Variabilidade espaço-temporal da precipitação na bacia hidrográfica do rio Moxotó

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59040/GEOUECE.2317-028X.v12.n23.e2023006

Palavras-chave:

IAC, El Niño, La Niña, semiárido, variabilidade Climática

Resumo

O semiárido do Nordeste do Brasil possui intensa variabilidade pluviométrica com ocorrência de eventos extremos de precipitação. O impacto socioambiental da seca, nem sempre está relacionado à falta de chuvas em um determinado ano, mas está relacionado também a distribuição e frequência das chuvas. Dessa forma, foi analisado a variabilidade espaço temporal da precipitação da bacia hidrográfica do rio Moxotó empregando o Índice de Anomalia de Chuva (IAC) desenvolvido por Rooy (1965) com o objetivo de verificar ocorrências de mudanças nos padrões climáticos de precipitação e realizar o mapeamento do IAC para a média histórica analisada. Assim, utilizou-se valores médios mensais da precipitação pluviométrica da série histórica de 1989 a 2018, medidos de 16 estações pluviométricas, obtidos da Agência Pernambucana de Águas e Clima. Os resultados revelam uma estabilidade na precipitação da região, sem tendências significativas de aumento ou diminuição. Há correlação dos eventos extremos de secas e precipitação com os fenômenos de El Niño, La Niña e Dipolo do Atlântico. Analisando a série histórica por meio do IAC a bacia hidrográfica do rio Moxotó foi classificada como habitual. Os anos de 1989, 2004, e 2009 foram classificados como anos extremamente úmidos. Já 1993, 1998 e 2012 foram anos extremamente secos. Enquanto 2002, 2007 e 2017 foram anos habituais. A quadra chuvosa também é caracterizada como habitual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Gabriel Victor Silva do Nascimento, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas (PPGCC) - UFRN. Especialista em Meio Ambiente e Sustentabilidade pelo Centro Universitário FAVENI. Graduado no curso de Licenciatura em Geografia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - Campus Recife. Bolsista no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) entre agosto de 2018 e julho de 2020. Atua principalmente nos seguintes temas: Eventos e Índices Climáticos e Balanço Hídrico Climatológico. Membro do Grupo de Pesquisa Investigações Climáticas do Nordeste do Brasil (INCLINE).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6087222766593591.
E-mail: nascimento.gabriel@outlook.com.br.

Eberson Pessoa Ribeiro, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco

Eberson Pessoa Ribeiro é professor efetivo e pesquisador do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), Campus Recife. Doutor em Ciências Geográficas pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Mestre em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável (GDLS) pela Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP), unidade de ensino superior da Universidade de Pernambuco (UPE), Especialista em Ensino da Geografia e a Questão Ambiental pela Fundação de Ensino Superior de Olinda (FUNESO) e Licenciado em Geografia pela Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata (FFPNM/UPE).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8381671303531522.
E-mail: ebersonpessoa@recife.ifpe.edu.br.

Referências

ALVES, K. M. Variabilidade pluvial no semiárido brasileiro: Impactos e vulnerabilidades na paisagem da bacia hidrográfica do rio Moxotó. 2016. Tese (Doutorado em Geografia) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Pernambuco, 2016.

ALVES, J. O. et al. Índice de anomalia de chuva para diferentes mesorregiões do estado de Pernambuco. Pensar Acadêmico, Manhuaçu, v. 14, n. 1, p. 37-47, 2016.

Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC). Bacias hidrográficas. Recife-PE, 2020. Disponível em: https://www.apac.pe.gov.br/bacias-hidrograficas. Acesso em: 30 out. 2020.

Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC). Monitoramento Pluviométrico. Disponível em: http://old.apac.pe.gov.br/meteorologia/monitoramento-pluvio.php. Acesso em: 13 nov. 2020.

ARAÚJO, L. E. et al. Análise da variabilidade espaço-temporal da precipitação na Bacia do Rio Paraíba usando IAC. Revista de Geografia, v. 24, n. 1, p. 47-59, 2007. https://doi.org/10.51359/2238-6211.2007.228680.

ARAÚJO, L. E.; MORAES NETO, J. M.; SOUSA, F. A. S. Classificação da precipitação anual e da quadra chuvosa da bacia do rio Paraíba utilizando índice de Anomalia de Chuva (IAC). Ambi-Agua, Taubaté, v. 4, n. 3, p. 93-110, 2009.

CERQUEIRA, K. F.; SANTOS, F. A.; AQUINO, C. M. S. Análise das precipitações pluviométricas em trecho do médio curso da Bacia Hidrográfica do rio Poti (Piauí), a partir do Índice de Anomalia de Chuva (IAC). Raega - O Espaço Geográfico em Análise, v. 45, n. 1, p. 110-122, jan. 2019. http://dx.doi.org/10.5380/raega.v45i1.51001.

COSTA, J. A.; SILVA, D. F. Distribuição espaço-temporal do Índice de anomalia de chuva para o estado do Ceará. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 10, n. 4, p. 1002-1013, 2017. https://doi.org/10.26848/rbgf.v10.4.p1002-1013.

COSTA, S. A. T. et al. Dinâmica espaço-temporal das anomalias de precipitação em uma região semiárida, Nordeste do Brasil. Revista de Gestão de Água da América Latina, v. 18, 2021. https://dx.doi.org/10.21168/rega.v18e14.

DINIZ, R. R. S. et al. Índice de anomalia de chuvas da microrregião do Cariri Ocidental Paraibano. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 13, n. 06, 2628-2640, 2020. https://doi.org/10.26848/rbgf.v13.6.p2628-2640.

FREITAS, M. A. S. Previsão de secas e a gestão hidroenergética: o caso da Bacia hidrográfica do Rio Parnaíba no nordeste do Brasil. In: Seminário Internacional Sobre Represas y Operación de Embalses, Puerto Iguazú. Anais do Seminário Internacional Sobre Represas y Operación de Embalses: Puerto Iguazú: CACIER, v. 1. p. 1–1. 2004.

FREITAS, M. A. S. Um sistema de suporte à decisão para o monitoramento de secas meteorológicas em regiões semi–áridas. Revista Tecnologia, Fortaleza, v. suplem., p. 84–95, 2005.

GONÇALVES, N. M. S. Impactos pluviais e desorganização do espaço urbano em Salvador. In: MENDONÇA, F.; MONTEIRO, C.A.F. (Org.). Clima urbano. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2013.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Geociências. Disponível em: https://downloads.ibge.gov.br/. Acesso em: 21 mar. 2021.

LANDIM, P. M. B. Introdução aos métodos de estimação espacial para confecção de mapas. Rio Claro: UNESP, 2000.

LYRA, M. J. et al. Diagnóstico de um Complexo Convectivo de Mesoescala Observado no Semiárido do Nordeste Brasileiro. Revista Brasileira de Geografia Fisíca, v. 11, n. 06 p. 1998-2009, 2018. https://doi.org/10.26848/rbgf.v11.6.p1998-2009.

LUCENA, J. A.; NÓBREGA, R. S.; WANDERLEY, L. S. A. Anomalias de temperatura da superfície do mar e a variabilidade pluviométrica no núcleo de desertificação de Cabrobó/PE. Revista de Geografia (Recife), v. 34, n. 3, p. 239-256, 2017. https://doi.org/10.51359/2238-6211.2017.229379.

MARCUZZO, F. F. N.; MELO, D. C. R.; ROCHA, H. M. Distribuição espaço-temporal e sazonalidade das chuvas no Estado do Mato Grosso. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 16, n.4, p. 157-167, 2011.

MARENGO, J. A. et al. Variabilidade e mudanças climáticas no semiárido brasileiro. In: Medeiros, S. S.; Gheyi, H. R.; Galvão, C. O.; Paz, V. P. S. (Orgs.). Recursos hídricos em regiões áridas e semiáridas, Campina Grande: INSA, p. 383-422. 2011.

MARENGO, J. A.; CUNHA, A. P.; ALVES, L. M. A seca de 2012-15 no semiárido do Nordeste do Brasil no contexto histórico. Revista Climanálise, v. 3, n. 1, p. 49-54, 2016.

MARENGO, J. A. et al. Climatic characteristics of the 2010-2016 drought in the semiarid Northeast Brazil region. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 90, n. 21, p. 1973-1985, 2018. http://dx.doi.org/10.1590/0001-3765201720170206.

MATTOS, L. C.; MAY, P. Duas secas climaticamente análogas no semiárido nordestino com impactos sociais distintos. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 55, p. 28-53, 2020. http://dx.doi.org/10.5380/dma.v55i0.73796.

MELO, C. R. Análise do eixo leste da transposição do rio São Francisco face aos cenários de uso previstos. 2010. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Centro de Tecnologia e Geociências, Universidade Federal de Pernambuco, 2010.

OLIVEIRA, T. H. et al. Avaliação da Cobertura Vegetal e do Albedo da Bacia Hidrográfica do Rio Moxotó com Imagens do Satélite Landsat 5. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto – SBSR, 2009, Natal. Anais do XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto: Natal, Rio Grande do Norte, 2009. Disponível em: http://marte.sid.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2009/03.02.18.19/doc/@sumario.htm?languagebutton=en. Acesso em: 17/12/2023.

OLIVEIRA, J. D. A. et al. Avaliação de Degradação e Mudanças Ambientais na Bacia Hidrográfica do Alto Ipanema. Revista Brasileira de Meteorologia [online], v. 35, n. 4, p. 585-596, 2020.

OLIVEIRA, T. H. et al. Índice de umidade (NDWI) e análise espaço-temporal do albedo da superfície da bacia hidrográfica do rio Moxotó-PE. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 3, n. 2, p. 55-69, 2010.

PALHARINI, R. S.; VILA, D. A. Climatological Behavior of Precipitating Clouds in the Northesast Region of Brazil. Center for Wheater Forecasting and Climate Research, v. 10. 2017. https://doi.org/10.1155/2017/5916150.

PEREIRA, M. L. T. et al. Variabilidade climática no Agreste de Pernambuco e os desastres decorrentes dos extremos climáticos. Journal of Environmental Analysis and Progress, v. 2, n. 4, p. 394-402, 2017. https://doi.org/10.24221/jeap.2.4.2017.1452.394-402.

REBOITA, M. S. et al. Causas da semi-aridez do sertão nordestino. Revista brasileira de climatologia, v. 19, p. 254-277, 2016. http://dx.doi.org/10.5380/abclima.v19i0.42091.

REBOITA. M. S. et al. Análise sinótica e numérica de um VCAN no Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 10, n. 1, p. 41-59, 2017. 10.5935/1984-2295.20170004.

RODRIGUES L. O. et al. Influência dos eventos de El Niño e La Niña no regime de precipitação do Agreste de Pernambuco. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 10, n. 6, p. 1995-2009, 2017. https://doi.org/10.26848/rbgf.v10.6.p1995-2009.

ROOY, M. P. V. A Rainfall Anomaly Index Independent of Time and Space. Notes, v. 14, 1965.

SANCHES, F. O.; VERDUM, R.; FISCH, G. O índice de anomalia de chuva (IAC) na avaliação das precipitações anuais em Alegrete/Rs (1928-2009). Caminhos de Geografia, v. 15, n. 51, p. 73–84, 2014. https://doi.org/10.14393/RCG155126423.

SANTOS, F. A.; MENDES, L. M. S.; CRUZ, M. L. B. Avaliação de ocorrências de eventos climáticos extremos na sub-bacia hidrográfica do rio Piracuruca. Revista GEOgrafias, v. 28, n. 1, p. 43-61, 2020. https://doi.org/10.35699/2237-549X.2020.22249.

SENA, J. P. O.; LUCENA, D. B.; RIBEIRO, G. N. Eventos extremos de precipitação no sertão paraibano: Variação espaço-temporal. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 12, n. 4, p. 748-755, 2017. http://dx.doi.org/10.18378/rvads.v12i4.4938.

SILVA, A. R. et al. Variação no índice de anomalia de chuva no semiárido. Journal of Environmental Analysis and Progress, v. 2, n. 4, p. 377-384, 2017. https://doi.org/10.24221/jeap.2.4.2017.1420.377-384.

SILVA, M. S.; GALVÍNCIO, J. D.; COSTA, V. S. Abordagem interdisciplinar sobre a influência da Zona de Convergência Intertropical – ZCIT no Nordeste brasileiro. Movimentos sociais e dinâmicas espaciais, v. 6, n. 2, p. 107-117 2017. https://doi.org/10.51359/2238-8052.2017.230721.

Downloads

Publicado

2023-12-28

Como Citar

NASCIMENTO, G. V. S. do; RIBEIRO, E. P. Variabilidade espaço-temporal da precipitação na bacia hidrográfica do rio Moxotó. Revista GeoUECE, [S. l.], v. 12, n. 23, p. e2023006, 2023. DOI: 10.59040/GEOUECE.2317-028X.v12.n23.e2023006. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/GeoUECE/article/view/10552. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos