A RELAÇÃO LINGUAGEM E RACISMO NAS CARTOGRAFIAS DO CURRÍCULO DE UMA ESCOLA PÚBLICA
Palavras-chave:
Currículo, Linguagem, Racismo, Colonialidade, EurocentrismoResumo
Este artigo discute o currículo escolar e a relação entre linguagem e racismo, a partir de uma pesquisa etnocartográfica realizada numa escola pública de Beberibe, estado do Ceará. Tomamos como referencial teórico os estudos decolonialistas e os estudos críticos da linguagem que tecem críticas ao processo de colonialidade e ao eurocentrismo, por estabelecerem desigualdades inerentes às relações sociais, à dominação e à hierarquização do conhecimento. O caminho metodológico pretendeu, por meio da escuta dos diversos participantes da pesquisa cartográfica, acompanhar processos e afetos, tendo a observação participante como técnica primeira. Como resultado, percebemos o currículo, para além da colonialidade do saber, como espaço de disputa de poder, em que significados e identidades se constroem em relações de conflito. Na diversidade da escola, a princípio tida como obstáculo, várias possibilidades de construir alternativas ao modelo eurocêntrico de conhecimento se desenham para nos permitir pensar em uma educação que supere a crueldade das práticas racistas e desiguais, engendradas por meio da violência linguística.
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