A (Não) Artificialização dos Gêneros Textuais nas Práticas de Ensino de Língua Materna

Autores

  • Kandice da Silva Ferreira
  • Ana Karine Souza
  • Maria Helenice Araújo Costa

DOI:

https://doi.org/10.46230/2674-8266-11-2939

Palavras-chave:

Teoria da complexidade, Sequências didáticas, Atividades, Sociocognitivismo

Resumo

A Linguística Textual contribuiu para o ensino focado nas práticas sociais, porém, com a dificuldade em aliar teoria e prática, o que percebemos foi um processo de camuflagem do ensino da estrutura da língua através da segmentação dos gêneros textuais. Com o insucesso desse uso, ganhou notoriedade uma abordagem de ensino da língua materna que propõe a modularização do ensino, estabelecendo uma ordem para o estudo dos gêneros: as Sequências Didáticas. Porém, com base em Demo (2002), Bakhtin (1997), Franco (2011), Costa (2010) e Costa, Monteiro e Alves (2016), analisamos brevemente uma atividade que segue essa metodologia e percebemos a permanência de um ensino segmentado que resulta em uma artificialização dos gêneros textuais. Com o objetivo de apresentar uma proposta que acreditamos ser condizente com as atuais teorias do texto, analisamos também uma atividade com base sociocognitivista que, a nosso ver, busca contemplar os gêneros textuais em situações reais, considerando a linguagem como um Sistema Adaptativo Complexo (SAC). O intuito do artigo é fomentar as discussões sobre as práticas de ensino amplamente difundidas. 

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Publicado

2020-03-30

Como Citar

FERREIRA, K. da S.; SOUZA, A. K.; COSTA, M. H. A. A (Não) Artificialização dos Gêneros Textuais nas Práticas de Ensino de Língua Materna. Revista Linguagem em Foco, Fortaleza, v. 11, n. 1, p. 83–96, 2020. DOI: 10.46230/2674-8266-11-2939. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/2939. Acesso em: 18 abr. 2024.