Políticas linguísticas para a internacionalização da educação
Um olhar decolonial a partir dos institutos federais
DOI:
https://doi.org/10.46230/2674-8266-14-8529Palavras-chave:
Internacionalização da Educação, Políticas Linguísticas, DecolonialResumo
Este artigo tem como objetivo problematizar as políticas linguísticas para a internacionalização da educação dos/nos Institutos Federais (IFs). Apoiando-nos na Linguística Aplicada Sulear(LAS), discorremos sobre a relação entre políticas linguísticas e internacionalização da educação, atentando para o lugar e o papel das línguas nesse processo, e de possíveis traços (de)coloniais presentes nas políticas linguísticas voltadas para a internacionalização nos/dos IFs, entre 2008 a 2021. Para fins de problematização, a pesquisa lançou mão de documentos oficiais de políticas linguísticas e de políticas de internacionalização dos IFs, páginas institucionais, notícias, boletins informativos, webinários. Este estudo é, portanto, exploratório-descritivo, orientado por aspectos intrínsecos à abordagem qualitativa-interpretativista. Como resultado, verificamos que as políticas linguísticas para internacionalização da educação (PLI), no contexto dos IFs, apresentam-se de forma híbrida, com a coexistência de sentidos e práticas hegemônicas, não-hegemônicas e contra hegemônicas. Em outros termos, as PLI estão associadas à perspectiva crítica encapsulada no pensamento moderno/colonial/capitalista.
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