Multilíngues em uma comunidade monolíngue
A influência do custo de troca não linguística e da consciência do ambiente linguístico na troca de linguística intencional e não intencional
DOI:
https://doi.org/10.46230/2674-8266-13-7354Palavras-chave:
Multilíngue, Funções executivas, Consciência do Ambiente Linguístico, Troca de código linguísticoResumo
Os multilíngues que vivem em comunidades que também são multilíngues estão constantemente alternando entre os idiomas, enquanto aqueles que vivem em comunidades monolíngues precisam restringir a troca de código linguístico. A Malásia é um país multilíngue onde as pessoas misturam os idiomas diariamente; já em Taiwan, o mandarim é predominantemente usado e as pessoas são mais cautelosas com a alternância entre línguas. Considerando-se essa diferença, no presente estudo, investigamos quais fatores podem auxiliar os estudantes malaios-chineses a reduzir a troca não intencional entre idiomas para se adaptar ao ambiente linguístico de Taiwan. Estudantes malaios-chineses que vivem na Malásia (MNM) e em Taiwan (MET) foram testados para compreender de que forma a troca não linguística e a consciência do ambiente linguístico (CAL) influenciam suas experiências de troca de código linguístico intencionais e não intencionais. A troca de código não verbal dos participantes foi mensurada por uma tarefa de troca de cor/forma, enquanto as experiências de CAL e de troca de código linguística foram medidas por questionários. As análises de regressão múltipla das respostas do grupo MET mostraram que tanto o custo de troca não linguística quanto a CAL foram preditores significativos da troca de código linguística não intencional. Além disso, a análise mostrou que os indivíduos do grupo MET com alto controle executivo tiveram uma troca não intencional dinâmica em que participantes com alto nível de CAL tiveram menores índices de troca não intencional. No entanto, indivíduos do grupo MET com baixo controle executivo tiveram uma troca não intencional mais estática, não influenciada pelo seu nível de CAL. Esses resultados sugeriram que o controle executivo dos multilíngues, juntamente com sua consciência do ambiente linguístico, os ajudam a se adaptar a uma comunidade que tem um idioma predominante em que a troca de código linguístico é reduzida.
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