FORTALEZA E A MÁSCARA VERDE: O CASO DO PARQUE ECOLÓGICO DO COCÓ

Autores

  • Diego Silva Salvador
  • Gleison Maia Lopes

Palavras-chave:

Problemática ambiental urbana, Produção da cidade, Movimentos ambientalistas

Resumo

O artigo trata sobre a contradição entre o discurso de valorização das áreas verdes da cidade de Fortaleza (CE) proferido pelos empresários e governantes, e as intervenções estatais e em parcerias com o empresariado que avançam sobre os recursos naturais. Pretende-se explicar essa contradição pela estratégica usada para o avanço da especulação imobiliária, ou para marketing turístico. Pressupõe-se mudança de paradigma na percepção acerca da questão ambiental, nas três últimas décadas. De uma perspectiva social, na qual o homem via o ambiente como algo fora dele, passou-se a perceber que homem e natureza faziam parte de um mesmo processo de desenvolvimento social. Essa mudança tem interferido na dinâmica das cidades e nas formas de desenvolvimento adotadas pelas sociedades e seus governos. Este texto analisa a inclusão das ações de cunho ambientalista no direcionamento da produção urbana da cidade de Fortaleza, especificamente na região do Parque Ecológico do Cocó, em contraposição a uma noção de desenvolvimento que reproduz a cidade de acordo com uma visão economicista e guiada pelos pressupostos capitalistas, na contramão da mudança de paradigma de percepção da questão ambiental. Os movimentos ambientalistas fazem parte da realidade estudada em suas ações de protestos contra intervenções governamentais e privadas no Parque do Cocó e em seu entorno, exercendo efetiva participação nas discussões sobre o meio ambiente local.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ARAÚJO, A. M. M., CARLEIAL, A. N. Opulência e miséria nos bairros de Fortaleza. Scripta nova. Revista electrónica de geografia y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2003, vol. VII, num, 146(030). Disponível em: Htm> [ISSN: 1138-9788]. Acesso em: 28 set. 2008.

BAKHTIN, M.,VOLOCHÍNOV, V. N. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.

BOURDIEU. P. O poder simbólico. 12. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.

___________, CHAMBOREDON, J. C., PASSERON, J. C. Ofício de Sociólogo. Petrópolis: Vozes, 2004.

CARLOS, A. F. Alessandro. A (re) produção do espaço urbano. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1994.

CAPRA, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. Trad. Newton Roberval Eichemberg. São Paulo: Cultrix, 1999.

_____________. Ecologia profunda: Um novo Paradigma. In A teia da vida: Uma nova compreensão dos sistemas vivos. Tradução de Newton Roberval Einchemberg. São Paulo: Cultrix, 2006.

COSTA, M. C. L. Planejamento e expansão urbana. In:____. Cidade 2000: Expansão Urbana e Segregação Espacial em Fortaleza. 1988. Dissertação de Mestrado em Geografia Humana/Universidade de São Paulo (USP). São Paulo (mimeo).

DANTAS, E. W. C. De cidade à metrópole: (trans)formações urbanas em Fortaleza. Fortaleza: UFC, 2009.

ELIAS, N. Introdução à Sociologia. Lisboa: Edições 70, 1999.

GONÇALVES, C. W. P. Os (des) caminhos do meio ambiente. 14. ed. São Paulo: Contexto, 2006.

GRANGEIRO, C. M. M. Meio ambiente litorâneo e urbanização: o ambiente produzido na costa leste da cidade de Fortaleza – Ceará. 2012. 238 f. Tese (doutorado) – Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências e Tecnologia, Curso de Doutorado em Geografia, Fortaleza, 2012.

GUATARI, F. Espaço e poder: A criação de territórios na cidade. In: Espaço e debates, n. 15, São Paulo: Neru.1985.

HENRIQUE, W. O direito a natureza na cidade. 1. ed. Salvador: Edufba, 2009

JORNAL O POVO. Seção política. Fortaleza, 18/07/2013. Disponível em: <http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2013/07/18/noticiasjornalpolitica,3094303/rc-diz-que-recorrera-de-decisao-sobre-coco-e-ataca-criticos-de-viaduto.shtml>. Acesso em: 19 jul. 2013.

