 de junho 2016.
MEZAROBA, S.; MENEGUETTI, C. C.; GROFF, A. M. Processos de produção do açúcar de cana e os possíveis reaproveitamos dos subprodutos e resíduos resultantes do sistema. IV Encontro de Engenharia de Produção Agroindustrial, 2010.
MOURA, S. M. Estabilidade da acerola em pó oriunda do cultivo orgânico. 2010. Tese de Doutorado. Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Ceará.
NEVES, M. F.; MILAN, P.; LOPES, F. F.; CRESSONI, F.; KALAKI, R. O Retrato da citricultura brasileira. 2010. Disponível em:
. Acesso em: 12 de julho de 2016.
OLÍMPIO, J. A. O açúcar do Brasil. Teresina, 2014. Disponível em: <http://www.sinterpi.org.br/ artigos/o- acucar-do-brasil/>. Acesso em: 24 de ago. 2016.
OETTERER, Marília. Aula: Mono e Dissacarídeos - Propriedades dos Açucares. 2001. Disponível em:
<http://www.esalq.usp.br/departamentos/lan/pdf/Mono e Dissacarideos - Propriedades dos Acucares.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2016.
PARK, Kil Jin; ADRIANA, B. I. N.; BROD, Fernando Pedro Reis. OBTENÇÃO DAS ISOTERMAS DE SORÇÃO E
MODELAGEM MATEMÁTICA. Ciênc. Tecnol. Aliment, v. 21, n. 1, p. 73-77, 2001.
PELEGRINE, D.H.G. ; ALVES, G. L. ; QUERIDO, A. F. ;CARVALHO, J. G. . Geléia de mirtilo elaborada com frutas da variedade Climax. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, v. 14, p. 225-231, 2012.
PELEGRINE, Daniela Helena Guimarães; ANDRADE, Marcela Soares; NUNES, Suelen Heringer. FRUIT JELLIES PREPARATION FROM ORANGE AND ACEROLA PULPS. Ciencia & Natura, v. 37, n. 1, p. 124-129, 2015.
SAKAMOTO, C. A. C.; GONÇALVES, C. A. A.; TEIXEIRA, L. L.; GONÇALVES, F. M. Geleia de abacaxi: elaboração utilizando polpa e parte não convencional. Boletim Técnico IFTM, 6-11, 2015
SALIBE, A. A.; TEÓFILO SOBRINHO, J.; MÜLLER, G. W. Sinopse de conhecimentos e pesquisas sobre a laranja- ’Pera’. Laranja, v. 23, n. 1, p. 231-45, 2002.
SALO, J. et al. Cranberry juice for the prevention of recurrences of urinary tract infections in children: a randomized placebocontrolled trial. Major Article, 2011.
SEGTOWICK, E. C. S.; BRUNELLI, L. T.; VENTURINI FILHO, W. G. Avaliação físico-química e sensorial de fermentado de acerola. Brazilian Journal of Food Technology, p. 147- 154, 2013.
SILVA, N.; Junqueira, V.C.A.; Silveira, N.F.A.; Taniwaki, M.H.; Santos, R.F.S.; Gomes, R.A.R. Manual de Métodos de Análise Microbiológica de Alimentos e Água. São Paulo: Livraria Varela, 2010. 632 p. 4 ed.
SOLER, M. P. Industrialização de Geléias: Processamento Industrial. Campinas: Instituto de Tecnologia de Alimentos: ITAL, 1991. (Manual Técnico, n.7).
TORREZAN, R. Manual para produção de geléias de frutos em escala industrial. Documentos. Embrapa-CTAA, Rio de Janeiro, v. 29, 1998.
VIANA, E.S.; REIS, R.C.; SACRAMENTO, C. K. Caracterização fisico-química e sensorial de geleia de mamão com araçá- boi. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal , v. 34, n. 4, p. 1154-1164, Dec. 2012 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0100294520120004000 24&lng=en&nrm=iso>. acesso em 11 de julho de 2016. < http://dx.doi.org/10.1590/S0100-29452012000400024>.
VIEIRA, S. Análise de Variância: (Anova). São Paulo: Atlas, 2006. 204 p.
ZANIN, Tatiana. Laranja fortalece o sistema imune e baixa o colesterol. 2016. Disponível em: < http://www.tuasaude. com/beneficios-da-laranja/>. Acesso em: 12 de julho de 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Luéline Paiva Elias, Lucicléia Barros de Vasconcelos Torres
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.