O Ensino em Textos de Incitação à Ação
Um Olhar Argumentativo
DOI:
https://doi.org/10.46230/2674-8266-11-2942Palavras-chave:
texto de incitação à ação, ensino, modalidade argumentativaResumo
Um dos objetivos do ensino de línguas na escola atual é tornar o aluno participante dos processos de interlocução e protagonista na recepção e na produção de textos adequados a cada situação social (CAVALCANTE; PAULIKONOS, 2017). Este é provavelmente o mais complexo trabalho dos professores, pois o ensino de texto representa, para o professor, em qualquer grau do ensino, um desafio. Propiciar ao aluno condições de se apropriar do conhecimento, usá-lo de forma crítica e se integrar ao mundo como leitor autônomo e como produtor de texto é uma tarefa árdua. Apresentaremos aqui reflexões sobre noções de texto, argumentação e ensino com base nos textos de incitação à ação (ADAM, 2018). Mostraremos que o trabalho com a argumentação sempre foi desenvolvido em sala de aula, embora apareça com evidência apenas nas situações de modalidade demonstrativa ou de modalidade polêmica. No ensino da oralidade, comumente se estimula o debate de questões polêmicas, para motivar a temática a ser explorada na unidade do livro. No ensino da escrita, em geral, explica-se como formular uma tese e fundamentá-la com argumentos explícitos, para defendê-la. Tais orientações atendem, via de regra, às grades de correção da redação do Enem e de concursos, como os vestibulares. Tomaremos como exemplo para esta discussão os textos de incitação à ação, que, segundo Adam, oscilam entre um domínio procedural e um domínio de conselho. A mistura dos conselhos-recomendações e das instruções procedimentais, no entanto, é a forma mais frequente dos planos de textos desta natureza (ADAM, 2018; LÜGER, 1995). Entendemos que os textos de incitação à ação podem se enquadrar nos tipos de modalidade argumentativa a que Amossy (2017) chama de patêmica e de pedagógica.
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