Práticas de escrita acadêmica e letramentos de resistência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46230/lef.v16i4.15206

Palavras-chave:

letramento, pertencimento, práticas acadêmicas, práticas sociais

Resumo

Neste ensaio, proponho discutir algumas conexões que podem ser estabelecidas entre letramentos acadêmicos e letramentos de resistência para revisitar práticas de escrita e abordagens sobre formação inicial de professores pesquisadores extensionistas de um Curso de Licenciatura em Letras. Para tanto, utilizo alguns relatos de experiência acerca de atividades propostas por duas professoras que ministraram a disciplina de Letramentos acadêmicos durante o ano de 2024 e trago as contribuições de duas acadêmicas para as reflexões, por meio dos ensaios autobiográficos que produziram como atividade de avaliação para conclusão da disciplina. Retomo alguns trabalhos anteriores (Correa, 2009, 2011, 2014, 2017, 2021) e mantenho o aporte teórico abalizado pela linguagem como ação e prática social. Ao concluir as discussões, vemos que o conjunto de práticas acadêmicas pode compor uma reconstrução, um continuum alimentado pelos afetos, que orientam, ou deveriam orientar, as nossas escolhas, a construção da nossa identidade acadêmica e, por conseguinte, a utilização dos gêneros acadêmicos para nossas reflexões sobre nossas identidades sociais. Assim, os letramentos de resistência têm seu lastro construído por meio do pertencimento e este, por sua vez, se constrói quando conseguimos aliar sonhos a projetos. Desse modo, os letramentos acadêmicos, em estágio inicial, podem ser uma das formas de alinhavar letramentos de resistência com projetos de vida.

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Biografia do Autor

Djane Antonucci Correa, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

Professora associada na Universidade Estadual de Ponta Grossa onde atuo desde 1999 no Curso de Licenciatura em Letras. Doutora em Letras, na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2002).

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Publicado

2025-03-20

Como Citar

CORREA, D. A. Práticas de escrita acadêmica e letramentos de resistência. Revista Linguagem em Foco, Fortaleza, v. 16, n. 4, p. 148–162, 2025. DOI: 10.46230/lef.v16i4.15206. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/15206. Acesso em: 30 mar. 2025.