Formação de professores de línguas em Roraima
Da Educação Linguística Ampliada às Novas Epistemologias
DOI:
https://doi.org/10.46230/2674-8266-13-5161Palavras-chave:
Formação de Professores, Reforma curricular, Superdiversidade linguísticaResumo
Com duas fronteiras internacionais e mais de 10 etnias indígenas habitando o território de Roraima, as escolas locais são atravessadas pelos contatos linguístico-culturais de alunos de diferentes nacionalidades e etnias. Nos municípios fronteiriços do estado sempre houve a presença de estudantes estrangeiros e indígenas que frequentam não só as escolas das comunidades indígenas, mas também das áreas urbanas. Sendo assim, o objetivo deste estudo é analisar a necessidade de uma reformulação curricular das licenciaturas em Letras oferecidas em Roraima, para que possam proporcionar uma educação linguística ampliada (CAVALCANTI, 2013) a professores de línguas maternas e adicionais. Tal preocupação com a formação dos professores de línguas é urgente, principalmente, após o aumento da migração transnacional de venezuelanos, além da dificuldade já existente dos professores para lidar com a realidade sociolinguística complexa na qual os aprendizes estão inseridos. Para tanto, utilizamos uma abordagem qualitativa, com análise das grades curriculares dos cursos de letras das Universidades Estadual e Federal de Roraima. O arcabouço teórico desta pesquisa filia-se à Linguística Aplicada e às novas epistemologias advindas das teorias decoloniais (MIGNOLO, 2018). Os resultados mostram ações incipientes para a inclusão de disciplinas relacionadas à diversidade linguística roraimense e ao ensino/aprendizagem de português como língua adicional (indígenas, estrangeiros e surdos). Ademais, verificamos a urgência de que disciplinas atualmente eletivas, sejam atualizadas na perspectiva aqui defendida e incorporadas à grade obrigatória dos currículos, objetivando a regularidade formativa dos cursos.
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