O Lugar Mais Feliz da Terra
Uma Análise do Discurso Espacial do Epcot World Showcase da Disney World
DOI:
https://doi.org/10.46230/2674-8266-12-3983Palavras-chave:
Análise do Discurso Espacial, Disney World Showcase, MultimodalidadeResumo
A partir de insights da perspectiva sociossemiótica conforme proposta por Halliday (1985), e sua adaptação para a gramática do design visual de Kress e van Leeuwen (2006) e da análise do discurso espacial (RAVELLI, 2000, RAVELLI; HEBERLE, 2016), este artigo visa analisar os recursos semióticos usados na atração The World Showcase, do parque temático EPCOT, na Flórida, especificamente, os onze pavilhões da atração. A análise considerou as três metafunções, adaptadas de Halliday (1985) para se investigar imagens (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006) e também espaços físicos, entendidos como textos, conforme Ravelli (2000): os significados representacionais, interativos e composicionais. Os resultados demonstram que a representação se dá principalmente pela reprodução de recursos semióticos que são populares em cada país retratado, tais como monumentos, estilo arquitetônico e símbolos que permitem aos visitantes imergir na cultura do país. A imersão também ocorre através do consumo de produtos em lojas e em restaurantes com comidas locais, além da interação com os funcionários do parque. A análise da composição evidenciou um padrão comum em relação à localização de itens que são mais acessíveis e reais na parte inferior, enquanto itens que simbolizam idealização e fantasia ocupam normalmente a parte superior dos espaços. Em termos gerais, apesar da preocupação em retratar os países com autenticidade, pode-se observar que eles são representados de uma maneira idealizada e fantasiosa, em consonância com a filosofia dos parques temáticos da Disney em prover um espaço de perfeição e fantasia para os visitantes.
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