USO DE JOGOS PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA FÍSICA:

Competindo nas voçorocas de Cacequi (RS)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52521/geouece.v14i26.14156

Palavras-chave:

Ensino colaborativo, Erosão, geomorfologia, Metodologias Inovadoras, aprendizado

Resumo

O ensino de Geografia Física, por vezes, é trabalhado de forma superficial ou somente com abordagens teóricas, sem usar metodologias que engajam o estudante. Nesse sentido, este artigo objetiva criar e aplicar uma sequência didática envolvendo os processos erosivos de Cacequi (RS), tendo os jogos como métodos de revisão. Participaram das atividades, 66 alunos do sétimo ano, de uma escola localizada em Cacequi (RS). Metodologicamente, a pesquisa foi dividida em: (i) sensibilização teórica e espacial com uso de geotecnologias; (ii) trabalho de campo; e (iii) aplicação de jogos. Quanto aos resultados, os alunos demonstraram conhecimento prévio de Geografia física e se engajaram ao usar as geotecnologias para observar aspectos de relevo, uso e cobertura da terra e hidrografia do município. No trabalho de campo, esclareceram diversas dúvidas, principalmente em relação aos solos arenosos de Cacequi (RS) e o papel da vegetação na contenção da erosão. No que diz respeito aos jogos, os alunos se motivaram em todos, trabalhando em equipe para revisar o conteúdo. Apresentaram algumas dúvidas quanto a conceitos da Geomorfologia, contudo, acertaram a maioria das perguntas envolvendo aspectos físicos do município. Diante do exposto, a sequência didática contribuiu para fomentar o ensino de Geografia física no município de Cacequi (RS).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Raquel Camargo Trindade, UFSM

Acadêmica de Licenciatura em Geografia na Universidade Federal de Santa Maria. Atualmente participante no projeto USO DE TECNOLOGIAS GEOCOLABORATIVAS PARA O ENSINO DE GEOMORFOLOGIA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SANTA MARIA (SUDOESTE GAÚCHO) e ESTRATÉGIAS DE ENSINO DE GEOGRAFIA PARA AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E EDUCAÇÃO POLAR do laboratório LAGEOLAM (Laboratório de Geologia Ambiental) da UFSM. Interesse em estudo de Geomorfologia, Geologia e Geografia Física em geral. Além disso, tenho o objetivo de integrar conhecimentos em práticas educacionais e de sensibilização ambiental. No futuro, pretendo seguir uma carreira que me permita continuar minha pesquisa e meu compromisso com a educação geográfica e ambiental, contribuindo para o avanço do conhecimento e para a conscientização sobre questões ambientais globais.

Eric Moises Beilfuss, UFSM

Bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria (2023). Possui experiências na área de cartografia e geotecnologias, com a participação em projetos relacionados aos municípios da região centro oeste do Rio Grande do Sul, bem como relacionando com uso do solo e o mapeamento geomorfológico através da formulação de Atlas Geoambientais pelo Laboratório de Geologia Ambiental (LAGEOLAM). Atuou como monitor da disciplina de Cartografia B (2021). Atualmente é mestrando no Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGGEO-UFSM), na linha de pesquisa "Dinâmicas da natureza e qualidade ambiental do Cone Sul". Desenvolve pesquisas na área de Cartografia ambiental, Geomorfologia, Geografia Física, Geotecnologias e SIGs.

Carina Petsch, UFSM

Possui graduação em Geografia (Bacharelado) pela Universidade Estadual de Maringá (2011), mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2018). Pós doutorado desenvolvido na Universidad de Buenos Aires (2023-2024) com recursos da CAPES. Atuou como professora colaboradora da UNIOESTE, campus Francisco Beltrão, no período de 05/2018 a 03/2019. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geografia Física, atuando principalmente nos seguintes temas: Antártica, monitoramento de geleiras, Ensino Polar, Geomorfologia glacial, Sensoriamento Remoto e Cartografia escolar. Atua como pesquisadora no Laboratório de Geologia Ambiental (LAGEOLAM) da UFSM, Laboratório de Ensino e Pesquisas em Geografia e Humanidades (LEPGHU) e Centro Polar e Climático (CPC) da UFRGS. Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) atuando na área de Geografia Física, Ensino e Cartografia.

