TECNOLOGIA APROPRIADA NO ACESSO À ÁGUA: EM BUSCA DA DIMINUIÇÃO DAS VULNERABILIDADES E INJUSTIÇAS SOCIOAMBIENTAIS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

Autores

  • Amanda Martins Jacob
  • Ana Paula Fracalanza
  • Eduardo de Lima Caldas

Palavras-chave:

acesso à água, cisternas, tecnologia apropriada, vulnerabilidades e injustiças socioambientais, semiárido brasileiro

Resumo

Este artigo tem o objetivo de discorrer sobre os efeitos da introdução de tecnologias apropriadas no semiárido Brasileiro, a saber, a construção de cisternas de placa de cimento para o abastecimento de água. A pesquisa mostrou que a forma de promoção e implementação desta tecnologia, além de combater a desigualdade no acesso à agua, minimiza as vulnerabilidades e injustiças socioambientais as quais as populações do semiárido estão sujeitas, em virtude, sobretudo, de suas condições socioeconômicas. Desta forma, a cisterna de placa de cimento reduz a exposição ao risco socioambiental, fortalece os laços comunitários locais, desenvolve a aprendizagem social e aumenta a autonomia das famílias ao garantir o recurso natural em quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades básicas das famílias. Todo este processo modifica o paradigma tradicional de enfrentamento do problema por meio do combate à seca, incentivando a permanência das famílias no semiárido brasileiro e propiciando o desenvolvimento social das comunidades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ACSELRAD, H.; MELLO, C.C.A.; BEZERRA, G.N. O que é justiça ambiental. Garamond, 2009.

ACSELRAD, H.; HERCULANO, S.; PÁDUA, J.A. A justiça ambiental e a dinâmica de lutas socioambientais no Brasil – uma introdução. In: ___________ (Orgs.). Justiça Ambiental e Cidadania. Rio de Janeiro: Relume Dumará, Fundação Ford, 2004. p. 23 – 40.

ALIER, J.M. O ecologismo dos pobres. Conflitos ambientais e linguagens de valoração. 1° Ed. São Paulo: Contexto Editora, 2009.

ASA BRASIL. ARTICULAÇÃO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Programa 1 milhão de cisternas. Disponível em: <http://www.asabrasil.org.br/portal/informacoes.asp?cod_menu=1150>. Ano: 2013. Acesso em: 14/03/2014.

ASA BRASIL. ARTICULAÇÃO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Semiárido. Disponível em: http://www.asabrasil.org.br/Portal/Informacoes.asp?COD_MENU=105. Ano: 2014. Acesso em: 12/04/2014.

BARROS, K.O. Índice de aridez como indicador da susceptibilidade à desertificação na mesorregião Norte de Minas, 2010. 89 f. Monografia (Bacharel em Geografia) – Universidade Federal de Viçosa (MG), Viçosa, 2010.

JACOB, A.M. Vulnerabilidade Socioambiental no município de São Paulo. Análise das Capacidades e Liberdades Humanas, 2013. 182f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (PROCAM) Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2013.

BILGRAMI, A. Gandhi's integrity: The philosophy behind the politics. Postcolonial Studies: Culture, Politics, Economy, v. 5, n. 1, p. 79-93, 2002.

BECK, U. Risk Society: Towards a new modernity. Londres: Sage, 1992.

CALDAS, E.L.; ALVES, M.A. Tecnologia Apropriada: uma modesta apresentação de pequenos casos. Revista NAU Social, n.7, v.4, p. 16-26. Nov 2013/Abr 2014.

COELHO, J. As secas do Nordeste e a indústria das secas. Petrópolis: Vozes, 1985.

CUTTER S.L. (Org.) Environmental risks and hazards. London: Prentice-Hall, 1994.

DAGNINO, R.; BRANDÃO, F.C.; NOVAES, H.T. Sobre o marco analítico-conceitual da tecnologia social. In: Tecnologia social: Uma estratégia para o desenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundação Banco do Brasil, 2004.

ECO CIDADES. As cisternas do Semiárido Nordestino. Disponível em: <http://www.ecocidades.com/2011/04/01/as-cisternas-do-semiarido-nordestino/>. Ano: 2011

GOVERNO FEDERAL. Sertão Vivo: Ações de Convivência com o Semiárido – Brasil sem miséria. 2014. Disponível em: < http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/noticias/2014/abril/fact,P20sheet_FINAL,P20-,P20Sertao,P20Vivo.pdf.pagespeed.ce.CzfQr56tCD.pdf>. Acesso em: 20/07/2014.

HERCULANO, S. Riscos e desigualdade social: a temática da Justiça Ambiental e sua construção no Brasil. In: Encontro da associação nacional de Pós graduação e Pesquisa em ambiente e sociedade, Anais..., Campinas: Anppas, 2000.

HERREIRA, A.O. La creación de tecnología como expresión cultural. In: Nueva Sociedad. Santiago, n. 8-9, 58-70, Setembro/Dezembro, 1973.

HOGAN, D.J.; MARANDOLA, E.Jr. Para uma conceituação interdisciplinar da vulnerabilidade. In: CUNHA, J.M.P. (Org.) Novas Metrópoles Paulistas: população, vulnerabilidade e segregação. Campinas/SP: Projeto Vulnerabilidade NEPO UNICAMP, 2006. p. 23 – 50.

HOGAN, D.J. Mobilidade populacional, sustentabilidade ambiental e vulnerabilidade social. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 323-338, jul/dez. 2005.

IBGE. Censo Agropecuário 2006. Rio de Janeiro (2012). Disponível em: < ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Agropecuario_2006/Segunda_Apuracao/censoagro2006_2aapuracao.pdf>. Acesso em: 20/05/2014.

IBGE. Indicadores sociais municipais: Uma análise dos resultados do universo do Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro, n. 28, 2011. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/english/estatistica/populacao/censo2010/indicadores_sociais_municipais/indicadores_sociais_municipais.pdf>. Acesso em: 20/05/2014.

INSA. INSTITUTO NACIONAL DO SEMIÁRIDO. Sinopse do Censo Demográfico para o Semiárido Brasileiro. Disponível em: < http://www.insa.gov.br/censosab/>. Ano: 2012.

INSTITUTO TRATA BRASIL. Situação do Saneamento no Brasil. Disponível em: http://www.tratabrasil.org.br/situacao-do-saneamento-no-brasil. Acesso em: 21/12/2013.

IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada . Os desafios do desenvolvimento: Metas do Milênio. Disponível em: < http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=937:reportagens-materias&Itemid=39 >. Ano: 2005.

JACOB, A.M. Vulnerabilidade Socioambiental no município de São Paulo. Análise das Capacidades e Liberdades Humanas, 2013. 182f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (PROCAM) Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2013.

LUNA, L.; BARBALHO, N. Coronel dono do mundo. Rio de Janeiro: Editora Cátedra/Pró Memória, 1983

MARENGO, J. Água e Mudanças Climáticas. Revista de Estudos Avançados (USP). N. 22, v. 63, São Paulo, 2008, p. 83 – 96.

MASCARENHAS, R. Mais de 15 mil pessoas realizam manifestação contra a decisão do governo de trocar as cisternas. Disponível em: < http://www.fbes.org.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=6658>. Ano: 2011.

MDS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. MDS Investirá mais de R 442,8 milhões em acesso à água no Semiárido. 2014. Disponível em: < http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/noticias/2014/abril/mds-investira-mais-r-442-8-milhoes-em-acesso-a-agua-no-semiarido>. Acesso em: 20/06/2014.

OMS. Organização Mundial da Saúde. 2,4 bilhões de pessoas não terão saneamento básico em 2015 O mundo não irá alcançar a meta dos ODMs. Disponível em: <http://www.afro.who.int/en/mozambique/press-materials/item/5582-24-bilh%C3%B5es-de-pessoas-n%C3%A3o-ter%C3%A3o-saneamento-b%C3%A1sico-em-2015-o-mundo-n%C3%A3o-ir%C3%A1-alcan%C3%A7ar-a-meta-dos-odms-comunicado-de-imprensa-conjunto.html>. Acesso em: 21/12/2013.

PONTES, E.T.M.; MACHADO, T. A. Programa um Milhão de Cisternas Rurais no nordeste brasileiro: políticas públicas, desenvolvimento sustentável e convivência com o semiárido. In: XIX Encontro Nacional de Geografia Agrária, Anais..., São Paulo, 2000, p. 1-25.

PORTAL BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social libera recursos para combate à seca no semiárido. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2012/06/ministerio-do-desenvolvimento-social-libera-recursos-para-combate-a-seca-no-semiarido>. Acesso em: 04/12/2013.

PORTO, M.F. Saúde do trabalhador e o desafio o ambiental: contribuições do enfoque ecossocial da Ecologia Política e do movimento pela Justiça Ambiental. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n. 4, p. 829-39, 2005.

RBJA – REDE BRASILEIRA DE JUSTIÇA AMBIENTAL. O que é. Disponível em: http://www.justicaambiental.org.br/_justicaambiental/pagina.php?id=135. Acesso em: 21 de Julho de 2011.

SANTANA, V.L.; ARSKY, I.C.; SOARES, C.C.S. Democratização do Acesso à água e desenvolvimento local: a experiência do programa cisternas no semiárido brasileiro. In: I Circuito de Debates Acadêmicos, Anais..., IPEA, 2011. P. 2-18.

SCHUMACHER, E.F.O Negócio é ser Pequeno: um estudo de economia que leva em conta as pessoas.

Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Relatório de Avaliação de Programa: Ação para a Construção de Cisternas para Armazenamento de Água. Brasília: 2006, 129 p. Disponível em: < http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/programas_governo/areas_atuacao/assistencia_social/cisternas_relatorio.pdf>. Acesso em: 20/06/2014.

UNICEF. Fundo das Nações Unidas para Infância. O semiárido Brasileiro e a Segurança Alimentar e Nutricional de Crianças e Adolescentes. Brasília, 2005. Disponível em: < http://www.unicef.org/brazil/pt/caderno_completo.pdf >. Acesso em: 21/06/2014.

UOL ESPECIAIS. Cisternas da Discórdia. Disponível em: < http://especiais.ne10.uol.com.br/cisternas-da-discordia/poder-gov-vs-ongs.html>. Ano: 2011.

UOL NOTÍCIAS. Mais caras, cisternas de plástico doadas pelo governo deformam no semiárido e são alvo de críticas. Disponível em: < http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/03/18/mais-caras-cisternas-de-plastico-doadas-pelo-governo-deformam-no-semiarido-e-sao-alvo-de-criticas.htm>. Ano: 2012

VIEILLARD-BARON, H. Os riscos sociais. In: Os riscos. São Paulo: Contexto, 2007.

XAVIER, T.B.S. Estudos Climáticos e de previsão para o Ceará e Nordeste Setentrional. Fortaleza: ABC Editora, 2001.

Downloads

Publicado

2021-08-30

Como Citar

MARTINS JACOB, A. .; FRACALANZA, A. P. .; DE LIMA CALDAS, E. . TECNOLOGIA APROPRIADA NO ACESSO À ÁGUA: EM BUSCA DA DIMINUIÇÃO DAS VULNERABILIDADES E INJUSTIÇAS SOCIOAMBIENTAIS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO . Revista GeoUECE, [S. l.], v. 3, n. 4, p. 268–293, 2021. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/GeoUECE/article/view/6994. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos