A Degradação Ambiental nas Cidades: Elementos para uma Aproximação entre Produção Urbana e Ecologia Política

Autores

Palavras-chave:

Geografia Urbana, Neoliberalismo, Incorporação fundiária, Injustiça ambiental, Londrina-PR

Resumo

Dados os crescentes índices de degradação ambiental, concentração da riqueza e aumento da desigualdade social em nosso planeta, torna-se imprescindível se debruçar sobre as causas desses fenômenos e as interrelações que existem entre eles. A cidade, lócus preferencial da reprodução capitalista, é produzida a partir de uma premissa de crescente mercantilização das relações sociais e das práticas espaciais, destinando significativas porções de seus habitantes aos espaços intencionalmente isolados e deteriorados por agentes sociais histórica e culturalmente localizados. Nesse sentido, ao assumirmos as condições ambientais, sociais e naturais, como primordiais à todas as formas de vida e, consequentemente, indispensáveis também nas cidades, entendemos que a produção urbana deve ser analisada de forma mais ampla e plural; associando-se os temas rotineiramente tratados pela Geografia, História, Arquitetura, Sociologia, Economia etc. aos debates multifacetados proporcionados pela Ecologia Política. Como objetivo principal, este trabalho visa contribuir com questões importantes para essa aproximação, especialmente entre a Ciência Geográfica e a Ecologia Política, traçando uma discussão teórico-conceitual que conecte vertentes essenciais para essas duas áreas do conhecimento. Como recorte espacial, foram escolhidos dois bairros de Londrina-PR, buscando dar materialidade aos elementos debatidos, com destaque para os processos de produção urbana e as formas de degradação ambiental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Atlas esgotos – Despoluição de bacias hidrográficas. Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. 2013. Disponível em: http://atlasesgotos.ana.gov.br/. Acesso em: 06 dez. 2020.

BEIDACK, A. R. dos S.; FRESCA, T. M. Reestruturação urbana e novas centralidades: um estudo sobre a zona norte de Londrina – PR. Boletim de Geografia, Maringá, v. 29, n. 2, pp. 147-163, 2011. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/BolGeogr/article/view/9898. Acesso em: 30 out. 2020.

BEZERRA, H. G. Planejamento urbano e programas habitacionais: o caso do Residencial Vista Bela no município de Londrina-PR. Geographia Opportuno Tempore, Londrina, v. 1, n. 2, pp. 523-536, 2014. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/Geographia/article/view/20312. Acesso em 09 nov. 2020.

CANO, W. Reflexões sobre o papel do capital mercantil na questão regional e urbana no Brasil. Texto para a discussão n. 177. IE/Unicamp. Campinas: IE/Unicamp, 2010.

CARLOS, A. F. A. O espaço urbano: novos escritos sobre a cidade. São Paulo: FFLCH, 2007.

DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.

DAVIS, M. Planeta favela. São Paulo: Boitempo, 2006.

DUHAU, E.; GIGLIA, A. El orden metropolitano contemporâneo: entre la fragmentación y la interdepedencia. In: DUHAU, E.; GIGLIA, A. Metrópoli, espacio público y consumo. México: FCE, 2016.

ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2010.

FRESCA, T. M. O espaço metropolitano de Londrina – PR: novas centralidades e mercado imobiliário. Geografia, Recife, v. 30, n. 2, pp. 51-78, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistageografia/article/view/229020. Acesso em: 01 nov. 2020.

GAZETA DO POVO. Minha Casa dá origem a “minicidade” em Londrina. 2011. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/minha-casa-da-origem-a-minicidade-em-londrina-4y966aqv2uf15v0yfbsydyeku/. Acesso em: 25 nov. 2020.

HARVEY, D. Os limites do capital. São Paulo: Boitempo, 2013.

HARVEY, D. 17 contradições e o fim do capitalismo. São Paulo: Boitempo, 2016.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Bases cartográficas e referenciais do território – Mapas. 2020a. Disponível em: https://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais.html. Acesso em: 26 nov. 2020.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Londrina. Conheça cidades e estados do Brasil. 2020b. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/londrina/panorama. Acesso em: 05 nov. 2020.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Regiões de Influência das Cidades: 2018. Rio de Janeiro: IBGE, 2020c. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/cartas-e-mapas/redes-geograficas/15798-regioes-de-influencia-das-cidades.html?=&t=publicacoes. Acesso em: 09 nov. 2020.

LEFF, E. Epistemologia ambiental. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2007.

LÊNIN, V. I. O imperialismo: etapa superior do capitalismo. Campinas: FE/UNICAMP, 2011.

LOGAN, J.; MOLOTCH, H. L. Urban fortunes. The political economy of place. Berkeley: University of California Press, 2007.

