A Noção de Palavra na Perspectiva da Criança
DOI:
https://doi.org/10.46230/2674-8266-12-3086Palabras clave:
Aquisição da escrita, Noção de palavra, Segmentação vocabularResumen
No presente artigo, dados de segmentação vocabular, produzidos por uma criança do 2º ano do ciclo de alfabetização, foram descritos e analisados com vistas à discussão concernente a aspectos relevantes para a constituição da noção de palavra durante o período inicial de desenvolvimento da escrita. Objetiva-se verificar quais são as percepções infantis no processo de aquisição da escrita a respeito do que seja uma palavra, tanto no âmbito da fala como da escrita. Os dados foram coletados por meio de entrevistas que visaram indagar sobre o que a criança entendia ser uma palavra (CARRAHER, 1989). A interpretação das respostas teve o suporte da teoria dos constituintes prosódicos (NESPOR; VOGEL, 1986). Os resultados da análise mostraram que, de modo geral, a criança rejeita estruturas constituídas por uma ou duas letras como sendo palavra e que, mesmo quando segmenta todas as palavras de forma convencional, não está necessariamente considerando cada sequência de letras circunscrita por espaços em branco como palavra. Isso demonstra que os critérios são oscilantes, pois há momentos em que a criança interpreta a palavra de acordo com o número de letras e em outros, como sílabas. Os resultados mostraram, portanto, que a trajetória da criança em direção à palavra falada/escrita não é linear e apresenta multiplicidade de acepções.
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