Acesso e representação dos substantivos flexionados em número no léxico do português brasileiro
DOI :
https://doi.org/10.46230/2674-8266-13-7375Mots-clés :
Léxico, Morfologia, Flexão de Número, Português Brasileiro, PrimingRésumé
Procura-se investigar aqui os processos de acesso e de representação no léxico mental de palavras flexionadas em número no Português Brasileiro (PB). Observaram-se questões relacionadas às teorias do léxico mental na perspectiva psicolinguística, defendendo-se que tanto o acesso aos itens lexicais quanto a sua representação se fazem por meio de morfemas, nos chamados Full Parsing Models (TAFT; FORSTER, 1975; TAFT, 1994); apresentam-se também os modelos que postulam acesso e representação por meio de palavras inteiras, os Full Listening Models (BUTTERWORTH, 1983); e os modelos que defendem acesso e representação lexical por meio de morfemas e de palavras inteiras, simultaneamente, a depender de questões de frequência, conhecidos por Dual-route Models (CARAMAZZA; LAUDANNA; ROMANI, 1988; SCHREUDER; BAAYEN, 1995; MIMOUNI; KEHAYA; JAREMA, 1998). Em relação ao PB, realizamos um estudo para investigar o acesso e o armazenamento das formas nominais flexionadas em número, visando prover dados acerca de como se dá o acesso e a representação lexical nessa língua. Dois experimentos foram realizados, nos quais se testaram falantes nativos do PB em testes de priming Encoberto em relação às formas regulares e irregulares, respectivamente. Acerca dos resultados, pode-se dizer que um efeito de facilitação significativo entre os primes e os alvos foi encontrado em condições idênticas e plurais em ambos os experimentos. Os resultados também apresentaram um efeito significativo de frequência. Por conseguinte, os efeitos do priming apresentaram interações significativas entre frequência e tipos de plural, sugerindo um modelo de dupla via (DUAL-ROUTE) no PB.
Téléchargements
Références
BUTTERWORTH, B. Lexical Representation. In: ____. (org.) Language production: development, writing and other language processes. Londres: Academic Press, v.2, 1983.
CÂMARA JR., J. M. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Vozes, 1970.
CARAMAZZA, A.; LAUDANA, A.; ROMANI, C. Lexical access and inflection morphology. Cognition, v. 28, p. 297-332, abr., 1988.
CLAHSEN, H. Lexical entries and rules of language: a multidisciplinary study of German inflection. Behavioral and Brain Sciences, v. 22, p. 991-1060, 1999.
CLAHSEN, H.; BARTKE, S.; GÖLLNER, S. Formal features in impaired grammars: A comparison of English and German SLI children. Jornal of Neurolinguistics. v. 10, p. 151-171, abr./jun., 1997.
COLÉ, P.; SEGUI, J.; TAFT, M. Words and morphemes as units for lexical access. Journal of Memory and Language, p. 312-330, 1997.
CORPUS DO PORTUGUÊS: Banco de dados. Disponível em: http://www.corpusdoportugues.org. Acesso em: 01 out 2018.
FRAUENFELDER, U. H.; SCHREUDER, R. Constraining psycholinguistic models of morphological processing and representation: The role of productivity. Yearbook of Morphology, p. 165-183, 1991.
GIRAUDO, H.; GRAINGER, J. Effects of prime frequency and cumulative root frequency in masked morphological priming. Language and Cognitive Processes, v. 15, p. 421-444, 2000.
GONÇALVES, C. A. Morfologia. São Paulo: Parábola, 2019.
HENRIQUES, C. C. Morfologia: Estudos lexicais em perspectiva sincrônica. 34. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
LAINE, M.; VAINIO, S.; HYONA, J. Lexical access routes in morphologically rich language. Journal of Memory and Language, v. 40, p. 109-135, jan., 1999.
MARINKOVIC, K. Spatiotemporal dynamics of words processing in the human cortex. Neuroscientist, v. 10, p. 142-152, 2004.
MIMOUNI, Z.; KEHAYIA, E.; JAREMA, G. The mental representation of singular and plurals nouns in Algerian as revealed through auditory priming in agrmamatic aphasic Patiens. Brain and Language, v. 61, p. 63-87, 1998.
MONTEIRO, J.L. Morfologia Portuguesa. 4. ed. Campinas: Pontes, 2002.
PINKER, S.; PRINCE, A. Regular and irregular morphology and the psychological status of rules of grammar. Berkeley Linguistics Society, p. 230-251, 1991.
SCHREUDER, R.; BAAYEN, R.; H. Modeling morphological processing. In: FELDMAN, L. B. (ed.) Morphological Aspects of Language Processing. Lawrence Erlbaum, Hillsdale, New Jersey, p. 131-154, 1995.
SONNENSTUHL, I.; HUTH, A. Processing and representation of German -n plurals: a dual mechanism approach. Brain and language, v. 81, p. 276-290, jan., 2002.
STOCKALL, L.; MARANTZ, A. A single route, full decomposition model of morphological complexity: MEG evidence. The mental lexicon, 2006.
TAFT, M.; FORSTER, K. I. Lexical storage and retrieval of prefixed words. Journal of Verbal Learning and Verbal, v. 14, p. 638-647, dez.,1975.
TAFT, M. Interactive activation as framework for understanding morphological processing. Language and Cognitive Processes, v. 9, p. 271-294, ago., 1994.
VILLALVA, A. Estruturas Morfológicas: Unidades e hierarquias nas palavras do Português. Lisboa: Universidade de Lisboa, 1994.
WITTENBURG, P.; NAGENGAST, J.; BAUMANN, H. NESU - The Nijmegen experiment setup. In: TRAPP, A.; HAMMOND, N.; MANNING, C. (Eds.). CIP98 conference proceedings, p. 92-93, York, England: CTI Centre for Psychology, 1998.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Jefferson Alves da Rocha, José Ferrari Neto 2022
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Os autores que publicam na Linguagem em Foco concordam com os seguintes termos:
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação. Os artigos estão simultaneamente licenciados sob a Creative Commons Attribution License que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da sua autoria e da publicação inicial nesta revista.
- Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores. Para tanto, solicitamos uma Declaração de Direito Autoral, que deve ser submetido junto ao manuscrito como Documento Suplementar.
- Os autores têm autorização para disponibilizar a versão do texto publicada na Linguagem em Foco em repositórios institucionais ou outras plataformas de distribuição de trabalhos acadêmicos (ex. ResearchGate, Academia.edu).