Tiele Lopes Cabral, UFSM

Possui graduação em Geografia Licenciatura Plena (2010) e Bacharelado (2011) pela Universidade Federal de Mato Grosso - Campus Cuiabá. Mestrado em Geografia (2014) e Doutorado em Geografia (2018) pela Universidade Federal de Santa Maria, com participação no Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (2017-2018) financiado pela CAPES junto a Universidade do Porto (Portugal). Desenvolve pesquisas na área de Geografia Física, com ênfase em Geomorfologia, Pedologia, Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento. Atualmente frequenta o curso de Tecnologia em Geoprocessamento (UFSM).

Referências

AFONSO, A. E. A geografia da natureza no ensino de geografia: propostas para a educação ambiental e preventiva de riscos naturais. Giramundo, Rio de Janeiro, V.2, N.4, P. 83-93, Jul./Dez. 2015.

ALBUQUERQUE, F. N. B. Geografia Física Escolar: teorias e conceitos, escalas e linguagens. Os Desafios da Geografia Física na Fronteira do Conhecimento, v. 1, p. 3676-3687, 2017.

ASCENÇÃO, V. R.; VALADÃO, R. C. Por uma Geomorfologia socialmente significativa na Geografia Escolar: uma contribuição a partir de conceitos fundantes. Acta Geográfica, p. 179-195, 2017.

BATISTA, B. N. Geografia, ensino, concepção pedagógica: desdobramentos no quadrante curricular do Rio Grande do Sul. Revista Signos Geográficos, v. 2, p. 1-22, 2020.

BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC, 2018.

BREDA, T. V. Jogos geográficos na sala de aula. Appris Editora e Livraria Eireli-ME, 2018.

BREDA, T. V. O uso de jogos no processo de ensino-aprendizagem na geografia escolar. 2013. 142 p. Dissertação (Mestrado em Ensino e História das Ciências da Terra) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013.

BREDA, T. V.; PICANÇO, J. O uso de jogos no processo de ensino aprendizagem na Geografia escolar. Encontro de Geógrafos da America Latina, v. 14, p. 1-19, 2013.

BUENO, M. A. A importância do estudo do meio na prática de ensino em geografia física. Boletim Goiano de Geografia, v. 29, n. 2, p. 185-198, 2009.

CABRAL, I. L. L.. Depressões interfluviais e voçorocas articuladas à rede de drenagem: o exemplo das bacias dos Rios Ibicuizinho, Areal do Paredão, Cacequi, Santa Maria e Ibicuí. 2004. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

CABRAL, T. L.; NUMMER, A. V.; DE MENESES BATEIRA, C. V. Indicadores morfométricos como suporte para a classificação de voçorocas em sub-bacias hidrográficas no município de Cacequi, RS. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 21, n. 1, 2020.

CALLAI, Helena Copetti. Learning to read the world: geography in the first years of basic schooling. Cadernos CEDES, v. 25, p. 227-247, 2005.

CASTELLAR, Sonia Maria Vanzella; VILHENA, Jerusa. Ensino de Geografia. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

DAMBROS, Gabriela. Por uma cartografia escolar interativa: jogo digital para a alfabetização cartográfica no ensino fundamental. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Geografia)-Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2014.

DE SOUZA MACHADO, P. et al. Atividades lúdicas relacionadas a questões hídricas: inclusão de abordagens CTS no currículo de Biologia do Ensino Médio. Cadernos de Educação Básica, v. 1, n. 2, p. 55-66, 2016.

GIRGIN, M. Use of games in education: GeoGuessr in geography course. International Technology and Education Journal, v. 1, n. 1, p. 1-6, 2017.

GIROTTO, E. D; SANTOS, D. A. O uso de jogos e filmes no ensino de geografia: um estudo de caso com alunos do 3º ano do ensino médio. Geografia, Ensino & Pesquisa, Santa Maria, v. 21, n. 3, p. 98-109, 2017.

GRANDO, R. C. O conhecimento matemático e o uso de jogos na sala de aula. Tese (Doutorado em Educação, subárea em Matemática) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, São Paulo. 2000.

ITO, I. S.; DE AZEVEDO, D. A. Jogos Geográficos Escolares: ferramentas lúdicas de ensino. Revista Educação Geográfica em Foco, v. 6, n. 12, 2022.

KAERCHER, N. A. A geografia é nosso dia-a-dia. Boletim Gaúcho de Geografia, v. 21, n. 1, 1996.

