Sobre monstros, navios fantasmas e ilhas afortunadas:
mitos e discursos fundadores dos paraísos turísticos litorâneos.
DOI:
https://doi.org/10.59040/GEOUECE.2317-028X.v13.n24.e202403Palavras-chave:
paraísos turísticos, mitos, zonas de praia, urbanização litorâneaResumo
Tratar da constituição dos paraísos turísticos demanda considerável esforço teórico e metodológico. Isto porque, ao passo que citadas formas urbanas verificam importantes dinâmicas de valorização das zonas à beira-mar, constituídas no modo de produção vigente, também é necessário compreender aspectos referentes às condicionantes culturais e psicológicas que conferem às zonas de praia considerável importância para mais diversas parcelas da sociedade. A discussão objetiva compreender mitos e discursos contribuintes da formação das imagens e materialidades dos paraísos turísticos litorâneos e, para tanto, recorre-se a abordagem materialista e hermenêutica dos escritos e relatos sobre mitos e processos que historicamente constituíram as visões socialmente difundidas sobre os riscos, possibilidades e benefícios de fruição das zonas de praia. Verifica-se que, ao passo que ais visões foram difundidas, não só o termo se modifica, como também a sociedade confere novos significados à zona costeira, agregando tal paisagem ao hall de espaços sagrados da modernidade.
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