A (Não) Artificialização dos Gêneros Textuais nas Práticas de Ensino de Língua Materna
DOI:
https://doi.org/10.46230/2674-8266-11-2939Palavras-chave:
Teoria da complexidade, Sequências didáticas, Atividades, SociocognitivismoResumo
A Linguística Textual contribuiu para o ensino focado nas práticas sociais, porém, com a dificuldade em aliar teoria e prática, o que percebemos foi um processo de camuflagem do ensino da estrutura da língua através da segmentação dos gêneros textuais. Com o insucesso desse uso, ganhou notoriedade uma abordagem de ensino da língua materna que propõe a modularização do ensino, estabelecendo uma ordem para o estudo dos gêneros: as Sequências Didáticas. Porém, com base em Demo (2002), Bakhtin (1997), Franco (2011), Costa (2010) e Costa, Monteiro e Alves (2016), analisamos brevemente uma atividade que segue essa metodologia e percebemos a permanência de um ensino segmentado que resulta em uma artificialização dos gêneros textuais. Com o objetivo de apresentar uma proposta que acreditamos ser condizente com as atuais teorias do texto, analisamos também uma atividade com base sociocognitivista que, a nosso ver, busca contemplar os gêneros textuais em situações reais, considerando a linguagem como um Sistema Adaptativo Complexo (SAC). O intuito do artigo é fomentar as discussões sobre as práticas de ensino amplamente difundidas.
Downloads
Referências
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. 3. ed. (Trad. a partir do francês M. H. GALVÃO). São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BAKHTIN, M.; VOLOSHINOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2006. 193 p. Disponível em: <http://www.fecra.edu.br/admin/arquivos/MARXISMO_E_FILOSOFIA_DA_LINGUAGEM.pdf> .Acessoem: 15 jan. 2018.
BEAUGRANDE, R. D. New foundations for a science of text and discourse. Freedom of access to knowledge and society through Discourse. Norwood: Ablex, 1997.
CEARÁ, Secretaria de Educação. Siaralendo. In: PreparAção: rumo ao Ensino Médio. Caderno de Língua Portuguesa. v. 1. 2008. p. 17-22.
COLAÇO, M. Níveis de processamento de sentido. Congresso Nacional de Linguagem e Ensino. Pelotas: UCPel, 1998.
COSTA, M. H. A. Linguagem como locução e aprendizagem como cognição situada. Linguagem em foco v. 2, p. 151-167, 2010.
COSTA, M. H. A; MONTEIRO, B. C. B; ALVES, L. E. P. Ensino de leitura na perspectiva do texto como evento: o desafio de fazer emergir o sentido. Diadorim: revista de estudos linguísticos e literários, [S.l.], v. 18, n. 2, dez. 2016. ISSN 1980-2552. Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/5360/3931>. Acesso em: 22 Maio. 2018.
DEMO, P. Complexidade e aprendizagem. São Paulo: Atlas, 2002.
DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2011. p. 239 (Tradução e organização: R. ROJO; G. S. CORDEIRO).
FRANCO, C. de P. Por uma abordagem complexa de leitura. In: TAVARES, K.; BECHER, S.; FRANCO, C. (Orgs.). Ensino de Leitura: fundamentos, práticas e reflexões para 107 professores da era digital. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras da UFRJ, 2011. p. 26-48. Disponível em: <http://www.claudiofranco.com.br/textos/franco_eb ook_leitura.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2018.
HANKS, W. F. O que é contexto? In:______. Língua como prática social: das relações entre língua, cultura e sociedade a partir de Bourdieu e Bakhtin. (Orgs.) BENTES, A. C.; REZENDE, R. C.; MACHADO, M. A. São Paulo: Cortez, 2008. p.169-203.
MARCUSCHI, L. A.O papel da linguística no ensino de línguas. Investigações: Linguística e Teoria Literária. Recife, V. 13/14, p. 187-218, 2001.
MONTEIRO, B. C. B. A perspectiva sociocognitiva da referência na abordagem didática do texto: implicações na percepção do leitor aprendiz. 2014. 208 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Letras, PosLA, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2014. Disponível em: <http://www.uece.br/posla/dmdocuments/DISSERTAÇÃO BENEDITA.pdf>. Acesso em: 20 out. 2017.
SIQUEIRA, I. S; GONÇALVES, T. C. Sequências Didáticas: língua portuguesa. Curvelo, 2012. (Apostila).
SWALES, J. M. Genre analysis: English in academic and research settings. Cambridge: Cambridge University Press, 1990, pp.21-66.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Kandice da Silva Ferreira, Ana Karine Souza, Maria Helenice Araújo Costa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores que publicam na Linguagem em Foco concordam com os seguintes termos:
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação. Os artigos estão simultaneamente licenciados sob a Creative Commons Attribution License que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da sua autoria e da publicação inicial nesta revista.
- Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores. Para tanto, solicitamos uma Declaração de Direito Autoral, que deve ser submetido junto ao manuscrito como Documento Suplementar.
- Os autores têm autorização para disponibilizar a versão do texto publicada na Linguagem em Foco em repositórios institucionais ou outras plataformas de distribuição de trabalhos acadêmicos (ex. ResearchGate, Academia.edu).