Claudia da Silva Ferreira, Mulher Arrastada, Não!

O Papel Performativo da Linguagem na Luta por Reconhecimento de uma Vítima da Necropolítica no RJ

Autores

  • Júlio Cesar Salles Boaventura
  • Aline da Silva Azevedo de Carvalho

DOI:

https://doi.org/10.46230/2674-8266-11-2914

Palavras-chave:

Linguagem, Necropolítica, Reconhecimento

Resumo

O presente artigo discute a circulação de discursos sobre o assassinato de Cláudia da Silva Ferreira, moradora do subúrbio de Madureira-RJ e seus efeitos performativos (BUTLER, 1997) em diferentes espaços-tempo. Pretendemos:  contextualizar o caso da "mulher arrastada” e explicitar a noção de linguagem; explorar os conceitos de biopolítica (FOUCAULT, 2008), soberania (FOUCAULT, 2008; AGAMBEN, 2004) e necropolítica (MBEMBE, 2011; 2014) na compreensão do genocídio da população negra no Rio de Janeiro; abordar a relação entre linguagem e violência e, a partir de um recorte de dados de uma pesquisa de doutorado em andamento, expor práticas discursivas de resistência em ambientes virtuais que buscam conferir reconhecimento a essa mulher sem nome, sem rosto e sem identidade.

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Publicado

2020-03-23

Como Citar

BOAVENTURA, J. C. S.; DE CARVALHO, A. da S. A. Claudia da Silva Ferreira, Mulher Arrastada, Não! O Papel Performativo da Linguagem na Luta por Reconhecimento de uma Vítima da Necropolítica no RJ. Revista Linguagem em Foco, Fortaleza, v. 11, n. 2, p. 93–106, 2020. DOI: 10.46230/2674-8266-11-2914. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/2914. Acesso em: 19 abr. 2024.