KIEFER, A. P.; BATISTA, N. L. Pensando a sala de aula invertida e o CANVA como ferramentas didáticas para o ensino remoto. Metodologias e Aprendizado, v. 2, p. 143-156, 2020.

LEAJANSKI, A. D.; BAGIO, V. A.; ZANON, D. P. Oficinas pedagógicas: reflexões emergentes da formação docente e vivência extensiohista. Revista Ciência em Extensão, v. 16, p. 140-156, 2020.

LUNARTI, E. A. P.; FELICIO, C. M. Uso de jogos e brincadeiras para aprendizagem ativa e estudo de conceitos geográficos. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 13, n. 23, p. 05-23, 2023.

MIYAZAKI, L. C. P.; OLIVEIRA, A. A. G. Anáglifo, fotointerpretação e imagens do Google Earth como alternativa para elaboração do mapeamento geomorfológico da Serra do Corpo Seco - Ituiutaba-MG (Brasil). Revista Ibero-Afro-Americana de Geografia Física e Ambiente: Physis Terrae, v. 2, n. 2, p. 43–65, 2020.

DE ANDRADE, A. K. N.; MACHADO, M. R. I. JOGOS DIDÁTICOS NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO: uma possibilidade para o desenvolvimento de competências e habilidades. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 11, n. 21, p. 05-18, 2021.

OLIVEIRA, A. A. G. A utilização de anáglifos aplicado ao mapeamento geomorfológico: o caso do relevo residual “Serra do Corpo Seco”. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia. 2019. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/28586.

OLIVEIRA, T. P.; LOPES, C. S. O uso de jogos por professores de Geografia na Educação Básica. Ateliê Geográfico, v. 13, n. 3, p. 66-83, 2019.

OLIVEIRA, T. P.; VIEIRA, S. F. Os jogos e o pensamento geográfico: explorações teóricas. Anekumene, n. 24, 2022.

PETSCH, C., SCCOTI, A. A. V., TRENTIN, R., DE SOUZA ROBAINA, L. E., & DA ROSA, K. K. A expansão da cultura de soja no pampa gaúcho: o caso da bacia hidrográfica do rio Santa Maria. Revista Geografar, 17(1), 47-71, 2022.

PETSCH, C.; DO AMARAL, E. C.; DE OLIVEIRA SANCHES, F. Eventos extremos de precipitação e sua relação com a erosão na Bacia Hidrográfica do rio Santa Maria (RS). Revista Brasileira de Climatologia, v. 33, p. 1-28, 2023.

RADEMANN, L. K.; TRENTIN, R.; DE SOUZA ROBAINA, L. E. Relação das variáveis ambientais com os processos erosivos no município de Cacequi, Rio Grande do Sul. Revista Geoaraguaia, v. 8, n. 2, 2018.

RIZZATTI, M.; BATISTA, N. L. Cartas topográficas, maquetes digitais e imagens anáglifo: Contribuições ao estudo do relevo com softwares livres. Metodologias e Aprendizado, v. 4, p. 41-44, 2021.

SANTOS, A. F.; NUNES, M. D.; OLIVEIRA, S. S. Carta na manga: o uso de jogos na educação geográfica. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 12, n. 22, p. 05-24, 2022.

SAWCZUK, M. I. L.; MOURA, J. D. P. Jogos pedagógicos para o ensino da geografia. Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense, 2012.

SIQUEIRA, B. O ensino de Geografia Física e os jogos digitais: trabalhando suscetibilidade, vulnerabilidade e resiliência frente aos desastres naturais. Terrae didatica, v. 15, p. e019022-e019022, 2019.

SOUZA JR, C. M. et al. Reconstructing three decades of land use and land cover changes in brazilian biomes with landsat archive and earth engine. Remote Sensing, v. 12, n. 17, p. 2735, 2020.

VILHENA, J.; CASTELLAR, S. M. V. Metodologias ativas para o ensino de Geografia: um estudo centrado em jogos. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 17, n. 2, p. 422-436, 2018.

Downloads

Publicado

2025-11-17

Como Citar

CAMARGO TRINDADE, R.; MOISES BEILFUSS, E.; PETSCH, C.; LOPES CABRAL, T. USO DE JOGOS PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA FÍSICA: : Competindo nas voçorocas de Cacequi (RS). Revista GeoUECE, [S. l.], v. 14, n. 26, 2025. DOI: 10.52521/geouece.v14i26.14156. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/GeoUECE/article/view/14156. Acesso em: 5 dez. 2025.