LEFEBVRE, H. O direito à Cidade. São Paulo: Centauro, 2001.

LEITE, A. Preço médio do imóvel chega a R$ 916 mil na Capital. Jornal Diário do Nordeste, Fortaleza. 18 de Out. de 2013.

FUCK JUNIOR, S. C. As condições desiguais de acesso à moradia em Fortaleza, Brasil. Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2003, vol. VII, núm. 146(086). Disponível em:<http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-146(086).htm> [ISSN: 1138-9788]. Acesso em: 28 set. 2008.

MEYER, R. M. P. Segregação espacial: Brasilia. In: BLAY, E. A. (Org.). A luta pelo espaço: Textos de sociologia urbana. Petrópolis: Vozes. 1978.

MONTEIRO JUNIOR, F. H. Fortaleza na ponta do anzol. 2008. Dissertação (Mestrado em Sociologia). Universidade Federal do Ceará, Departamento de Ciências Sociais, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Fortaleza-CE, 2008.

NOTTINGHAM, P. C. Tempos verdes em Fortaleza: experiência do movimento ambientalista (1976-1992). 2006. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal do Ceará, Departamento de História, Programa de Pós-Graduação em História Social, Fortaleza-CE, 2006.

OLIVEIRA, L. C. de. Mudanças de paradigmas: O velho e o novo desenvolvimento. Revista Diálogo e Interação. Vol. 4. Paraná, 2010.

PONTES, B. O poder das empreiteiras por trás das grandes obras no Ceará. Jornal o Povo, Fortaleza. 23 de Nov. de 2014.

PONTE, S. R. Fortaleza belle époque: reformas urbanas e controle social (1860-1930). 3. ed. Fortaleza: Demócrito Rocha, 2001

POSSAMAI. F. V. O Homem e o paradigma ambiental. IV Mostra de pesquisa da pós-graduação PUCRS. Rio Grande do Sul, 2009.

PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA. – Fortaleza em números (Versão Interna). Fortaleza, 2009.

ROLNIK, R. Democracia no fio da navalha. Revista Eure, Vol. XXXV, Nº 104, abril 2009.

SANTOS, E. de O. Articulações entre Estado e grandes proprietários fundiários na constituição do eixo sudeste de valorização imobiliária em Fortaleza-CE. Revista. GEOMAE. Campo Mourão, PR. V2n2. 2011. p.13-40.

SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1996.

______________. Metrópole corporativa fragmentada: O caso de São Paulo. 2. ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2009.

SANTOS, R. B. dos. Movimentos sociais urbanos. São Paulo: Unesp, 2008.

SEINFRA. Seinfra apresenta projetos da Ponte Estaiada e Mirante de Fortaleza. Disponível em: http://www.seinfra.ce.gov.br/index.php/noticias/23-obras/1265-audiencia-ponte-estaiada. Acesso em: 30 jul. 2013.

SIMMEL, G. Sociologia. FILHO, E.M (Org) São Paulo: Ática, 1983. (Coleção grandes cientistas sociais).

SOUZA, M. J. N. Diagnóstico geoambiental do município de Fortaleza: Subsídios ao macrozoneamento ambiental e à revisão do Plano Diretor Participativo – PDPFor. Fortaleza: Prefeitura Municipal de Fortaleza, 2009.

TILLY, Charles. Movimentos Sociais como política. Revista Brasileira de Ciência Política, nº 3. Brasília, janeiro-julho de 2010.

VILLAÇA, F. Efeitos do espaço sobre o social na metrópole brasileira. Anais do 7º Encontro Nacional da ANPUR, 1997, p. 1375-1385.Local: editora

WALDMAM, M. Meio Ambiente & Antropologia. São Paulo: SENAC, Série Meio Ambiente, 2006.

WEBER, M. Sobre a Teoria das Ciências Sociais. São Paulo: Moraes, 1991.

Downloads

Publicado

2021-08-29

Como Citar

SALVADOR, D. S. .; LOPES, G. M. . FORTALEZA E A MÁSCARA VERDE: O CASO DO PARQUE ECOLÓGICO DO COCÓ. Revista GeoUECE, [S. l.], v. 3, n. 1 Especial, p. 107–127, 2021. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/GeoUECE/article/view/6954. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos