“Sou Americano, Também?”
Uma Análise Crítica do Discurso de Professores Brasileiros de EFL
DOI:
https://doi.org/10.46230/2674-8266-14-8293Palavras-chave:
Estudos críticos do discurso (ECD), Ensino de inglês como língua estrangeira, Cultura, Polarização, Modelos mentaisResumo
O presente trabalho teve como objetivo analisar o discurso de nove professores brasileiros que ensinam inglês, como língua estrangeira, em três instituições renomadas de ensino de língua inglesa, na cidade de Recife, Pernambuco, a fim de verificar se os modelos mentais construídos justificam a polarização de grupos denominados como grupos de NÓS e ELES (VAN DIJK, 2015a). Essa polarização ocorre de modo reverso, uma vez que os professores brasileiros de EFL exaltam a cultura dos norte-americanos em detrimento da sua. Essa inversão de polarização foi causada no Brasil, não só pela exposição dos produtos norte-americanos, mas também pelo contexto histórico do país. A inserção do governo norte-americano no Brasil e seu poder hegemônico começaram, efetivamente, por volta dos anos 40, quando eles fundaram no, Brasil, um Birô com propósito de realizar intercâmbio cultural. Entretanto, sua criação favoreceu a implantação da hegemonia norte-americana que aconteceu entre acordos diplomáticos com o Brasil e que foram estabelecidos por instituições norte-americanas, juntamente com a exportação da sua língua inglesa. Assim, a pesquisa utiliza uma metodologia qualitativa, transversal e analítica e teve suas análises norteadas à luz dos Estudos Críticos do Discurso (ECD), tendo como principal teórico Van Dijk. Essa teoria nos ajudará a compreender os aspectos discursivos sociocognitivos e seus componentes, utilizando o triângulo do discurso proposto pelo autor, discurso-cognição-sociedade, bem como Souza (2018), Moita Lopes (2003) entre outros, para entender o contexto histórico da vinda da cultura norte-americana ao Brasil e as representações mentais construídas subjetivamente.
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Referências
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