LONDRINA. Perfil de Londrina 2019. Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Tecnologia, Prefeitura de Londrina. 2019. Disponível em: https://www.londrina.pr.gov.br/perfil-de-londrina/perfil-de-londrina-2019. Acesso em: 05 nov. 2020.

LONDRINA. Sistema de Informação Geográfica de Londrina (SIGLON) – Downloads. Prefeitura de Londrina. 2020. Disponível em: http://www.londrina.pr.gov.br/downloads-siglon. Acesso em: 09 nov. 2020.

LÓPEZ, L. M.; COBOS, E. P. La privatización y mercantilización de lo urbano. Anais do XVII ENANPUR, São Paulo, 2017. Disponível em: http://anpur.org.br/xviienanpur/principal/publicacoes/XVII.ENANPUR_Anais/ST_Sessoes_Tematicas/ST%201/ST%201.1/ST%201.1-01.pdf. Acesso em: 17 nov. 2020.

MARICATO, E. O impasse da política urbana no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2011.

MARQUES FILHO, L. C. Capitalismo e colapso ambiental. 2. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2016.

MARTÍNEZ ALIER, J. O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2018.

MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007.

MONTIBELLER, G. O mito do desenvolvimento sustentável: meio ambiente e custos sociais no moderno sistema produtor de mercadorias. 3. ed. Florianópolis: Editora UFSC, 2004.

NASCIMENTO, A. da S. A espacialização dos vazios urbanos em Londrina (PR). Confins, n. 28, pp. 1-16, 2016. Disponível em: https://journals.openedition.org/confins/11088. Acesso em: 30 out. 2020.

NATAL, J. Desenvolvimento, espaço e iniquidades sociais no Brasil. In: NATAL, J. et al. (Org.). Cidades e capitalismo – a barbárie urbana contemporânea em diferentes espaços. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2015.

OLIVEIRA, E. L. Divisão do trabalho e circuitos da economia urbana. Londrina: EdUEL, 2011.

PARANÁ. Casa Civil. Lei Complementar nº. 81, de 17 de Junho de 1998. Institui a Região Metropolitana de Londrina, constituída pelos municípios que especifica. Curitiba: Diário Oficial nº. 5272, 1998. Disponível em: https://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?action=exibir&codAto=8483&indice=1&totalRegistros=5&anoSpan=1999&anoSelecionado=1998&mesSelecionado=0&isPaginado=true. Acesso em: 10 set. 2019.

PORTO-GONÇALVES, C. W. De saberes e de territórios: diversidade e emancipação a partir da experiência latino-americana. In: CECEÑA, A. E. (Org.). De los saberes de la emancipación y de la dominación. Buenos Aires: CLACSO, 2008.

PORTO-GONÇALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS (RAIS). Bases estatísticas RAIS e CAGED. 2019. Disponível em: http://bi.mte.gov.br/bgcaged/inicial.php. Acesso em: 26 nov. 2020.

RITCHIE, H.; ROSER, M. Urbanization – Our World in Data. 2018. Disponível em: https://ourworldindata.org/urbanization. Acesso em: 06 dez. 2020.

SANTOS, M. A natureza do espaço. Técnica e tempo. Razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.

SANTOS, M. A urbanização brasileira. 5. ed. São Paulo: EdUSP, 2013a.

SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico-informacional. 5. ed. São Paulo: EdUSP, 2013b.

SMITH, N. Desenvolvimento desigual. Rio de Janeiro: Bertrand, 1988.

SMOLKA, M. O. O capital incorporador e seus movimentos de valorização. Cadernos IPPUR, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, pp. 41-78, 1987. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/ippur/issue/viewIssue/260/67. Acesso em: 04 nov. 2020.

SOUZA, M. L. de. Ambientes e territórios: uma introdução à ecologia política. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019.

SPOSITO, M. E. B. Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 1988.

STOTZ, E.; NATAL, J. Cidade e capitalismo centrais em tempos de ‘globalização’ – uma contribuição à crítica da barbárie urbana em processo. In: NATAL, J. et al. (Org.). Cidades e capitalismo – a barbárie urbana contemporânea em diferentes espaços. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2015.

SVAMPA, M. As fronteiras do neoextrativismo na América Latina: conflitos socioambientais, giro ecoterritorial e novas dependências. São Paulo: Elefante, 2019.

SWYNGEDOUW, E. A cidade como um híbrido: natureza, sociedade e “urbanização-cyborg”. In: ACSERALD, H. A duração das cidades: sustentabilidade e risco nas políticas urbanas. Rio de Janeiro: DP&A/CREA-RJ, 2001.

Downloads

Publicado

2021-12-31

Como Citar

PEREIRA COCATO, G. A Degradação Ambiental nas Cidades: Elementos para uma Aproximação entre Produção Urbana e Ecologia Política. Revista GeoUECE, [S. l.], v. 10, n. 19, p. e202107, 2021. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/GeoUECE/article/view/7243. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos