Por uma análise do quadro enunciativo da manipulação em tecnotextos desinformativos
DOI:
https://doi.org/10.46230/lef.v17i2.14104Palabras clave:
quadro enunciativo, tecnotextos desinformativos, manipulaçãoResumen
Este artigo objetiva investigar o quadro enunciativo da manipulação em tecnotextos desinformativos, pois acreditamos que a manipulação e a desinformação são fenômenos emergentes, os quais podem ser investigados a luz dos parâmetros textuais. Para fundamentar nossas reflexões, propusemos uma interface entre as estratégias de manipulação por Charaudeau (2020; 2022) e jogo enunciativo a partir do quadro de questões norteadores para análises textuais de Cavalcante, Brito e Martins (2024), bem como a noção de tecnotexto de Martins (2024). A manipulação é um fenômeno em sentido estrito da persuasão, em que o ato de manipular consiste em enganar e fazer o outro agir conforme os próprios interesses. Quanto à noção de tecnotexto, segundo Martins (2024), este pode ser definido como textos cujo contexto de produção, circulação e negociação de sentidos envolve ecossistemas digitais. Com base nesses critérios, para flagrar as estratégias de manipulação a partir da análise do quadro enunciativo, foram coletados, por meio de print screen, três desinformações: reels sobre o retorno do seguro DPVAT no TikTok; post no perfil do ex-juíz Sergio Moro no X sobre a sexualidade da boxeadora Imane Khelif; e mensagem sobre o atentado a Donald Trump em comício na Pensilvânia de WhatsApp. Ao construir o quadro enunciativo desses textos, constatamos, como resultados, a partir da análise textual- enunciativa, indícios das estratégias de dramatização (desordem social, culpado e salvador) e exaltação de valores de matriz ideológica da direita, as quais podem ser flagradas pela constituição da análise global da dos textos.
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Citas
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